No Rio, ele participa de evento sobre soluções para mobilidade sustentável.
Ele criticou os 'grandes' por não saberem parar tragédia no Golfo do México.
Lula vistoria caminhão em feira no Rio de Janeiro
(Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas nesta segunda-feira (31) às ações de combate ao vazamento de petróleo no Golfo do México e afirmou que problema semelhante no Brasil seria motivo para um escândalo internacional. "Os grandes não sabem parar o vazamento. Acho engraçado, se fosse a Petrobrás, na Baía de Guanabara, seria um escândalo o que o mundo desenvolvido faria contra nós", disse.
A declaração de Lula sobre o desastre ambiental foi motivo de aplausos da plateia que participa da abertura do Michelin Challenge Bibendum no Riocentro, no Rio de janeiro.
Em seu discurso, Lula criticou ainda os países ricos dizendo que o Brasil mostrou ao mundo, "humildemente", como se faz política econômica com seriedade. "O Brasil aprendeu que o que acontece no mundo hoje é de uma irresponsabilidade muito grande. O mercado não é Deus e o estado não é o diabo. Aprendemos que se os dois funcionarem bem juntos é um tanto melhor", disse. "No Brasil, não vacilamos", disse.
O presidente ainda defendeu o biodiesel como importante matriz energética do país e disse que vai incentivar a produção de combustível a partir da palma do dendê. "Além de fornecer combustível, vai dar para recuperar uma área degradada de mais de 30 milhões de hectares no Pará", disse.
‘O Brasil aprendeu que o que acontece no mundo hoje é de uma irresponsabilidade muito grande. O mercado não é Deus e o estado não é o diabo. Aprendemos que se os dois funcionarem bem juntos é um tanto melhor" - Luiz Inácio Lula da Silva
Renovação da frota
O evento do qual o presidente participou apresenta uma série de soluções para mobilidade rodoviária sustentável como veículos que usam energia limpa. O presidente defendeu a renovação da frota brasileira. Lula chegou ao pavilhão da abertura da feira em um ônibus movido a hidrogênio desenvolvido pelo Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, apontado como o caso de transporte sustentável para o Rio na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.
Segundo Lula, há algum tempo o Brasil tomou consciência de que era preciso renovar sua frota de automóveis, que segundo ele, tinha a idade média avançada. Ele destacou que essa renovação ocorrida nos últimos anos aumentou o nível de emprego e ajudou na redução da emissão de gases do efeito estufa. "Hoje, praticamente 100% dos carros produzidos no país são flex fuel, sendo que 60% da preferência dos motoristas desses carros é pelo etanol na hora de encher o tanque. Isso reafirma o etanol como importante matriz energética brasileira", disse.
O presidente afirmou ainda que houve renovação da frota de caminhões e tratores. Ele lembrou que foram realizados avanços no programa de financiamento para prefeituras para que tenham possibilidade de renovar sua frota de ônibus. "Temos ônibus com mais de 20 anos de uso rodando, ou seja, não só poluindo, mas colocando a vida das pessoas em risco. Vamos aumentar a produção para atender não só o Brasil mas a América do Sul, a América Latina e o continente africano", disse.
Encontro que nasceu da conscientização de executivos da Michelin, fábrica de pneus, procura soluções para reduzir emissão de gases.
Em meio às atividades do Dia Mundial do Meio Ambiente, que é celebrado em 5 de junho, o complexo do Riocentro, no Rio de Janeiro, foi o local de convergência de boa parte da indústria automotiva do planeta. O motivo é a discussão de formas de avançar para sistemas de mobilidade rodoviária sustentável, tema central da 10 edição do Challenge Bibendum. O evento nasceu da conscientização de executivos da indústria de pneus Michelin, que decidiram abrir esse processo de discussão quanto ao futuro do transporte no mundo e sobre a busca de soluções para a redução das emissões de gases poluentes.
No Rio, o local escolhido para as conferências, painéis, ralis e test drives de veículos-conceito não poderia ser mais adequado. Foi no mesmo Riocentro que ocorreu a Eco 92, um dos marcos da discussão sobre as agressões ambientais ao planeta. Para o vice-presidente da Michelin, Patrick Oliva, essa edição pretende demonstrar que uma mobilidade rodoviária "mais limpa, mais segura e mais conectada" está ao alcance desta geração, desde que ela realmente deseje que aconteça. Já o presidente da empresa, Michel Rollier, ressaltou que o Rio de Janeiro foi escolhido porque essa nova fase da produção sustentável passa pelo Brasil e pelas suas pesquisas para o desenvolvimento do etanol e de novas alternativas. "Os desafios não são somente os de criar uma mobilidade limpa, mas mais segura. Temos de combater a mortalidade rodoviária", afirmou Rollier.
Segundo acrescentou ainda o executivo, os projetos mostram que, em pouco tempo, a indústria automobilística conseguirá reduzir para níveis muito baixos as emissões de dióxido de carbono (CO2) dos automóveis, de cerca de 50 gramas por veículo, por meio de tecnologias que também envolvam os pneus. Ele citou o carro elétrico, os biocombustíveis e a recuperação de energia na frenagem.
Entre os debates, o executivo lembrou que não é apenas a indústria automobilística que precisa inovar. "Há espaço para que pesquisadores, empresas e governos trabalhem para a produção de combustíveis renováveis, que garantam uma melhor performance e menos poluição. "Temos de repensar e de reinventar o uso dos veículos, oferecendo mais para o consumidor, capturando o cliente pelo merecimento nesse novo papel de mudança em que a cadeia produtiva está envolvida.”
O presidente Lula reafirmou a disposição do Brasil em avançar no sentido de se tornar uma referência na produção de combustíveis alternativos. Na solenidade de abertura, ele destacou o desenvolvimento do etanol e as pesquisas que vêm sendo feitas para ampliar a produção de biocombustíveis. "Desenvolvemos projetos importantes e estamos atuando para que a renovação da frota traga reflexos positivos para a economia, sobretudo na redução da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa", assinalou.
Até esta quinta-feira, mais de 3,5 mil participantes, entre empresários, autoridades, pesquisadores e técnicos de companhias do mundo inteiro, além de mais de 300 jornalistas, vão discutir as alternativas tecnológicas e avanços da indústria para tornar a mobilidade rodoviária algo diretamente ligado à sustentabilidade ecológica do planeta.
SANDRO SCHREINER | Enviado especial
Futuro do transporte, assunto abordado no Riocentro, foi prestigiado por Lula
Meio Ambiente
Encontro debate desafios para modelo sustentável de transporte no Brasil
No último dia de conferências sobre mobilidade rodoviária sustentável da 10ª Edição do Challenge Bibendum, a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Branca Americano, participaram da mesa-redonda Tecnologias de Ponta da Indústria Automotiva, Regulamentação do Setor de Energia e suas Contribuiçõe ao Meio Ambiente.
Em sua apresentação, Branca destacou a importância do transporte rodoviário no Brasil, tanto para transporte de passageiros como para o de cargas, dado ao modelo de desenvolvimento assumido pelo País desde a década de 50, quando o então presidente Juscelino Kubistchek investiu de forma maciça na área automotiva.
Para se ter idéia, cerca de 60% do transporte de passageiros nas grandes cidades (acima de 60 mil habitantes) é feito por meio rodoviário, seja utilizando ônibus municipal, metropolitano, automóvel, motocicleta, trem ou metrô. Para as cargas, dados de 2009 da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostram que 61,09% são transportadas por meio rodoviário e 20,73% pelas ferrovias.
Frente ao cenário atual do País, com aumento da frota de veículos pesados, de passeios e motocicletas, o crescimento das emissões de gás carbônico (CO²) fóssil oriundo dos combustíveis de fontes não renováveis, no entanto, com a redução de emissões de monóxido de carbono (CO), a secretária acredita na continuidade e reforço das políticas públicas brasileiras que vêm investir em em alternativas que minimizem o impacto para as mudanças climáticas e permitam atingir a meta de redução de emissões prevista na Política do Clima sancionada no final do ano passado.
Em relação aos combustíveis, a expectativa é aumentar a participação das fontes renováveis no mercado, como o biodiesel e o etanol, e melhorar a qualidade dos combustíveis. prevê Branca.
Para o controle da frota de veículos, ela defende reforços para os programas de regulamentação e inspeção veiculares, como o Proconve [Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores], o Nota Verde e os programas estaduais e municipais de inspeção e manutenção dos carros.
Tudo isso sem esquecer os investimentos imprescindíveis no sistema de Transporte, com implantação dos modais rodoviários, a gestão do sistema de transporte como um todo (rodovias e cidades), incluindo incrementos de melhoraria da circulação dos carros para diminuir a pressão do tráfego nas grande metrópoles.
De acordo com a secretária, o setor de transporte é responsável por 14% das emissões dos gases de efeito estufa, sendo que 72% emitidos pelo modal rodoviário, principalmente caminhões e ônibus, dos quais apenas 20% utilizam combustível renovável (álcool hidratado) em sua frota.
Outro dado preocupante, é a relação de passageiros transportados. Enquanto os coletivos transportaram 16,8 bilhões de pessoas entre 2008 e 2009, emitindo 2% de CO e 32% de CO², o carro individual ou motocicleta transportaram quase que igualmente 17 bilhões de passageiros, mas emitindo muito mais: 98% de CO e 68% de CO². Isso mostra que precisamos definitivamente criar estímulos para viabilizar o transporte coletivo com eficiência para combater as emissões em geral, disse Branca.
Challenge Bibendum - O evento, organizado pela Michellin, termina do dia 3, no Rio de Janeiro e tem o objetivo de abordar questões ligadas ao transporte rodoviário, como fornecimento de energia, emissões de gás de efeito estufa, segurança rodoviária, poluição urbana e congestionamento. A ideia é mobilizar os representantes do setor para buscar o apoio necessário e colocar em prática soluções a favor da mobilidade rodoviária sustentável.
Em 2010 é a primeira vez que o encontro ocorre na América Latina, e a escolha da região deve-se à importância que o Brasil alcançou no cenário internacional. Durante os quatro de evento, os participantes puderam observar os testes técnicos e ralis para analisar, em primeira mão, as performances e o progresso das novas tecnologias, bem como conferir exposições de novas tecnologias, fóruns, mesas-redondas temáticas, concurso de design e sessões de demonstrações tecnológicas.
Blog Mobilidade Sustentavel
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