História Dinâmica

Não só de passado vive o homem, mas das ações presentes compartilhadas, com o olhar para frente, estimulando, participações sociais, integradas, teóricas e práticas, que incentivem a obtenção de mais resultados, tornando os indivíduos e as coletividades mais livres, porém com, mais dignidade, abertura de espaços e oportunidades para todos. É preciso que esta história seja, cada mais dinâmica, que especialmente vise, ainda mais, cuidar das prioridades, das boas ações, dos resultados, (os)as que são ligado(as), interligado(as), integrado(as),globalizado(as) e socializado(as), em redes, dentro de movimentos constantes de atuação.

Que todas as boas ações passem, a fazer parte dos estados permantes de evolução, mas com o foco nas melhorias contínuas, principalmente ao buscar, estimular e realizar ações, para resultados concretos, mediante metas de perspectivas crescentes, de desenvolvimento e inovação, para que o Brasil seja, cada vez mais, próspero e o mais justo possível, no futuro.

(Fonseca, M.C.da S.)

Farmacêutica-Bioquímica, Natural de Santos Dumont

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História do Japão

Autor: Francisco Handa - Doutor em História pela UNESP, é monge budista pela escola Zuno Zen. Grande incentivador do Hakai, Handa foi editor do Jornal Portal (de cultura japonesa) e autor de diversos artigos sobre o assunto.oi editor do jornal Portal (de cultura japonesa) e autor de diversos Da Idade da Pedra à chegada do Budismo

- de 20 mil a.C. a 538 d.C.
O arquipélago japonês esteve unido ao continente, quer dizer, fazia parte da placa asiática. Isso deve ter acontecido há mais de 100 mil anos. Nesta época, supõe-se que a faixa de terra, que viria a se tornar o Japão, era habitada. Para confirmar esta hipótese, foram encontrados esqueletos fossilizados de homens e animais, inclusive de elefantes pré¬-históricos. A existência desses animais teria provocado a migração dos povos do norte para o Japão.

O período datado a partir de 20 mil a.C. é conhecido como pré-Jomon. Os habitantes do Japão viviam da caça e da pesca, utilizando-se de instrumentos de pedra, conseguidos através do lascamento. Pode-se dizer, era o período da pedra Lascada ou Paleolítico. Pouco se sabe a respeito deste período.

Os japoneses costumam contar a história, quase sempre, a partir do período posterior ao Paleolítico, denominado era Jomon, que iniciou-se aproximadamente no ano 8 mil a.C. O que marca a era Jomon, ou era Neolítica, é a existência de uma cultura mais complexa. Seus habitantes continuam vivendo da caça e da pesca mas com o uso de instrumentos de pedra, desta vez polida. A diferença é a passagem da pedra lascada para a polida. Entretanto, outros artefatos desenvolvidos na Era Jomon devem ser considerados. Os homens inventaram armas como o arco, a flecha e a lança, úteis para a caça. Técnicas mais apuradas de caça foram criadas nesta época. De todos os aperfeiçoamentos, talvez o maior tenha sido a cerâmica. Potes de barro, magnificamente torneados e depois desenhados em relevo com uso de cordas, serviam para o cozimento de alimentos e para o seu armazenamento. O nome Jomon vem daí: quer dizer, marcas de corda.

No período Jomon haviam tribos, portanto os habitantes compartilhavam um espaço comum. A vida organizada já fazia parte do homem de Jomon. Viviam em casas feitas de galhos de árvores e cobertas com palha que ficavam em valas cavadas na terra. Para alimentação, os habitantes costumavam partir os ossos grandes dos animais para extrair o tutano. O javali era caçado para se conseguir a gordura, produto indispensável para a fabricação do óleo. Do veado, conseguia-se a pele para o vestuário de inverno.

Animais domésticos como o cão, foram incorporados rapidamente à comunidade. Eram usados durante as caças. É desta época a evolução dos cães japoneses, entre os quais os de raça Shiba. Quanto ao gato, acredita-se que teria vindo de outras regiões. O mesmo acontecendo com o porco e o cavalo. Mas os dois últimos foram introduzidos no Japão no período que se segue ao Jomon, a Era Yayoi.

O que irá separar o período Jomon do Yayoi é o início da cultura do arroz, período este que inicia-se um ou dois séculos antes de Cristo. A cultura do arroz vem acompanhada de uma migração vinda do continente, jamais vista até então. Técnicas mais avançadas são introduzidas. O metal passa a ser utilizado junto com a pedra polida. Utiliza-se espadas feitas de bronze e espelhos de metal nos rituais religiosos. Instrumentos agrícolas são incrementados a partir do metal e da madeira.

Mas foi a cultura do arroz que provocou modificações profundas na vida social, política e econômica dos aldeões. Como o cultivo do arroz exigia um trabalho coletivo, houve a divisão do trabalho e, conseqüentemente, as diversas divisões de classe, surgindo uma classe dirigente. Os imigrantes tomaram-se integrantes da corte e de clãs poderosos. Em caso de guerra, eles conseguiam vencer os nativos, com facilidade. E suas aldeias prosperam mais do que a dos antigos moradores. A par com a cultura do arroz, estes migrantes, que trouxeram as técnicas de tecelagem, costura e criação do bicho da seda, formaram grupos de trabalho, o dos artífices, para a manufatura de instrumentos de metais, o dos comerciantes, vendedores de potes de barro e, por fim, o dos agricultores. Este fluxo migratório se fixou notadamente ao sul do Japão.

A partir de Yayoi, e o que viria a se tornar depois o Japão, germinam os alicerces de uma cultura agrária e tribal fundamentada na formação de pequenos estados. Documentos chineses da dinastia Han referem-se a um "país de cem reinos". Estes reinos localizar-se-iam ao norte de Kyushu, uma das quatro ilhas que formam o arquipélago nipônico. Os chineses falam nos reinos de Nu (Na), l-tu (Ito), Mo-lu (Matsura) e Pu-mi (Fumi). Há indícios que o reino de Nu pagava tributos a Han no ano 57 a.C.

As guerras internas assolavam os reinos de Kyushu. A paz só foi conseguida com o entronamento de uma mulher, a rainha Himiko, possivelmente no ano de 188 d.C. Como rainha, Himiko unificou 28 nações sob o nome de reino de Yamatai. Estas informações constam dos documentos chineses. Diz, por exemplo, que Himiko tinha poderes sobrenaturais. Ela conseguia prever se a safra de arroz seria boa, e em caso de guerra, se Yamatai sairia vencedor. As adivinhações eram feitas queimando-se pedaços de ossos. Pela rachadura produzida, podia se prever os acontecimentos.

Com a morte de Himiko, as guerras voltaram a acontecer. Havia a necessidade de alguém que mantivesse a unificação de Yamatai. Portanto, diante do impasse, foi escolhida como sucessora, Iyo, de apenas 13 anos. Assim, Yamatai continuou existindo.

Outro fato importante acontecido no período Yayoi é a consolidação do país de Yamato, no século IV. Yamato localizava-se ao lado do rio, do mesmo nome, nas proximidades da atual província de Nara, na ilha central de Honshu. Yamato consegue dominar as nações do norte de Kyushu, as do vale de Yamato e as de Izumo. O chefe de Yamato recebe o nome de Okimi ou Oaiwô (grande rei), e posteriormente, passou-se a denominá-Io Tennô (imperador). Os indícios levam a crer que a origem dos imperadores japoneses esteja em Yamato.

Dos tempos de Yamato, o que o Japão conserva ainda são os gigantescos túmulos, conhecidos por Kofun(Ryô). O mais famoso é o do imperador Nintoku, na cidade de Sakai, em Osaka. Os imperadores eram enterrados junto a artefatos feitos de argila, o haniwa. Constitui-se o haniwa de réplicas, em miniatura, de casas, cavalos e seres humanos.

Em pleno explendor, Yamato mandou chamar do continente (China e Coréia) artesãos para ensinar os japoneses. Mas de todos os ensinamentos, quem sabe, os mais importantes foram o budismo e a escrita em forma de ideogramas, o kanji.

Do príncipe Shotoku ao período Heian
- de 604 a 1192

A partir da consolidação do reino de Yamato, o Japão começa a tomar forma como um Estado unificado, cabendo aos dirigentes esta unificação. Aquele que vai dar um passo grande neste sentido é Shôtoku Taishi. Saímos do período Yayoi, mais precisamente de sua fase tardia, Kofun (o dos grandes túmulos, de 300 a 391), para o período Assuka. A introdução do budismo se dá neste período.

Intensifica-se as relações com o continente, no caso, a China. Entretanto, Yamato vivia constantes guerras pelo poder. No reinado da imperatriz Suiko surge a figura de Shôtoku (séc. VII). Ele assume a regência e promove diversas mudanças na máquina administrativa. Baixa um decreto no qual os servidores públicos são divididos em doze categorias. Também promulga a "Constituição de Dezessete Artigos", cuja finalidade é disciplinar o trabalho dos funcionários público, tendo por base os ensinamentos do educador chinês Confúcio.

Buscando inovações, Shôtoku torna-se um adepto do budismo. Com entusiasmo, dedica-se a difundir a doutrina de Buda. Ele próprio possui mestres vindos da Coréia para ensina-lo. Um grande contingente de coreanos dos reinos Kokuli e Paikché, dentre monges, estudiosos e artistas fixam residência no Japão. Os templos budistas proliferam e as famílias aristocráticas disputam entre si a sua construção. O mais famoso, o de Hôryuji, fica na cidade de Nara e foi construído por Shotoku Taishi.

A Reforma Taika, de 645 é um marco que os historiadores utilizam para demarcar o final do período Assuka. Com ela é abolido o sistema de propriedade particular, conhecido por "Uji-kabane". Assim, os aristocratas, donos da terra, teriam o seu poder enfraquecido. Antes, eles tentavam, através das guerras, influir nas decisões dos imperadores. Com a Reforma Taika, o imperador fortaleceria o seu poder em detrimento dos aristocratas. Em troca das terras, os aristocratas tornar-se-iam funcionários do governo.

Em suma, a Reforma Taika introduziu o regime Ritsuryô, inspirado no modelo chinês.

O período seguinte é conhecido como: Nara. A cidade de Nara torna-se capital em 710. Ela é construída seguindo-se o modelo de Chang'an (atual Xian), a capital de Tang, na China. O período Nara foi marcado por um governo centralizador e burocrático. Beneficiado pelo Estado, o budismo prosperou, assim como a arquitetura e a escultura.

As relações com Tang intensificam-se neste período. Por duzentos anos o intercâmbio cultural e diplomático se mantém. As frágeis embarcações deixam Naniwa (Osaka) em direção ao continente enfrentando as tempestades que assolam o Mar da China. As que conseguem vencer as intempéries, retomam ao Japão trazendo os louros da cultura mais avançada do mundo. Vão para Yamato chineses, coreanos, indianos e persas. É desta época a chegada do monge chinês Ganjin (688-763) para transmitir o Ritsu. Uma das seis correntes do budismo, depois de ter enfrentado as dificuldades da travessia.

Como religião do Estado, o budismo se expande em todas as direções. No mosteiro de Todaiji é construído um Buda de bronze, de 16 metros de altura.

No campo das letras, surgem três obras significativas. As narrativas Kojiki e Nihon Shoki, possivelmente as primeiras fontes da história japonesa, escritas em chinês, contêm lendas a respeito da família imperial, remetendo sempre ao "tempo dos deuses". A outra obra é o Man-yo-shu, onde se encontram reunidos cerca de 4.500 poemas "waka".

A riqueza do período Nara não se estendia às classes menos privilegiadas. Estas continuavam no mesmo estado de pobreza; tinham direito a uma parcela da terra desde que a cultivassem e pagassem os tributos.

Cada vez mais os monges budistas fortaleciam-se como classe, interferindo nas questões burocráticas do Estado. As intrigas palacianas voltaram a acontecer. Quando o sistema encontrou-se saturado, a fim de romper com ele, a solução foi a da mudança da capital. Nara foi trocada por Heian (Kyoto). O período Heian se estendeu de 784 a 1192.

O rompimento no período Nara com o sistema chinês, significava o retorno a uma forma nativa que atendesse aos anseios da nação. Esta forma era a da sofisticação da cultura ao estilo japonês. A família Fujiwara, que se despontou a partir da Reforma Taika, tomou a frente do governo. Utilizando-se de habilidade política aproximou-se da família imperial e por meio de casamentos, o clã Fujiwara passou a exercer poderes próprios ao Imperador.

Enquanto isso, transformações significativas iriam acontecer no campo. As terras, que pertenciam ao governo, entram em colapso. Aproveitando-se disso, as terras privadas (shôen) aumentam nas mãos das famílias poderosas, o mesmo acontecendo com os monges budistas e fazendeiros influentes. Por fim, o governo teve que reconhecer a sua dificuldade em manter as terras. Na época, tinha aumentado o ataque das tribos Ezo vindos do norte do país. Para combatê-Ias, é mandado um grupo de soldados profissionais. A mesma tática é adotada pelos governadores das províncias e donos das terras agrícolas. Eles formam uma guarda particular, recrutando os soldados dentro de seus próprios clãs, de partidários e seguidores. Esta é a origem dos samurais.

Da era Kamakura a Azuchimomoyama
- no tempo dos samurais, 1192 a 1600
A classe dos samurais instala-se no governo através do clã Taira em 1167. À maneira de Fujiwara, duas famílias vindas das classes guerreiras, Heike e Genji, mesclam o sangue com a família imperial. Era a forma para chegar ao poder. Taira, que é chamado também de Heike, chega antes de Genji ao governo. Após a decadência da família Fujiwara, os imperadores tentaram restaurar o seu poder. Período em que inaugura-se a época dos "imperadores enclausurados". As intrigas conduzem às rebeliões, entre elas a de Hogen (1156) e a de Heiji (1159). Desgastes por parte da corte, por outro lado, aumenta o poder dos samurais. Mais precisamente do clã Heike.

Heike que ingressou no governo foi Taira Kiyomori. Casou uma filha com o imperador Takakura, de cuja união nasceu o imperador Antoku. Copiando o fausto da vida palaciana, Taira Kiyomori continua repetindo os erros de Fujiwara, enquanto isso, por fora, os da família Genji estão conspirando. Por fim, os Heike são derrotados na batalha marítima de Danno-ura. Batalha em que todos os chefes Taira são exterminados. O imperador Antoku, de sete anos, é atirado nas águas do mar interior Seto nos braços da avó. Tinha triunfado o clã Genji.

Com Genji no governo inicia-se o período dos shoguns, que perdurou por quase sete séculos. Mais uma vez, a capital é transferida. Desta vez, o shogun escolhe Kamakura. Shogun era o título outorgado pelo imperador ao guerreiro de sua confiança, tornando-o assim, no generalíssimo. No período Kamakura, que se inicia em 1192, coexistem dois governos, o do shogun e o do imperador. Um independente do outro. Em resumo, isto significava o enfraquecimento do poder do imperador.

Entre os fatos marcantes deste período está a invasão do Japão pelos mongóis. Ela acontece por duas vezes no século XIII. Na primeira tentativa, a de 1274, os mongóis chegam a aportar ao norte de Kyushu após sangrenta batalha com os samurais. Mas um tufão violento sopra consegue frustrar as tropas de Kublai Khan. Mas Khan não desiste. Por sorte, mais uma vez o vento sopra a favor dos japoneses. Daí nasce a expressão Kamikaze, ou seja, "o vento divino."

Consolida-se no período Kamakura o poder dos samurais, distribuídos nos feudos. Com o tempo, os feudos se tornam cada vez mais auto-suficientes. Feudos do interior afastam-se do poder central. Assim, conforme aumenta o poder local, as rixas aumentam. As guerras se tornam inevitáveis. Enquanto a classe guerreira se fortalece, são criados códigos que regulamentam as relações entre os seus membros. É o código moral dos samurais.

A história japonesa parece desenrolar-se quase que apenas nas camadas mais elevadas da população. As classes estão divididas entre os nobres, samurais, bonges (comuns) e semmin (marginais). Inúmeras escolas budistas são estabeleci das através do envio de monges japoneses para a China. Às seitas Shingon e Tendai vêm somar-se outras: Jôdo, Jôdo Shin, Hokke e Zen. Seitas ainda existentes no Japão atual.

As guerras desgastam o poder central exercido pelo shogun, principalmente as tentativas dos mongóis em invadir o Japão. Aproveitando-se destas brechas, os imperadores conspiravam a fim de restaurar o seu poder de fato. A primeira tentativa se deu em 1221 com Gotoba, sem sucesso. Mais tarde com Godaigo em 1331. Alguns samurais, descontentes com o shogun, conspiram junto com Godaigo. Entre eles, Takauji Ashikaga. Por fim, o shogun é derrotado e o imperador Kômyô concede a Ashikaga o título de novo shogun. O shogunato de Kamakura vigorou por 140 anos.

Mas Ashikaga não era melhor que o seu antagonista. Com a mudança do governo, muda-se a capital. Ashikaga transfere¬a para Kyoto. O terceiro shogun desta dinastia, Yoshimitsu, habita o Palácio das Flores de Muromachi, nome usado também para designar este período. A ostentação é uma das marcas fundamentais de Muromachi. O shogun manda construir o Pavilhão de Ouro, cujas paredes são cobertas pelo nobre metal. Em contrapartida, uma outra característica do período são as guerras internas. A primeira é a Guerra Ônin. A partir desta, diversas outras afloram, manchando com sangue o arquipélago japonês. Os feudos disputam entre si a supremacia diante de um governo desorientado. Apesar desta situação o clã Ashikaga consegue manter-se no poder por 235 anos.

A contradição do período foi a arte convivendo com a desordem provocada pela guerra civil. Enquanto guerreiam, os nobres cultivam a poesia "waka", o teatro "nô" e a cerimônia ¬do chá. O gosto pela estética invade os paladares mais finos. É também deste período a chegada dos primeiros ocidentais, os comerciantes portugueses e os jesuítas.

Vai provocar a queda definitiva do clã Ashikaga um general aparentemente obscuro, Nobunaga Oda. De início, fiel a Ashikaga, com o crescimento do seu poder, este é traído por ele. Ashikaga cai. Cresce a influência de Oda a cada batalha ganha. Ele se torna o unificador do Japão, colocando fim nas guerras civis. Derrota a tropa de Katsuyori, o filho do seu maior inimigo, Shinguen Takeda, aliando-se na batalha de Nagashino com Ieyasu Tokugawa. A tática de Oda foi a utilização das armas de fogo, trazidas pelos portugueses. Derrota também os monges guerreiros de Tendai.

A carreira de Oda vai terminar após uma traição. A traição do general Mitsuhide Akechi, depois morto por Hideyoshi Toyotomi, o continuador de Nobunaga Oda. O período conhecido por Azuchimomoyama é pontilhado de acontecimentos, apesar de curto. Não se inaugura nenhum shogunato. A guerra continua fazendo parte do cenário político. É também o momento da expansão do cristianismo na terra de Buda. Quanto ao comércio, os portugueses nunca lucraram tanto como neste período.

Do período Edo aos tempos modernos
- de 1603 a 1867
Mais hábil que os seus antagonistas Nobunaga Oda e Hideyoshi Toyotomi, leyasu Tokugawa conseguiu obter o poder após a derradeira vitória na Batalha de Sekigahara em 1600. Tokugawa era mais um político, que sabia esperar, do que um guerreiro. Foi assim que ele conseguiu obter sucesso. A partir de 1603 começa o último shogunato, o do clã Tokugawa. Nova mudança de capital. Tokugawa preferiu a longínqua vila de Edo, mais tarde Tóquio, distante dos centros aristrocráticos, na região de Kantô.

Não quer repetir os erros dos shogunatos anteriores de permitir que os feudos se fortaleçam e iniciem uma nova guerra civil. Visando este objetivo, Tokugawa fortalece o shogunato, o governo centralizador, e vigia a ação de seus aliados e de antigos inimigos. Este sistema garante um período de imensa paz, que os historiadores denominam de "Pax Tokugawa".

Com Tokugawa no governo, os ânimos são abafados. As divisões em classes sociais, iniciadas por Hideyoshi, tornam¬-se marcantes. Eram elas em ordem hierárquica: samurais, lavradores, artesãos e comerciantes.

Como visava a reconstrução do país, após mais de cem anos em guerra, Tokugawa resolve tomar medidas duras. Uma delas é a expulsão dos estrangeiros, no caso portugueses e espanhóis. O cristianismo é proscrito e os cristãos perseguidos pelo governo. Por fim, o governo resolve fechar os portos a todos os navios estrangeiros, exceto dos chineses e dos holandeses. Os holandeses só podiam ficar na ilha de Dejima em Nagasaki.

Ainda no primeiro século da administração Tokugawa, as últimas resistências tinham de ser vencidas. A mais significativa foi a revolta de Shimabara, em 1637. Os camponeses revoltam¬se contra a opressão dos senhores de Hizen e Amakusa. São mais de 25 mil revoltosos, somando-se aos camponeses os samurais derrotados em Sekigahara e os cristãos proscritos. A revolta tem à frente um católico, o jovem samurai Shiro Amakusa, de 16 anos.

Outras revoltas vão acontecer, sendo sempre abafadas e os revoltosos punidos. Eram revoltas por causa de problemas relacionados à terra. São menos significativas do que as mudanças que ocorrem durante este período de paz. Com o passar das décadas, a classe dos comerciantes começa a ganhar importância. É ela que fomenta a cultura das áreas urbanas. Os senhores feudais pegam dinheiro emprestado dos comerciantes.

Graças aos comerciantes, as cidades se desenvolvem. Principalmente em Edo e Osaka intensificam as transações comerciais. A indústria é igualmente beneficiada. Período de fartura, a cidade conduz também ao esbanjamento. A cultura, antes confinada nos palácios, escapa para as ruas. É a vez da cultura popular. A escola não é mais privilégio dos nobres. Todos que vivem na cidade podem aprendem a ler e escrever.

Nunca produziu-se tanta literatura como nesta época. E os livros de grande tiragem ficavam ao alcance do povo em geral. A arte popular tendia para as poesias "haikai" e "senryu", para o teatro "kabuki" e "Jôruri", para as xilogravuras ukiyo-e.

As mudanças em todos os setores, inevitavelmente iriam dilapidar a imagem do samurai. Sem mais guerras, a classe guerreira tornou-se uma lembrança do passado, que não tinha acompanhado o desenvolvimento da história. Quem entrava em crise não era somente o shogunato, mas o seu equivalente, o samurai. Em oposição ao samurai estava o comerciante, chamado de chõnin.

Período Moderno
Da modernização Meiji à democracia Taishô
- de 1868 a 1926

O fim do domínio dos shoguns acontece no momento em que o mundo ocidental acabava de experimentar as principais revoluções civis, como a americana e a francesa. E a economia capitalista necessitava cada vez mais de novos mercados, inclusive o japonês. O isolamento provocado após a instauração do shogunato Tokugawa contrariava as leis de oferta e procura. Foi assim que a pressão internacional para a abertura dos portos começou na metade do século passado. Sem sucesso, entre os séculos XVIII e início do XIX, os navios ingleses e russos tentaram quebrar o isolamento. Entretanto, a situação iria se modificar.

A intervenção foi dos Estados Unidos na qual o comodoro Mathew Perry entrega uma mensagem ao emissário do shogum pedindo o fim do isolamento. Este fato acontece em 1853. A abertura dos portos iria provocar, posteriormente, a derrubada do shogunato. Os antigos inimigos de Tokugawa, instalados em Kyushu, aproveitando-se da situação, conspiram. Período em que senhores feudais debelam-se contra os estrangeiros, demonstrando também descontentamento com a fraqueza do shogum. Quem se fortalece neste momento é o imperador, apoiado pelos que querem a derrubada do shogunato Tokugawa.

Por fim, depois de um longo período governado pelos shoguns, o governo centralizado na figura do Imperador volta a existir. A volta dos poderes ao Imperador ocorre em 1867.

Quem se encontra no trono é o jovem Mutsuhito que assumiu aos 14 anos, após a morte do imperador Kômei em 1866.

O retomo do governo para o imperador significa uma total reestruturação nacional, que passa a se chamar Restauração Meiji. Para realmente modificar as estruturas do país, Mutsuhito, o imperador Meiji precisou promover as mudanças mais radicais, como o abolição da classe dos samurais. Precisava modernizar o país para atender as necessidades de desenvolvimento capitalista. Em 1890 foi instituído um governo constitucional, tendo como modelo a constituição alemã.

Com o tempo, o governo japonês começa a enfrentar questões internacionais. Quer que a Coréia estabeleça relações comerciais com o Japão. Mas a China, que cobrava tributos da Coréia e a via como parte de seu território, não se simpatiza com os interesses japoneses. O desentendimento com a China irá lançar o Japão na primeira experiência bélica com o uso de armamentos modernos. Surpresos, os países do Ocidente assistem a vitória japonesa sobre a China. Aumenta no Japão o sentimento nacionalista, fortalecendo o espírito militar.

Numa outra guerra, desta vez com a Rússia, novamente o sucesso esteve do lado do Japão. A partir de então, o Japão pode se considerar a nação mais influente de toda Ásia.

O mérito do imperador Meiji, que governou o Japão por 45 anos, foi o fortalecimento interno, modernizando em pouco tempo os setores industriais, políticos e sociais. É também o momento de efervescência intelectual com a tradução e leitura dos clássicos ocidentais.

Durante o governo Meiji, a concentração urbana causada pelos êxodos rurais, vai provocar a emigração para outros países. Primeiro os emigrantes foram para o Havaí, depois Peru e, a partir de 1908, vieram para o Brasil.

O fenômeno emigratório japonês é conseqüência de momentos de grandes mudanças estruturais na sociedade japonesa. Se durante o período de reclusão, da era Tokugawa, os japoneses tiveram que isolar-se do resto do mundo, mudanças radicais aconteceriam com o advento da era Meiji. De certa forma, o processo se deu de maneira inversa. A transição do trabalho campesino para o industrial trouxe conseqüências drásticas. Problemas de modernidade que o Japão foi obrigado a resolver através da emigração.

O imperador Meiji morre em 1912, tendo como sucessor o príncipe Yoshihito, o imperador Taishô. É neste governo que o Japão participa da I Guerra, ao lado dos aliados. Não foi um governo centralizador como o de Meiji, caracterizado pelo avanço das idéias democráticas. Os democratas queriam menos poder para o imperador e mais para o povo. O sufrágio universal se torna lei em 1925, mas só beneficiando homens acima de 25 anos. Movimentos de cunho operário ganham notoriedade ao lado das idéias socialistas e as dos sindicatos.

Entretanto, mal a democracia começa a criar raízes, nos moldes ocidentais, ela tem morte prematura. Tal como o cristianismo nos séculos XVI e XVII, a democracia é uma idéia pouco atraente para a aristocracia japonesa. A oligarquia não está disposta a ceder espaço. O primeiro-ministro Hara Takashi assume o cargo em 1918. Três anos foram suficientes para que um atentado colocasse fim ao seu governo. Hara não era ligado nem à aristocracia e nem à oligarquia "hambatsu", que apoiava o imperador.

No setor econômico, o Japão obteve sucesso durante o período Taishô. Conseguiu monopolizar o mercado asiático, sem a intromissão dos europeus. Devido a desgaste provocado pelo conflito de 1914 a 1918, a Europa estava debilitada. Os industriais japoneses lançam-se a construir navios diante da escassez mundial deste produto. E conseguem capitalizar na indústria naval. Os produtos industrializados, antes fornecidos pela Alemanha, agora são fabricados pelos japoneses que conquistam o mercado. É o caso dos produtos químicos, medicamentos, tintas e adubos. Dos ingleses, os japoneses tomam o mercado asiático de fiação e tecelagem.

Os grandes bancos japoneses são formados nesta época, devido, principalmente, ao crescimento do parque industrial. São grupos de créditos como o Mitsui, Mitsubishi, Sumitomo, Yasuda e Daiichi.

O crescimento da economia japonesa foi temporário. Durou enquanto a Europa demorou em se recuperar. Com o fim da guerra, os japoneses conheceram o reverso do sucesso capitalista. Os produtos japoneses perdem espaço no mercado. Com isso, a recessão toma conta da vida dos japoneses, mas é justamente nesta situação que prosperam as idéias democráticas.

O fim da era Taishô, de altos e baixos, de democracia e crescimento econômico, vai ser marcado com a ascensão das idéias nacionalistas, com o respaldo dos militares.

Do imperador Shôwa ao imperador Akihito
- de 1926 aos tempos atuais
Ao falar da era Shôwa, remetemo-nos naturalmente ao imperador Hirohito -nome que usava quando vivo-, que teve o mais longo dos governos no Japão moderno. De 1926 até 1989, portanto por 64 anos, o imperador Shôwa governou um país que passou por uma guerra mundial, a responsabilidade e o peso da derrota, inclusive experimentando os horrores da bomba atômica, seguida de um intenso trabalho para a recuperação do país. Após a guerra. O imperador, até então considerado uma divindade, declara ser um homem de carne e osso. Falando pelo rádio para todo o país para explicar a derrota, e mais tarde, caminhando pelos destroços e pedindo para que o povo tivesse esperança para reconstrução, ele assumiu a condição de um ser humano. E foi a primeira vez que a grande maioria dos japoneses ouviu ou viu seu líder de perto.

Todas as contradições do Japão' estiveram presentes na era Showa. De nação bélica, o Japão se tornou um país pacífico, cujo espírito provém inclusive da cláusula de sua nova Constituição.

Quando o imperador Showa recebeu o governo de seu antecessor Taisho, a crise estava instaurada. O malogro da democracia tinha criado condições para o fortalecimento de forças paralelas. Para piorar, o "crack" da Bolsa de Nova York em 1929 afetou a já debilitada economia japonesa. O desemprego chega a uma cifra assustadora: dois milhões de trabalhadores estavam fora das fábricas. Na zona rural, o preço dos produtos agrícolas chega ao ponto crítico. Em contrapartida, há o acúmulo de riqueza nas mãos dos capitalistas. Os partidos políticos estão ameaçados pela corrupção. Nesta instabilidade econômica e política nasce o germe do fascismo japonês. Trata-se de um sistema populista centralizador alicerçado na figura do imperador como o único caminho que poderá conduzir o Japão para o desenvolvimento.

Cada vez mais aumenta a influência dos militares diante do fracasso do sistema democrático. O incidente que vai reforçar a expansão imperialista japonesa, sob o comando dos militares, é o de Manchúria. A força japonesa estacionada naquela província desde 1919 provoca em 1931 uma explosão na Estrada de Ferro Sulmanchuriana, pertencente ao governo japonês. A culpa recai sobre os chineses e com isso surge o argumento necessário para justificar uma agressão militar. Assim se inicia o ataque a cidades chinesas pelo exército japonês.

Com a tomada do território, é declarada a independência da Manchúria, colocando como regente Pu Yi, o último imperador da dinastia Ching, deposto pela república. Este Estado, controlado pelos japoneses, é chamado Manchukuo¬ - Nação Manchu.

A situação interna no Japão não é das melhores. Não há liberdade de expressão. Os líderes socialistas, operários e liberais desaparecem de cena. São condenados ao ostracismo ou desaparecem nos porões da repressão

Devido as campanhas militares na China, a economia japonesa encontra-se dilapidada e o comércio exterior impedido de se expandir por pressão dos aliados. Foi quando os Estados Unidos resolveu dar o golpe fatal. O governo americano suspende em 1939 a venda de matérias-primas e demais insumos industriais para o Japão. O petróleo seria uma delas.

Nenhum acordo com o presidente Franklin Roosevelt foi possível. Do lado japonês, o endurecimento das posições se dá com o ministro da Guerra, o general Tojo Hideki, que ascende ao cargo de primeiro ministro. O general não queria mais acordo com os Estados Unidos, preferindo a opção pela guerra.

Ainda não tinha amanhecido em Havaí, em 7 de dezembro de 1941, quando a aviação japonesa ataca a base norte¬americana de Pearl Harbor. Em seguida, declara guerra aos Estados Unidos e Inglaterra. Mas a entrada do Japão na guerra estava fadada ao fracasso. Já em 1942, os japoneses davam sinais de debilidade nas guerras do Pacífico.

Derrotada na guerra, o Japão precisa ser reconstruído e adaptado à modernidade. Mas antes, teve que arcar com as dores. As forças aliadas ocupam o Japão em 1945 sob o comando do general Douglas Mac Arthur. O período de ocupação americana, que vai de 1945 a 1951, serviu para o Japão retomar o caminho do desenvolvimento. Foram eliminadas as idéias bélico-imperialistas e restaurada a democracia. Uma década depois, o Japão mostrava sinais de recuperação. É daí a expressão "milagre japonês".

Algumas décadas foram necessárias para colocar o Japão entre os países adiantados. Se no início os produtos japoneses eram considerados baratos e ruins até pelos próprios japoneses, em pouco tempo o País passou a ameaçar os Estados Unidos como segunda potência econômica. Assimilando bem os ensinamentos dos americanos quanto ao aumento de produtividade e melhoria de qualidade, os japoneses passaram a adotar métodos de trabalho que hoje são utilizados no mundo inteiro, que visam principalmente a eliminar o desperdício no processo industrial. Na área comercial, os japoneses ganharam dos americanos em muitos segmentos. Produtos japoneses invadiram as lojas dos Estados Unidos.

O grande desenvolvimento econômico do Japão provocou, a partir da década de 80, um movimento inverso de imigração, comparado àquele do início do século. Os nikkeis do Brasil, do Peru e dos demais países sul-americanos estão retomando ao Japão como mão-de-obra não especializada. São conhecidos como "Dekassegui". Sonham retomar ao Brasil após alguns anos de trabalho no Japão. Por isso, trabalham arduamente a fim de poupar o suficiente para montar um negócio próprio ou adquirir bens no Brasil. Isso nem sempre se realiza. Depois de retomarem ao Brasil, passado algum tempo, voltam ao Japão. E o ciclo volta a se repetir enquanto não conseguem garantir uma estabilidade financeira. A comunidade brasileira no Japão é grande e com isso muitas casas de espetáculos procuram programar shows de música brasileira, enquanto muitos supermercados oferecem comidas típicas. É a cultura brasileira chegando naquele país.

Em 1989, os japoneses choram a morte do imperador Hiroito, que acompanhou os momentos mais difíceis do povo japonês. O imperador que assumiu a nova era, a de Heisei, Akihito, foi o primeiro a se casar com uma moça plebéia, a imperatriz Michiko, e também foi o primeiro a criar seus filhos em sua própria casa. Apesar de a aparência sempre discreta da família imperial ter se mantido a mesma, transformações estavam ocorrendo dentro da milenar tradição. O príncipe herdeiro, Naruhito, seguindo o exemplo do pai, também se casou com uma moça sem laços familiares com a nobreza.

O Japão moderno, consciente de sua limitação territorial e de recursos naturais, procura manter uma relação de cordialidade com todos os países, incentivando sempre o intercâmbio comercial e cultural, Dependente de fornecedores externos, o Japão se tornou o principal exportador de produtos manufaturados e detentor da tecnologia de ponta em quase todos os setores industriais.
Extraído do livro História do Japão – Origem, Desenvolvimento e Tradição de um País Milenar.

Sites Interessantes sobre o Japão:
Wikipedia
Girafamania
Google - História do Japão
AKSER Brasil

História da Qualidade
Por Caroline Faria

A “qualidade” pode ser definida como: 1. Aquilo que caracteriza uma pessoa ou coisa e que a distingue das outras; 2. Modo de ser; 3. Atributo, predicado, aptidão; 3. Melhoria contínua, conformidade com os requisitos e adequação ao uso, observados critérios como custos, controles internos e prazos, dentre outros. Esta última, bem mais recente.

Podemos dizer que a história da qualidade começou com a Revolução Industrial e a disseminação da produção em série. Mas há quem “viaje” um pouco mais e remeta esta preocupação aos tempos de Hamurabi e seu código que condenava à morte qualquer construtor que construísse uma casa que desmoronasse por não ser sólida o suficiente, matando o morador (falta de qualidade…).

De qualquer forma, um ponto é unanimidade: a qualidade como conhecemos hoje só surgiu por causa da segunda guerra mundial. Naquela época já existia uma certa preocupação com a qualidade dos produtos, o que significava garantir que todos os produtos fabricados teriam as mesmas características e não apresentariam defeitos, na medida do possível. Para isso, foram criados os inspetores de qualidade, responsáveis por inspecionar produto por produto. Ufa! O método não muito eficiente (é fácil perceber por que…) foi logo substituído pelas “técnicas estatísticas de controle da qualidade”, criadas por Walter Andrew Shewhart que, então, trabalhava na Western Eletric, por volta de 1920.

Por ocasião da II Guerra, os EUA incentivaram a utilização dos métodos estatísticos de Shewhart pelos seus fornecedores ajudando a disseminar os novos métodos de controle de qualidade no mundo.

Finda a guerra, surgem os japoneses. Com uma dívida para pagar devido à derrota, os japoneses começam a investir em suas industrias. O que fez com que os japoneses logo se sobressaíssem foi o fato de que a maioria de sua população era estudada, possuía pelo menos o nível médio, ao contrário dos americanos, e eram disciplinados, o que facilitou, e muito, o desenvolvimento de suas indústrias. Onde entra a qualidade nisso?

Bem, os japoneses, como dependiam das exportações para conseguir comprar praticamente tudo de que necessitavam e ainda pagar sua dívida, se viram diante do desafio de vender a outros mercados com preços menores, produtos de qualidade igual ou superior.

Para os japoneses, que tinham uma lógica de preços diferente da americana, o método de inspeção do produto pronto mesmo que por técnicas estatísticas de controle de qualidade era ineficiente e ainda encarecia o produto. Enquanto para os ocidentais o preço é igual ao custo mais a margem de lucro, “p=c+m”, para os japoneses a equação se invertia, era o custo igual ao preço menos a margem, c=p-m. Ou seja, para os japoneses o preço era definido antes mesmo da fabricação e os projetistas eram responsáveis por encontrar um meio de produzir dentro daquele custo estipulado, logo deveriam ser eliminadas todos os itens que não agregassem valor ao produto: desperdício, tempo ocioso, troca de ferramentas, sujeiras e contaminações, lotes de produção, estoques em trânsito, defeitos, falhas e inspeções.

Assim, os japoneses desenvolveram um método de controle de qualidade que ao invés de encontrar e eliminar as peças defeituosas buscava evitar que os defeitos ocorressem. Os responsáveis pela revolução japonesa da qualidade foram a JUSE (Union of Japanese Scientists and Engineers) e os estatísticos W. E. Deming, Shewhart, Kaoru Ishikawa e Joseph M. Juran.
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Nos anos seguintes, Armand V. Feigenbaun lançou o livro “Total Quality Control: engineering and management” do qual surgiu o conceito de TQC. Philip B. Crosby, criou o conceito de “defeito-zero” no qual tudo pode ser bem feito da primeira vez.

O próximo grande passo da história da qualidade pode ser chamado de “normalização”. A partir de 1987, com a criação da ISO9000, o que houve foi nem tanto uma mudança de conceitos ou abordagem (embora tenha havido), mas uma popularização impressionante em meio às indústrias das certificações dos “sistemas de garantia da qualidade” segundo padrões adotados internacionalmente.

Fonte : Infoescola

DEMING, O Japão e a Qualidade Total
Por Gilson Nelson Coelho

O LEGADO DE DEMING
O dia 19 de dezembro de 1993 marcou a morte de William Edwards Deming, após 93 anos dedicados à causa da qualidade total. Semelhante a uma árvore que se submete aos ciclos naturais da vida, este golpe não diminuiria a eficácia das sementes que plantou e que hoje se multiplicam, disseminando a qualidade como causa cerne da produtividade, valor agregado aos produtos e serviços que contribuem para a melhoria da qualidade de vida no planeta.

Nascido em 14 de outubro de 1900 em Sioux City, Iowa, este americano de família pobre teve muitas dificuldades na infância, já trabalhando aos 12 anos de idade, época em que os 1,25 dólares recebidos por semana, ajudavam no orçamento da casa, se é que assim podia ser chamada.

Fazendo faxina, acendendo lamparinas, regando plantas, atendendo em farmácia, são exemplos de atividades que propiciaram o custeamento dos estudos, tornando-se físico-matemático em 1928. O homem que mais tarde se apaixonou pela estatística e que acabou sendo um dos mentores da ascensão japonesa no pós-guerra, influenciou significativamente o desenvolvimento industrial de muitos outros países, inclusive dos Estados Unidos, numa etapa posterior.

Gostava de pregar a transformação como bandeira capaz de romper com os antigos vícios que caracterizavam a gestão do monopólio arrogante, que produzia de qualquer jeito sem levar em consideração as necessidades do cliente. Alertou que a pujança dos Estados Unidos não foi resultado de méritos conquistados num ambiente onde predominavam as reais competições de mercado mas, muito mais, pelo oportunismo da guerra que garantiu o império americano entre 1950 e 1968, quando boa parte do mundo permanecia devastada. O maior desafio para a administração americana era conseguir produzir o que pudesse para atender um mercado em expansão.

Em tais circunstâncias, os protagonistas americanos tenderam a canonizar suas formas de atuação gerencial influenciando acionistas, gerentes, empregados e o próprio governo, irredutíveis na idéia de que sabiam dirigir os negócios e como fazer dinheiro, não se dando conta de que o aprendizado era totalmente supersticioso.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, encontrava-se o Japão, destroçado pela guerra, como se já não bastassem as dificuldades de quem não possui recursos naturais, vivendo num espaço 1,5 vezes o estado de São Paulo com 70% do território formado por montanhas, vulcões em atividade, vendavais e maremotos.

Deming pisou neste mar de dificuldades pela primeira vez em 1946 quando fazia uma viagem ao redor do mundo sob o patrocínio da seção científica e econômica do departamento de guerra americano, dando assistência as forças de ocupação americanas com estudos sobre nutrição, produção agrícola, pesca, etc., uma vez que fazia parte do departamento do censo, após ter atuado no departamento de agricultura como físico-matemático.

Ainda nos Estados Unidos, ficou fascinado pelo uso da estatística no controle da qualidade mais voltada as indústrias que tinham contrato de aprovisionamento de material bélico, tendo Walter Shewhart como mentor intelectual do controle de processos de quem ficou muito amigo.

Por volta de 1943, ajudou a difundir o controle estatístico da qualidade com cursos que foram ministrados a cerca de mil multiplicadores, muito deles levando a obra adiante chegando a atingir mais de 30 mil pessoas com forte impacto sobre a qualidade e o controle de produção da guerra, com destaque para a significativa redução dos índices de refugo e retrabalho.

Apesar deste acontecimento, não foi nos Estados Unidos e sim no Japão que a qualidade acabou despontando como grande fator de vantagem competitiva chegando a promover uma nova ordem econômica no mundo.

Afirmava Deming: "Nos Estados Unidos os cursos foram bem recebidos pelos engenheiros, de níveis intermediários, mas as pessoas da alta administração não perceberam a importância do que estava acontecendo.".

Estava identificada, com certeza, a principal causa da não evolução da cultura da qualidade nos Estados Unidos daquela época, agravada pelo fato de que os envolvidos com a qualidade não eram bem vistos pela alta administração que ainda não associava a qualidade como forma de redução de custos, afinal em mercado comprador, o preço acaba sendo pago sem o questionamento do valor agregado.

Estava traçado também, e por um bom tempo, o destino dos Estados Unidos no que se refere a forma de administrar a produtividade, optando pelo aporte de capital, disponível, que acabava se processando através das inovações calcadas nas máquinas e equipamentos.

Deming sempre condenou a estratégia oportunista de bater e correr, fazer de qualquer jeito, ganhando dinheiro numa relação que a longo prazo não privilegiasse o ganha ganha.

Sabia das limitações dos japoneses e não deve ter sido difícil deduzir que a única opção para reerguer o país seria investir no aporte de conhecimento, baseado nas pessoas, através de melhoramentos contínuos.

Na primeira viagem em 1946, permaneceu no Japão por dois meses, tempo suficiente para estreitar alguns laços de amizade com estatísticos japoneses, época em que Ken-Ichi koyanagi com outros seis engenheiros formaram a J.U.S.E. (União dos Cientistas e Engenheiros Japoneses) com o propósito de reerguer o Japão.

Voltou ao Japão em 1948 para prosseguir o trabalho anterior e finalmente, em 1949, foi convidado por Koyanagi a ensinar métodos estatísticos para a indústria, convite que só se concretizou em junho de 1950, sob o patrocínio do comando superior das forças aliadas.

A primeira conferência em Tóquio, datada de 1950 reuniu cerca de 230 pessoas num ambiente de calor infernal onde os japoneses se engalfinhavam para ver as novidades do Dr. Americano.

Apesar da repercussão, Deming temia pelo fracasso: "Eram estudantes maravilhosos, mas no primeiro dia das palestras um pensamento horrível me ocorreu: não acontecerá nada no Japão; meus esforços não darão em nada, a menos que converse com a alta administração. Nessa época eu tinha alguma idéia do que a alta administração deveria fazer. Há muitas tarefas que só pessoas em cargos elevados podem executar, como pesquisa de consumo e trabalho com vendedores. Eu sabia que devia atingir a alta administração. Do contrario, seria outro fiasco, similar aos Estados Unidos".

Mais do que ninguém, ele sabia e defendia que a qualidade começa com a intenção que é determinada pela administração, que é quem detém o poder e estabelece as regras do sistema, que corresponde a 85% dos problemas de qualidade e produtividade. Somente 15% são prerrogativas dos empregados que acabam se comportando de acordo com o sistema vigente que desestimula o questionamento do status quo.

Determinado o grande foco, não tardou em se aproximar de Ichiro Ishikawa que coordenava a Associação Japonesa de Alta Administração, Keidan-Ren, e a J.U.S.E.. Deming convenceu Ishikawa a convocar os principais industriais a ouvi-lo falar sobre qualidade, o que foi prontamente atendido.

A maioria era cética. Eles conheciam a reputação negativa dos produtos japoneses, mas ficaram atentos a explanação que segundo Deming, fez o máximo no sentido de motivá-los a que assumissem a tarefa indelegável de conduzir a transformação.

Ele conta que quando retornou em 1951, muitos empresários faziam questão de mostrar que estavam trabalhando pessoalmente na condução do processo e mostravam seus resultados exibindo dados de próprio punho como quem se orgulha de ter cumprido os deveres de casa.

Em 1950, Deming previu que dentro de cinco anos, os produtos japoneses invadiriam os mercados do mundo inteiro, baseado nas características da mão-de-obra, dedicação, fé e vontade de aprender da alta administração e da ampliação da educação pela J.U.S.E. que até 1970 ensinou métodos estatísticos a 14.700 engenheiros e milhares de supervisores num verdadeiro "esforço de guerra".

"Não bastaria ter êxitos brilhantes aqui ou ali. Esforços descoordenados não teriam impacto e escala nacional. A qualidade, em termos de necessidades presentes e futuras do consumidor, passou a ser imediatamente, um assunto de todas as empresas e de toda a nação em qualquer atividade. A melhoria da qualidade tornou-se no Japão, em 1950, uma preocupação geral", segundo Deming. Esta visão holística, não só de empresa como nação, mais tarde seria reconhecida pelo mundo através de produtos de qualidade, oriundos de um país às vezes identificado como Japão S.A.

Prêmio -O prêmio deming, mais alta honraria da qualidade conferida a empresas, foi criado em 1951 pela J.U.S.E. e anualmente evidencia a qualidade em cerimônia transmitida por cadeia nacional de TV e rádio reforçando os aspectos de uma cultura que muitos benefícios trouxe a este conjunto de ilhas que praticamente desconhece o analfabetismo, 88% das pessoas fazem parte da classe média e possui um superávit comercial de fazer inveja a qualquer país do mundo.

O fato de se associar Deming a controle estatístico do processo, pode induzir aos menos avisados de que a sua atuação era predominada por raciocínio numéricos carregado de gráficos e fórmulas inacessíveis a maioria dos mortais. Na verdade, ele sempre deu muita ênfase aos medidores da produtividade, utilizando-se da estatística para a aferição constante das ações implementadas no sistema, afinal é imprescindível saber se o jogo está ou não sendo ganho. Coadunou o aspecto estatístico das variações do processo com o raciocínio sistêmico que caracteriza o funcionamento das organizações.

Defensor do aporte do conhecimento, sempre pregou a união e a valorização do indivíduo não como um fator de produção, mas pela capacidade de realização que se observa cada vez que resgatamos a cidadania das pessoas, constituindo o melhor dos ativos - o do conhecimento, considerado condição sine qua non em ambiente de qualidade total.

A filosofia Deming de administração da qualidade acabou sendo conhecida através dos 14 pontos, e as 5 doenças fatais que esboçamos a seguir. (Nos Estados Unidos, são 7 as doenças).

Destas inspirações derivaram teorias, teses e livros de muitos (pseudo) especialistas que pegaram carona na filosofia do mestre.

Não nos limitaremos a citar, mas faremos alguns comentários adicionais ampliando a compreensão do leitor a respeito de cada item.

OS 14 PONTOS DE DEMING
1. Crie constância de propósito no sentido de melhoria de produtos e serviços, com a finalidade de tornar-se competitivo, permanecer no negócio e oferecer empregos.

Além de focar o cliente, ressalta a persistência indispensável para promover a mudança porque, ao longo do processo, as tentações que convidarão a transgredir com a qualidade se apresentarão com muita freqüência, nas urgências do curto prazo, nas rotinas do dia a dia. A constância de propósito faz lembrar que não queremos ter empresa somente hoje, mas que ela cumpra sua função econômico-social também no futuro. Esta persistência é no sentido de avançar sem trégua e ao mesmo tempo ir dinamitado as pontes, num caminho sem retorno.

2. Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica. A administração ocidental deve despertar para o desafio, deve aprender suas responsabilidades e assumir liderança na mudança.
A nova filosofia presume a qualidade focada ao cliente como pano de fundo. A alta administração japonesa assumiu a liderança e isto significa que o vetor mais importante da cultura organizacional apontou para novos rumos, estudou o assunto, conduziu os liderados de forma a amenizar as resistências comuns a tudo aquilo que é novo, desconhecido, assumindo uma posição muito mais de líderes de pessoas do que como chefe de coisas.

3. Acabe com a dependência da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção tendo como base inspeção constante para estabelecer a qualidade no produto em primeiro lugar.

Abandonar a postura corretiva assumindo a preventiva, o que deve ser controlado é o processo e não o produto, muito menos as pessoas. Não existe nenhum mérito em ampliar o quadro de médicos legistas. Precisamos de sanitaristas.

4. Acabe com a prática de negociar tendo como base a etiqueta de preço. Em vez disso, minimize o custo total. Mude para um único fornecedor para um certo item, numa relação de lealdade e confiança no longo prazo.

Parceria no mais alto grau com relacionamento de alta maturidade. O custo total aqui significa adicionar ao preço de compra todos os problemas de incorfomidades, atrasos, retrabalhos que o item "baratinho" acaba provocando, sem falar outros números invisíveis que jamais serão conhecidos. Quanto custa um cliente insatisfeito?

5. Melhore constantemente e definitivamente o sistema de produção e serviço, para melhorar a qualidade e a produtividade e, dessa forma, diminua constantemente os custos.

A qualidade é um alvo móvel. As necessidades dos clientes mudam e a melhoria contínua baseada nas pessoas constitui ativo de conhecimento acumulado que faz corresponder as renovadas expectativas destes clientes. Aqui os medidores desempenham um papel fundamental. Recursos gráficos constituem gerenciamento visual, democratiza a informação que antigamente era prerrogativa só de chefes, afinal, informação sempre foi sinônimo de poder.

6. Institua o treinamento ao trabalho.
Treinar, conscientizar, educar. Existem empresas no Japão que chegam a ministrar 120, até 140 horas de treinamento por homem por ano, em cima de uma mão-de-obra que já é uma das mais qualificadas do mundo. A revolução é feita com pessoas contanto que essas pessoas mudem comportamento, assumam novas posturas e para isso as informações, orientações não podem ser poupadas. Treinamento é aporte de conhecimento, é um daqueles ativos invisíveis que nem todos conseguem perceber.

7. Institua liderança (veja ponto 12). A meta da liderança deve ser ajudar as pessoas, máquinas e equipamentos a realizarem um trabalho melhor. A liderança na administração está precisando de revisão bem como a liderança dos trabalhadores da produção.

Constitui um dos maiores desafios, uma vez que o passado nos legou uma gestão que se caracterizava por poucas cabeças mudando e muitos corpos fazendo. A liderança provoca sinergia, um todo muito maior que a soma das partes. Suaviza a mudança porque trabalha com entusiasmo, com a auto-estima das pessoas, provém direção, sentido, e acaba fazendo a transformação tão desejada.

8. Afaste o medo, de forma que todos possam trabalhar efetivamente para a empresa.
Sem liderança, o passado foi marcado pela autoridade presente, num país de desemprego, visão de curto prazo, autoritarismo, oscilações de mercado e outros inconvenientes, a relação com funcionários também acaba sendo de curto prazo, baixa maturidade, com a predominância do medo. Com medo as pessoas não arriscam, não ousam, não experimentam, é mais seguro não fazer nada.

9. Derrube as barreiras entre os departamentos. O pessoal da área de pesquisa, projetos, vendas e produção deve trabalhar como uma equipe, para prever problemas de produção e na aplicação que pode ser prevista para o produto ou serviço.

O sucesso será fruto da obtenção de um ótimo global e jamais de um ótimo local. Afinal, a qualidade pretendida é a qualidade total. Sinergia, empatia, parceria, ficam em evidência. O sentido e direção, já mencionados, permitem que a organização funcione de forma sistêmica, caso contrário, cada um dar o melhor de si pode significar uma resultante nula ou negativa. Abaixo ao: nós x eles x aqueles. Todos fazem parte de um único barco.

10. Elimine os slogans, exortações e alvos para a força de trabalho pedindo-lhes zero defeitos e novos níveis de produtividade.

É comum criar as frases e esperar os milagres, como se problemas estruturais se resolvessem por si só. É uma forma mascarada da administração passar o bastão aos funcionários, esquecendo que 85% da resolução dos problemas diz respeito a prerrogativas do sistema que a própria administração determina e sustenta.

11. Elimine os padrões de trabalho (quota) no recinto da fabrica. Substitua a liderança. Elimine a administração por objetivos. Elimine a administração por números e metas numéricas. Substitua a liderança.

As quotas são os medidores vigentes e eles ditam o comportamento das pessoas. A qualidade fica prejudicada quando o supervisor é obrigado a tirar a quota no final do mês para atender de forma inquestionável o faturamento. Quando o gráfico do faturamento parece gráfico de eletrocardiograma, significa que a saúde da empresa preocupa, o curto prazo predomina e as ações de hoje estão minado o futuro. Trata-se de um sintoma que inspira cuidados. Os picos e vales demonstrados pelo gráfico caracterizam uma situação de descontrole do processo.

12. Renova as barreiras que roubam do trabalhador horista o direito de orgulhar-se de seu trabalho. A responsabilidade dos supervisores deve modificar-se de simples números para a qualidade.

Não faz sentido pregar a qualidade total e proporcional qualidade parcial aos colaboradores, deixando de fornecer ferramentas adequadas, segurança, qualidade de vida, afinal. A proposta convida os supervisores a agirem como facilitadores provendo os meios, orientando, adotando a nova filosofia.

13. Institua um vigoroso programa de educação e de auto-aperfeiçoamento.
Não só treinamento para o trabalho, mas educação para a vida, apostando no aporte do conhecimento que vai fazer brotar do fundo da alma as ações que legitimarão as mudanças. Acabará ocorrendo de dentro para fora, fruto da compreensão e engajamento de cada um.
14. Ponha todos da empresa a trabalharem pela transformação. A transformação é tarefa de todos.

É condição para se obter o ótimo global, melhorando a organização de forma sistêmica. Novamente o papel da alta administração é fundamental, pois as novas ações precisam ser legitimadas a cada dia com constância de propósito, caso contrário, o rio volta ao seu antigo leito e a qualidade total não avança.

AS DOENÇAS FATAIS:
1. Falta de constância de propósito.
Sem a perspectiva de longo prazo, relacionamento de alta maturidade com clientes, fornecedores e funcionários, fica difícil o aporte do conhecimento, as relações não se sustentam e a empresa vive um constante "da mão para boca" numa espécie de estratégia de bater e correr.

2. Ênfase nos lucros a curto prazo.
É muito comum nos Estados Unidos a busca enlouquecida dos dividendos trimestrais, muitas vezes fazendo contabilidade criativa, maquiando números numa espécie de auto-enganação muito mais voltada para bolsa de valores do que para os clientes.

3. Avaliação de desempenho, classificação por mérito.
É muito comum no Ocidente, mas estimula o medo e acirra o indivíduo desencadeando a legião dos perdedores e vencedores. Este sistema alimenta o desempenho no curto prazo, mas destrói o planejamento em longo prazo, demoli o espírito de equipe, fomenta a rivalidade e a política.

4. Mobilidade da administração.
Como é que uma pessoa pode se comprometer com qualquer política quando sua permanência na empresa é de apenas alguns anos? As pessoas precisam conhecer o negócio, criar raízes na companhia, conhecendo todos os meios, a cultura e a interação disto tudo no sentido de satisfazer o cliente.

5. Dirigir a empresa apenas com base em números visíveis.

• Qual o efeito multiplicador sobre uma venda bem sucedida?
• Qual o estrago que pode fazer um cliente insatisfeito?
Da mesma forma, o aporte do conhecimento, é vital para a empresa, mas não faz parte do balanço anual.

Importante:
Os itens 6 (custos de assistência médica) e 7 (custos exagerados de garantia) sempre foram considerados mais fortes nos Estados Unidos, não cabendo ao Brasil. Com a Lei de Proteção ao Consumidor (inversão do ônus da prova), abertura de mercado e uma crescente conscientização para a qualidade, cabe ressaltar que deverá ser objeto de preocupação também aqui no Brasil, principalmente no que se refere ao item 7.

O legado de William Edwards Deming será cultuado por muitas gerações, principalmente pelo fato de que o gerenciamento da qualidade ainda é incipiente em muitas empresas em diversas partes do mundo.

Haveremos de dar continuidade a essa obra que tem tudo a ver com o contexto holístico atual, contribuindo para melhorar a qualidade de vida de muita gente, quer pelo sistema proposto de gestão que valoriza o indivíduo, quer pelo desfrute de produtos que a cada dia se aprimoram facilitando o nosso cotidiano.

O leitor já deve ter percebido que acabamos de ampliar a massa crítica no tocante ao tema qualidade. Conquistamos mais um aliado e haveremos de atuar como multiplicadores, dando continuidade a esta obra que cada vez mais se afirma independente do tempo.

Motivadores não nos faltam. Conhecemos o Brasil e os desafios a que estamos submetidos, agora em um contexto globalizado, marcado pela busca de excelência.

A filosofia Deming de administração bem que pode ser um norte, avalizado não por esta ou aquela empresa, mas pela redenção de uma nação, hoje reconhecida nos quatro cantos do mundo -o Japão.

Ao mestre Deming, nossa profunda admiração, respeito e a mais sincera gratidão.

Sites Interessantes sobre a Qualidade
A Revolução Japonesa no Gerenciamento Da Qualidade
O Brasil imita o Japão? A qualidade em empresas de auto-peças

Aeronáutica comemora 137 anos do nascimento de Santos-Dumont

20 de julho de 2010
Alexandre Galante
“Ele era uma pessoa perseverante, enfrentou vários percalços para atingir os objetivos no árduo caminho trilhado, mas nunca desistiu”. Este talvez seja o maior legado deixado por Alberto Santos-Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica, ressalta o sobrinho-bisneto Wanderley Dodsworth, que participa hoje das comemorações dos 137 anos de nascimento de Santos Dumont, em Cabangu, Minas Gerais, cidade natal de Dumont. Ouça aqui a entrevista.

Alberto Santos-Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873. Natural de Cabangu, Distrito de Palmira, em Barbacena (MG), a data de nascimento celebra a genialidade de um homem muito à frente de seu tempo. “Acho que podemos considerá-lo realmente um exemplo, uma figura inspiradora para muitos jovens”, explica Dodsworth.

Dono de um espírito inovador, o Pai da Aviação se mostrou uma pessoa precoce. Com apenas sete anos Santos Dumont já guiava os locomóveis da fazenda. Fascinado pela tecnologia, começou a construir pipas e pequenos aeroplanos movidos por uma hélice acionada por molas de borracha torcida. “Haverá hoje, talvez, quem ridicularize minhas previsões sobre o futuro dos aeroplanos. Quem viver, porém, verá”, disse ele, em Paris, em 1905, um ano antes de alçar voo em seu 14-Bis, à frente de uma multidão no Campo de Bagatelle.

A maior conquista de Santos Dumont aconteceu no dia 23 de outubro de 1906, quando a bordo do 14-Bis voou com um aparelho mais pesado que o ar. O 14-Bis ergue-se a mais de dois metros do solo, ao longo de sessenta metros. É a consagração definitiva. A imprensa mundial noticia a proeza e deixa o mundo inteiro boquiaberto. O futuro da aviação estava definitivamente selado e Santos Dumont entraria para a história como o autor de umas maiores façanhas da humanidade. “Precisamos aprender a valorizar tanto a nossa história como o nossos heróis”, afirma o sobrinho-neto Wanderley Dodsworth.

FONTE: CECOMSAER
Acesse vídeos, sites, blogs abaixo :

Santos-Dumont-A sua vida, suas obras
Morre Alberto Santos Dumont
Primeiro e único brasileiro na lua
Biblioteca
A era Santos Dumont
A construção histórico-social da noção de energia
Memórias do Ventura

A História da Invenção do Avião

A cena: Paris, a “Cidade-Luz”, capital da França, exibindo suas aspirações e frutos de uma continuada e, ainda, efervescente Revolução Industrial e Cultural. O ano: 1906, o dia: 23 de outubro, às 16h25min; inúmeras pessoas, com os seus chapéus nas mãos, vibrando, acenando ao alto, extasiadas pelo que presenciavam, enquanto Santos Dumont cruzava, em vôo, o Campo de Bagatelle, com o seu Mais-Pesado-Que-o- Ar: o 14-Bis.

Este relato descreve, de forma sucinta, o motivo de comemorarmos em 23 de outubro, o Dia do Aviador. Porém, sua importância vai além de representar apenas a data magna da Aeronáutica - aqui entendida como a Ciência da Navegação Aérea - e da Força Aérea Brasileira. Essa data é carregada de inquestionável valor histórico; porém para desfilarmos seus motivos, torna-se imprescindível falarmos do ilustre brasileiro Alberto Santos Dumont.

Toda história teve início quando, aos 24 anos de idade, o jovem engenheiro de formação e ascendência francesa, Dr. Henrique Dumont conheceu a jovem Francisca de Paula Santos e, se casaram, a 6 de setembro de 1856, na cidade de Ouro Preto-MG.

Em 1872, o Dr. Henrique Dumont foi contratado para trabalhar na construção da Ferrovia Pedro II, posteriormente conhecida como Estrada de Ferro Central do Brasil, que ligaria o Rio de Janeiro a Minas Gerais, particularmente o trecho localizado na Serra da Mantiqueira.

Para não ficar longe da família, o Dr. Henrique trouxe sua esposa, os cinco filhos, instalando-se em uma casa próxima às obras, na Fazenda Cabangu, entre os Distritos de João Ayres e João Gomes; local onde nasceu, a 20 de julho de 1873, data em que o Dr. Henrique completava seus 41 anos, o sexto, dos oito filhos do casal, batizado como Alberto Santos Dumont.

Concluída as obras em 1875, a família Dumont mudou-se para a cidade de Valença-RJ e, posteriormente, em 1879, para Ribeirão Preto-SP, onde se estabeleceu na Fazenda Arindeúva, ocupando-se com plantio e beneficiamento de café, através da empresa Dumont Coffee Company.
Em 1891, Santos Dumont viajou com seus pais para Paris. Os dez últimos anos do século XX foram marcados por inúmeras evoluções tecnológicas, como o gramofone, a linotipia, a turbina a gás, o cinema e o cinerama.

O motor a gasolina, ou seja, de explosão, também conhecido como motor de combustão interna, era a sensação do momento, fazia o maior sucesso e, devido a isto, exposições da época mostravam-no em múltiplas versões e funcionando sob os mais variados princípios. Ao visitar uma dessas exposições, o então jovem Santos Dumont ficou fascinado, pois sempre se viu interessado em entender aquele mecanismo.

A família Dumont voltou para o Brasil e, juntamente, Alberto, mas não para ficar muito tempo, pois tinha em mente uma séria de idéias e concluíra que Paris seria o local ideal para colocá-las em prática.

Seu pai, que além de engenheiro era fazendeiro e abastado cafeicultor, fez todo o possível para facilitar o empreendimento do filho. Além de emancipá-lo com apenas 18 anos, deu-lhe, antecipadamente, sua herança, composta de ações e títulos de renda que lhe permitiram viver folgadamente e financiar, sem ajuda de terceiros, todas as suas experiências.

Em 1892, Santos Dumont voltou para Paris, disposto a aprender tudo sobre Mecânica e, em especial, sobre motores a explosão, objetivando colocar em prática um plano que vinha articulando desde criança.

Embora não primasse pela originalidade, o projeto era arrojado: consistia em criar um aparelho que permitisse ao homem voar, controlando o seu próprio curso.

Podemos acrescentar que, a passagem do século XIX, até, aproximadamente, os dez primeiros anos do século XX, marcou Paris com uma idéia e vontade fixa de grande parte da população: voar! Várias pessoas tentaram a proeza e tiveram um resultado final funesto, outras, com melhor sorte, apenas não obtiveram os resultados esperados. Muitos continuaram a tentar das mais diferentes maneiras.

Mas, até então, ninguém havia conseguido alçar vôo por seus próprios meios, manter-se no ar e, depois, retornar ao solo num aparelho dirigível, e era isso que Santos Dumont pretendia.

Na realidade, o projeto de Santos Dumont não era novo, pois já existiam balões.

Quando ainda menino, em Ribeirão Preto-SP, ele já ficava intrigado com os Sanhaços e Tico-Ticos que pousavam em seu quintal e depois ganhavam o ar, novamente, com a maior tranqüilidade, afinal - pensava ele – “as aves são pesadas e, se elas conseguem voar, por que não o homem?”.

EXPERIÊNCIAS INICIAIS

O primeiro balão construído por Santos Dumont não tinha motor, dependia do vento para deslocarse, mas acrescentou muito, no que tange o emprego de materiais, até então nunca utilizados. Ao vê-lo, houve muitos parisienses duvidaram do bom senso de Santos Dumont. O balão “Brasil”, como foi batizado, era diferente dos outros modelos conhecidos, tinha o formato esférico e um invólucro com diâmetro inferior a 5 metros, com capacidade para 113 m3 de gás; seu peso era de 15 kg e, a rede, que em outros balões chegava a pesar 50 kg, no “Brasil” não passava de 1.800 gramas; a barquinha, que geralmente pesava mais de 30 kg em outros balões, agora limitava-se a 6 kg, e como não bastasse toda essa economia de peso, até a âncora foi substituída por um arpão de ferro.

Mesmo com todas as previsões pessimistas, por ocasião de seu primeiro vôo, o menor aeróstato do mundo ganhou altura valentemente, provando que Santos Dumont, embora estreante, sabia muito bem o que fazia em matéria de construção aeronáutica. O sucesso do “Brasil” foi somente o primeiro passo. A dirigibilidade dos balões era o que realmente interessava a Santos Dumont; porém, para chegar a ela, teria que utilizar balões com propulsão própria.

Santos Dumont aprofundou seus estudos, concentrando-se, principalmente, em Mecânica e em motor de combustão interna, pelo qual se viu impressionado à primeira vista, tornando-o objeto constante de suas pesquisas, na busca de um motor ideal para propelir um veículo aéreo, com as seguintes características: pouco peso, muita força e o uso de combustível líquido, por ser mais fácil de ser transportado. O objetivo foi alcançado em 1897, quando construiu um motor de dois cilindros e o adaptou a um triciclo.

Depois de muitos estudos e planejamento, mandou construir um balão que foi batizado como “Santos Dumont Nº 1”, o primeiro de uma série de balões com a forma de “charutos voadores motorizados”. O número foi colocado propositadamente, para diferenciá-lo dos outros que certamente viriam, com inclusão de outras melhorias técnicas.

O novo balão foi criticado pelos especialistas da época. Segundo comentários, a seda japonesa utilizada na confecção do invólucro não era um material adequado para ser inflado com hidrogênio, um gás altamente explosivo. Além disso, instalar um motor a gasolina debaixo de um balão construído desta forma seria um verdadeiro suicídio, pois os gases quentes do escapamento fatalmente incendiariam o invólucro, fazendo explodir o hidrogênio.

Mais uma vez Santos Dumont estava certo. A 20 de setembro de 1898, depois de uma tentativa frustrada, o brasileiro pioneiro da aviação subiu aos céus e alcançou a altura de 400 metros, no comando do peculiar veículo que concebera. Ao pousar no mesmo ponto de onde partiu, deu prova definitiva que é possível impulsionar e dirigir uma embarcação aérea, mesmo contra o vento, em condições de absoluta segurança. Estava concluída mais uma etapa da conquista dos ares, a Ciência da Navegação Aérea.

Aberto o caminho, faltava explorá-lo, e Santos Dumont lançou-se com afinco à tarefa, construindo um balão após outro e realizando com eles, toda sorte de experiências, as quais lhe permitiram desvendar, gradualmente, os mistérios da navegação em veículos mais-leves-que-o-ar.

A cada novo balão que construía, Santos Dumont acrescentava aperfeiçoamentos, cuja falta se fizeram sentir no modelo anterior e, assim, os seus aparelhos iam se tornando cada vez mais funcionais e seguros.

No ano de 1900, o milionário francês Henri Deustsch de la Meurth, entusiasta e mecenas da aviação, lançou um desafio aos construtores de dirigíveis: quem conseguisse partir do Campo de Saint-Cloud, fazer a volta em torno da Torre Eiffel e retornar ao local de partida, no prazo de trinta minutos, sem tocar ano solo, faria jus a um prêmio 125.000 francos.

Pilotando o seu mais recente balão, o “Nº 6”, Santos Dumont levantou vôo do Campo de Saint- Cloud, a 19 de outubro de 1901, em disputa do prêmio que recebeu o nome de seu idealizador: Deustsch.

Antes do fim do prazo estipulado estava de volta. Dos 125.000 francos, distribuiu 50.000 entre os seus mecânicos e auxiliares. A outra parte, 75.000, foi entregue à polícia parisiense para ajudar os necessitados; ao autor da façanha coube, apenas, a satisfação de ter demonstrado, diante de uma assistência oficial, que o dirigível era um veículo perfeitamente manejável e seguro. Ainda, por ocasião deste feito, somou-se um outro prêmio, conferido a Santos Dumont pelo governo do Brasil, constituído de uma medalha de ouro assinada pelo então Presidente da República (1898-1902), Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales (1841-1913); acompanhada do prêmio, em espécie, de 100 contos de réis, equivalente, na época, a 125.000 francos.

Depois do “Nº 6”, Santos Dumont construiu vários outros balões: o “Nº 7”. Projetado e construído exclusivamente para corridas, era uma obra-prima de elegância: delgado, esguio, alcançava a velocidade de 80 km/h; entretanto, nunca chegou a competir, pois não apareceram concorrentes com disposição e capacidade para enfrentá-lo.

O “Nº 8” não existiu, pois Santos Dumont era bastante supersticioso, e evitava este número devido ao acidente ocorrido com o dirigível “Nº 5”, no dia 8 de agosto (oitavo mês do ano); então, em decorrência disto, saltou do 7 para o “Nº 9”.

O dirigível “Nº 9”, conferiu a Santos Dumont grande popularidade, pois abandonou sua antiga regra de segurança, passando a transportar pessoas de um lado para outro de Paris. Este gesto simpático, aliado à sua acanhada compleição física (1,50 m de altura e 50 kg), tornou-o carinhosamente conhecido como “Le Petit Santos”.

Para não ter de esvaziar os seus dirigíveis após cada vôo, em 1905 projetou e mandou construir um grande hangar, em Neuilly, Paris, que foi, aliás, o primeiro do mundo, onde recolhia seus “charutos voadores”, até a experiência seguinte, economizando tempo e dinheiro a ser gasto, com hidrogênio, para inflá-lo novamente.

O sucesso alcançado pelo “Nº 9” no transporte de pessoas, levou-o a projetar e construir um dirigível especialmente destinado para este fim. Surgiu, assim, o “Nº 10”, maior que todos os anteriores e chamado pelo próprio Santos Dumont de dirigível “Omnibus”. Seu invólucro tinha capacidade vinte vezes maior que a do primeiro balão, o “Brasil”, mas a potência de seu motor não ultrapassava 25 cavalos de força.

Já convicto da superioridade do veículo mais-pesado-que-o-ar sobre o balão dirigível, assim como todos os aeronautas da época, Santos Dumont passou a estudar a constituição física dos pássaros, o formato dos seus corpos e os movimentos que as aves faziam durante o vôo.

O 14-BIS

Depois de empreender catorze projetos, alguns não tendo apresentado os resultados esperados, além de passar dezenas de horas em vôo, Santos Dumont concluiu que os aeróstatos - forma genérica que designava os balões e os dirigíveis - eram lentos demais e, que para vencer a resistência do ar e voar mais depressa, teria que criar um aparelho mais pesado que o ar.

Então, Santos Dumont assim o fez: planejou, construiu o seu “Mais-Pesado-Que-o-Ar” e iniciou uma série de testes, que incluíram verificação de eficiência, comportamento no ar e estabilidade, feito por intermédio de um cabo de aço esticado entre dois postes e, após içar seu engenho, fê-lo deslizar sobre aquele, puxado por dois burrinhos.

Cauteloso e prudente que era, Santos Dumont não quis levantar vôo, correndo riscos; entretanto, apesar de suas limitações, o balão ainda era o meio de transporte aéreo mais seguro que existia, de modo que o inventor aproveitou esta qualidade num aparelho misto, apenas para fins experimentais. Consistia no conjunto composto pelo dirigível “Nº 14”, ao qual foi atrelado o seu novo engenho, uma aeronave feita de bambu, com ligas, interseções e cantoneiras de alumínio, revestimento de seda japonesa e, com as seguintes medidas: 11,5 metros de envergadura (medida das asas, tomada de uma ponta à outra), 10 metros de comprimento e 290 kg. Este conjunto foi denominado pelos amigos e pessoas que costumavam assistir às experiências de Santos Dumont, de 14-Bis.

Mesmo tendo em mente o caráter provisório do conjunto, Santos Dumont o manteve, pois enquanto o balão “Nº 14” erguia o aeroplano, evitava acidentes e protegia de possíveis falhas durante a decolagem, aterrissagem e o mantinha no ar, permitindo que fossem realizados os testes de comportamento em vôo, sem riscos de queda.

Em julho de 1906, o aeroplano de Santos Dumont foi emancipado do balão “Nº 14”, porém seu nome permaneceu: 14-Bis; ocorrendo após isto, seus primeiros testes. Pouco depois, seu construtor o inscreveu para disputar o Prêmio Archdeacom.

Ernest Archdeacom, aficionado da aviação, estabeleceu um prêmio, no valor de 3.000 francos para o piloto que conseguisse voar 25 metros, com um aparelho mais-pesado-que-o-ar. O Aeroclube da França acrescentou mais 1.500 francos, como prêmio, para o piloto que conseguisse cobrir a distância de 100 metros em vôo.

Ficou estabelecida a manhã do dia 23 de outubro de 1906, para a realização da prova do concurso.

Apenas Santos Dumont se apresentou, juntamente com o seu 14-Bis; porém, como o aeroplano teve problemas de ordem mecânica em seu trem-de-pouso, nos momentos que antecederam a prova; esta foi adiada para a parte da tarde e, até lá, Santos Dumont empreendeu todos os seus esforços nos reparos de seu avião, não parando nem mesmo para almoçar.

Chegada a tarde e, já tendo executado os ajustes necessários, Santos Dumont e o 14-Bis, realizaram o feito. Grande multidão que se encontrava no Campo de Bagatelle, assistiu à conquista do Prêmio Archdeacom, quando o 14-Bis, depois de tomar embalo e percorrer, em vôo, 60 metros a 80 centímetros do solo.

Era a primeira vez, diante de uma comissão oficialmente constituída - a Comissão Fiscalizadora do Aeroclube da França - que um aparelho mais-pesado-que-o-ar se elevava do solo e tornava a descer, depois de ter cumprir um percurso previamente determinado, sem recorrer a outros meios, além de sua própria força motriz.

A imprensa mundial aclamou a vitória do brasileiro e, a partir de então, Santos Dumont tornou-se tema de noticiários e comentários em toda a Europa. Logo, porém, apareceram descrentes de sua façanha, alegando ter sido, o vôo do 14-Bis, um “salto”. A estes, Alberto Santos Dumont respondeu no mês seguinte, a 12 de novembro, ao conquistar, também, o prêmio oferecido pelo Aeroclube da França e, desta vez, não deixou margem para dúvidas: dos seus 24 cavalos de seu motorzinho, o 14-Bis cruzou, novamente, no céu, a distância de 220 metros, erguendo-se à altura de 6 metros. Inaugurando assim, de forma inequívoca e definitiva, a Centenária Era da Aviação.

BIBLIOGRAFIA
ABRANTES, Daniel Teixeira. REVISTA AERONÁUTICA. 14-BIS. O Centenário Vem Aí... Rio de Janeiro - RJ. Edição nov/dez 2004 – nº 247. (artigo) BARBOSA, Cleverson Lélio. A Vida de Santo Dumont – O Gênio Brasileiro Que deu Certo. BIP - Boletim dos Inativos e Pensionistas da Aeronáutica. Nº 49, janeiro, fevereiro e março de 2005. Diretoria de Intendência/Subdiretoria de Inativos e Pensionistas. Rio de Janeiro - RJ. (artigo) CARNEIRO, Sônia Maria de Oliveira. REVISTA AERONÁUTICA. Santos-Dumont e a Cultura Nacional. Rio de Janeiro - RJ. Edição mai/jun 2005 – nº 250. (artigo) HIPPÓLYTO DA COSTA, Fernando. REVISTA AERONÁUTICA. O Pai da Aviação. Alberto Santos- Dumont. 1ª Parte. Rio de Janeiro - RJ. Edição set/out 2005 – nº 252. (artigo) _________________, Fernando. REVISTA AERONÁUTICA. O Pai da Aviação. Alberto Santos- Dumont. 2ª Parte. Rio de Janeiro - RJ. Edição nov/dez 2005 – nº 253. (artigo) _________________, Fernando. REVISTA AERONÁUTICA. O Pai da Aviação. Alberto Santos- Dumont. 3ª Parte. Rio de Janeiro - RJ. Edição jan/fev 2006 – nº 254. (artigo) LINS DE BARROS, Henrique. Um Salto em Direção às Nuvens. REVISTA NOSSA HISTÓRIA. Julho de 2004. Rio de Janeiro - RJ. (artigo) MUSAL – Museu Aeroespacial. REVISTA AERONÁUTICA. Acervo. Rio de Janeiro - RJ. Edição set/out 2004 – nº 246. (artigo) NAPOLEÃO, Aluízio. Santos Dumont e a Conquista do Ar. Coleção Aeronáutica. Série Brasileira de Aeronáutica. Vol. I, INCAER – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. Rio de Janeiro-RJ. Itatiaia – Belo Horizonte-MG, 1988. REVISTA VEJA. São Paulo. Edição 1919 – ano 38 – nº 34 / 24 de agosto de 2005. (artigo) SANTOS DUMONT, Alberto. O Que eu vi, o Que nós Veremos. São Paulo: Hedra Ltda, 2000. __________ Os Meus Balões. Brasília - DF: Fundação Rondon, 1986.

Ilton José de Cerqueira Filho
Militar da ativa do Comando da Aeronáutica, Licenciado em História pela Fundação Presidente Antônio Carlos (Barbacena-MG); Especialista em História do Brasil pela Simonsen - Faculdades Integradas (Rio de Janeiro-RJ), docente do Curso Preparatório de Cadetes do Ar, na EPCAr – Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Instituição de Ensino Médio do Comando da Aeronáutica) em Barbacena-MG. Contato: ilton-filho@ig.com.br.

Assista vídeo teatros Santos Dumont :
Peça de Teatro "Santos Dumont"


quarta-feira, 21 de julho de 2010

PROJETO “SANTOS-DUMONT, DE PRÓPRIO PUNHO” PUBLICA UMA ENTREVISTA REVELADORA DO INVENTOR NA INTERNET

Em comemoração ao aniversário de Alberto Santos-Dumont, celebrado dia 20 de julho, o projeto cultural “Santos-Dumont, de próprio punho” publicou em sua página de internet – www.santosdumontdepropriopunho.com.br – uma entrevista reveladora do inventor que foi descoberta durante a fase de pesquisa histórica. Realizada pelo jornalista Frantz Reichel, foi publicada na revista francesa “Lectures pour tous” de 1º de janeiro de 1914, meses antes do início da I Guerra Mundial.

Ao longo de 11 páginas, a conversa coloca em dúvida vários mitos, como a versão de que o brasileiro abandonou a aviação devido a graves problemas de saúde. Outras curiosidades são as passagens onde o mineiro Santos-Dumont fala que havia nascido em São Paulo (informação que consta na sua autobiografia “Dans L’Air - No Ar”) e tinha se formado em Engenharia, o que não aconteceu. O inventor também fala abertamente sobre as suas superstições e o medo da morte.

Mas a principal revelação da conversa entre Reichel e Dumont é o anúncio do seu retorno à aviação em 1914, depois de estar afastado das experiências aeronáuticas desde 1910. Inclusive, são apresentadas fotos do avião com o qual retornaria aos céus: uma nova versão do projeto Demoiselle, maior e com motor radial. Pouco conhecido, esse acontecimento é reforçado por outra descoberta feita pelo projeto “Santos-Dumont, de próprio punho”: os brevês que o inventor tirou pouco antes da Grande Guerra.

“Os materiais que encontramos mostram que Santos-Dumont seguia sociável, ativo e inovador após o seu último projeto aeronáutico conhecido, a Demoiselle, e certamente daria outras grandes contribuições para a aviação se o conflito mundial não tivesse destruído muito daquilo que ele tanto prezava. Eu estou convencido de que, não por acaso, ele desistiu de viver quando encontrou no Brasil algo ainda mais sem sentido, a Guerra Civil de 1932”, destaca Douglas Cavallari, coordenador do projeto.

Os interessados em conhecer essas descobertas encontrarão na área de “Curiosidades” do site do projeto “Santos-Dumont, de próprio punho” uma reprodução da entrevista, os textos em francês e português, além das imagens dos brevês de Santos-Dumont. Na página também são encontradas as autobiografias do inventor (inclusive em versões narradas), fotos, vídeos, narrativas sobre a vida e os inventos do “Pai da Aviação”, além de informações sobre os locais que preservam a sua história.

“Santos-Dumont, de próprio punho”

Em 2009, o projeto “Santos-Dumont, de próprio punho” promoveu o relançamento das autobiografias do inventor, “Dans L´Air - No Ar” (de 1904) e “O Que Eu Vi - O Que Nós Veremos” (de 1918), após passarem anos fora de catálogo. A iniciativa, realizada pela Taller Comunicação com apoio do Ministério da Cultura e patrocínio exclusivo da 3M, também englobou uma exposição multimídia e o lançamento do site. A próxima etapa, em fase de captação de patrocínios, realizará uma ação envolvendo 54 países.

O compromisso social é uma das marcas do projeto. Até hoje, foram doados 1.700 livros para bibliotecas públicas, museus, aeroclubes e outras entidades ligadas à história da aviação. O Museu Histórico Santos-Dumont (em Dumont/SP) foi remodelado pelo projeto e imagens raras foram oferecidas à Fundação Casa de Cabangu (Santos-Dumont/MG). Com o programa MECDaisy, criado pelo Ministério da Educação e UFRJ, também foram produzidas versões narradas das obras, tornando-as acessíveis aos deficientes visuais.


A cidade onde nasceu o famoso Pai da Aviação “Alberto Santos Dumont”
SANTOS DUMONT

Em 31 de julho de 1932, a cidade de Palmyra passa a denominar-se Santos Dumont, em homenagem ao seu filho mais ilustre, o inventor Alberto Santos Dumont.

Situada nas margens da BR 040, entre Juiz de Fora e Barbacena, Santos Dumont teve seu crescimento ligado ao comércio.

Fazem parte de seu roteiro turístico o Museu de Cabangú (casa natal de Alberto Santos Dumont), o Caminho Novo, que se inclui no Circuito Estrada Real, além do turismo rural e de aventura.

A partir da década de 80 o munícipio começa a atrair indústrias, com a criação do Distrito Industrial, porém pela proximidade a cidade é extremamente dependente ainda de Juiz de Fora.

Localização: Zona da Mata
Ano de Fundação: 1889
Área: 639,1 km²
Pop: 45.922 (2007)
Densidade: 75,6 hab./km²
Altitude: 839 m
Temperatura Média: 18ºC
Frota de Veículos: 8.730 (2007)
Eleitores: 37207 (2008)
IDH: 0,766 PNUD/2000
PIB (R$): 366.150.000 IBGE/2005
PIB per capita (R$): 7.639 IBGE/2005
Distância de Juiz de Fora: 40 KM
Distância de Belo Horizonte: 230 KM

Acesse :
Museu Santos Dumont
Mundo dos Arquivos
Wikipedia
City Brazil - História da cidade de Santos Dumont


Aniversário de Alberto Santos-Dumont
Escrito por David Mota
ORDEM DO DIA

Brasília, 16 de julho de 2010.

AS AUTÊNTICAS E VALIOSAS RECOMPENSAS DA VIRTUDE ESTENDEM-SE MUITO ALÉM DO CURTO ESPAÇO DE TEMPO QUE EMOLDURA A VIDA DO HOMEM. MAGICAMENTE, TRANSCENDEM O COTIDIANO E ATINGEM A POSTERIDADE.

SÃO O RESULTADO DE UMA TRAJETÓRIA DELINEADA POR ATOS QUE NÃO SE PERDEM NA HISTÓRIA, FRUTOS DA ESTREITA HARMONIA ENTRE O FULGOR DA SABEDORIA E A INDOMADA VONTADE DE TRANSFORMAR IDEAIS EM REALIDADE. PERTENCEM AOS HERÓIS QUE NUTREM O INABALÁVEL ANSEIO DE CONTRIBUIR COM AS SOCIEDADES, TRANSPONDO OS LIMITES DA GENIALIDADE PARA OFERTAR O RESULTADO DE SEU TRABALHO AO BEM COMUM E AO PROGRESSO COLETIVO.

NASCIDO A 20 DE JULHO DE 1873, ENTRE AS FORMOSAS MONTANHAS DAS MINAS GERAIS, O INSIGNE ALBERTO SANTOS-DUMONT, MUNIDO DA OUSADIA DOS QUE VEEM NO IMPOSSÍVEL UM MERO ESTÍMULO PARA A CRIATIVIDADE, REGISTROU DE FORMA INDELÉVEL SEU NOME NAS HONROSAS PÁGINAS DA HISTÓRIA MUNDIAL.

AS ASAS DO 14-BIS, NO DIA 23 DE OUTUBRO DE 1906, SUSTENTAVAM MUITO MAIS DO QUE O PESO DE SUA ESTRUTURA. CONDUZIAM, TAMBÉM, UM MILENAR SONHO DA HUMANIDADE, ASSINALANDO O PONTO DE PARTIDA DA MAIS EXTRAORDINÁRIA AVENTURA QUE CONHECEMOS: A CONQUISTA DO ESPAÇO INFINITO.

EMBORA BREVE, O INESQUECÍVEL E AUDACIOSO VOO NO CAMPO DE BAGATELLE ABRIU O PORTAL DE UMA NOVA ERA. A PARTIR DAQUELE MEMORÁVEL FEITO, O HOMEM DESFRUTOU A POSSIBILIDADE DE SINGRAR ILIMITADOS CÉUS, CRUZAR INFIN-DÁVEIS OCEANOS, ENTRELAÇAR CONTINENTES E APROXIMAR SONHOS E CULTURAS.

A VIDA DE SANTOS-DUMONT FOI MOLDADA POR INTENSA BUSCA PELO CONHECIMENTO.

DESDE CEDO, EMPENHOU-SE NAS PESQUISAS AERONÁUTICAS, CRIOU TECNOLOGIAS E UTILIZOU MATERIAIS, SOBREPUJANDO TODO O ESFORÇO EXIGIDO NO DESENVOLVIMENTO DOS BALÕES ESFÉRICOS, DOS DIRIGÍVEIS E, FINALMENTE, O MAIS-PESADO-QUE-O-AR.

ASSIM, CULTUAR SUA MEMÓRIA E ENALTECER A GRANDEZA DE SEU LEGADO É DEVER DE CADA UM DE NÓS. CELEBRAR SUAS REALIZAÇÕES SIGNIFICA MANTER ACESA A CHAMA DOS VALORES DE CORAGEM, DETERMINAÇÃO E PERSEVERANÇA, CARACTERÍSTICAS MARCANTES DO PATRONO DA AERONÁUTICA BRASILEIRA.

AO COMEMORARMOS O ANIVERSÁRIO DO “PAI DA AVIAÇÃO”, DATA DE ESPECIAL SIGNIFICADO PARA OS QUE ENVERGAM O AZUL, COMPARTILHAMOS COM TODO O POVO BRASILEIRO NOSSO INCONTIDO ORGULHO.

AO SINGULAR BRILHO DESTA DATA, AGREGA-SE O VALOR DE PERSONALIDADES CIVIS E MILITARES AGRACIADAS COM A MEDALHA MÉRITO SANTOS-DUMONT POR DESTACADOS SERVIÇOS PRESTADOS À FORÇA AÉREA BRASILEIRA. COM OS HOMENAGEADOS, RENOVAMOS NOSSAS ENERGIAS NO CULTO AO DESBRAVADOR DA MAIS DESAFIANTE FRONTEIRA ATÉ ENTÃO IMPOSTA AO HOMEM.

COMPANHEIROS!
QUE OS EXEMPLOS DE COMPROMETIMENTO E DENODO TRANSMITIDOS POR ALBERTO SANTOS-DUMONT SEJAM BALIZAS PARA NOSSAS AÇÕES E NOS PERMITAM MANTER O COMANDO DA AERONÁUTICA, EM SEU VOO ALTANEIRO E PERMANENTEMENTE VIGILANTE.

SEJAMOS TODOS, POIS, LEAIS DETENTORES DA INSTIGANTE MISSÃO DE MANTER SOBERANO O ESPAÇO AÉREO DESTE PAÍS, E QUE, SOB ESTES IMACULADOS CÉUS, E EM TERRENO FÉRTIL E PACÍFICO, FRUTIFIQUEM AS SEMENTES DE UM FUTURO DIGNO DA GRANDIOSIDADE DESTA MAGNÍFICA NAÇÃO BRASILEIRA.

Tenente-Brigadeiro-do-Ar JUNITI SAITO

Comandante da Aeronáutica
Fonte: GABAER

Campus avançado do IFET em Santos Dumont será destinado à ferrovia

O Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IFET) inaugurou, nesta sexta-feira, 16 de julho, um campus avançado na cidade de Santos Dumont. No local serão ministrados cursos destinados ao desenvolvimento da ferrovia. A aula inaugural foi realizada nesta sexta, com a presença de lideranças do governo federal: os ministros da Educação, Fernando Haddad, do Turismo, Luiz Eduardo Pereira Barrento Filho, e o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Soares Dulci.

Na próxima segunda-feira, 19, será iniciado o curso técnico em transporte ferroviário. De acordo com o reitor do IFET, Mário Sérgio Costa Vieira, a intenção é criar um centro de formação de profissionais das ferrovias e transformá-lo em referência nacional. "A política do Governo Federal é resgatar as ferrovias, pois não há mais profissionais dessa área. Aproveitamos, então, uma região disponível, aliada a uma cidade que respira trem de ferro, já que grande parte da população de Santos Dumont já trabalhou na rede ferroviária no passado."

A ideia é oferecer 135 vagas ainda no segundo semestre de 2010. Além do técnico em transporte ferroviário, os cursos a serem iniciados este ano são técnico em eletrotécnica e técnico em mecânica. Em 2011, a expectativa é de criação de cursos técnicos em transporte de carga, conservação e restauração de bens ferroviários, guia de turismo e pós-graduação em automação industrial de ferrovias. O IFET Santos Dumont vai investir ainda em turmas da modalidade aprendizagem, com cursos de eletricidade, mecânica e metalurgia.

O campus utilizará duas áreas construídas já existentes. A primeira é o Centro Municipal de Educação Profissional de Santos Dumont (Cemep) e a outra, a antiga oficina da Rede Ferroviária Federal. Juntos, os prédios somam 30 mil metros quadrados. Verba do Ministério da Educação, no valor de R$ 8 milhões, será responsável pela restauração dos edifícios antigos, onde serão instalados os laboratórios de operação, manutenção e restauro. O montante vai pagar ainda a reforma e a ampliação de salas de aula, biblioteca e anfiteatro.

"O IFET assinou convênio com o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] e com o DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte] para a restauração da malha ferroviária da região em si. O orçamento da obra é de cerca de R$ 20 milhões", acrescenta Vieira.



20/07/2010
Escola de Especialistas de Aeronáutica comemora 137º aniversário de Alberto Santos-Dumont

A Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) comemorou, no dia 16 de julho, o 137º Aniversário de nascimento do Marechal-do-Ar Alberto Santos-Dumont, Patrono da Aeronáutica Brasileira, que transformou em realidade o antigo sonho de voar da humanidade.A Solenidade ocorreu no Ginásio de Esportes da EEAR, presidida pelo Comandante da Escola, acompanhado pelo Prefeito da cidade de Potim e pelo Presidente da Câmara Municipal de Guaratinguetá, além de militares do Exército.

Na ocasião, houve entrega de Medalhas Mérito Santos-Dumont, leitura da Ordem do Dia do Comandante da Aeronáutica e canto do Hino dos Aviadores. Após a cerimônia militar, houve apresentação de aeromodelismo de militares da Aeronáutica e do Exército no Pátio do Comando, com exposição de vários tipos de aeronaves, entre elas o T-27 Tucano (réplica da aeronave utilizada pelo Esquadrão de Demonstração Aérea), o PIPER J3 CUB, os helicópteros BEL 206 e T-REX 600, além das asas ZAGI, que deram show de velocidade e precisão de movimentos.

Foram agraciados na ocasião o advogado da União, Evandro Luíz Rodrigues, o Procurador Seccional da União, Marco Aurélio Bezerra Verderamis, pertencentes, respectivamente, às comarcas de Guaratinguetá e de São José dos Campos. Também receberam a Medalha Mérito Santos-Dumont quatro oficiais, três suboficiais e uma professora civil.

Para os agraciados, a condecoração com as referidas medalhas traduz o reconhecimento do Comando da Aeronáutica a militares e personalidades que prestam relevantes serviços à Força Aérea Brasileira.

Fonte: EEAR


Santos Dumont comemora 121 anos
27 de julho de 2010

Nesta terça-feira (27) é feriado em Santos Dumont. A cidade comemora 121 anos de emancipação política com festa. À noite tem show da Banda Chapahalls do Brasil, no Distrito Industrial, no bairro Antônio Afonso.

Acesse : Jornal Panorama Regional

 

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