O surgimento da Língua Portuguesa está profunda e inseparavelmente ligado ao processo de constituição da Nação Portuguesa.
Na região central da atual Itália, o Lácio, vivia um povo que falava latim. Nessa região, posteriormente foi fundada a cidade de Roma. Esse povo foi crescendo e anexando novas terras a seu domínio. Os romanos chegaram a possuir um grande império, o Império Romano. A cada conquista, impunham aos vencidos seus hábitos, suas instituições, os padrões de vida e a língua.
Existiam duas modalidades do latim: o latim vulgar (sermo vulgaris, rusticus, plebeius) e o latim clássico ( sermo litterarius, eruditus, urbanus). O latim vulgar era somente falado. Era a língua do cotidiano usada pelo povo analfabeto da região central da atual Itália e das províncias: soldados, marinheiros, artífices, agricultores, barbeiros, escravos, etc. Era a língua coloquial, viva, sujeita a alterações freqüentes. Apresentava diversas variações. O latim clássico era a língua falada e escrita, apurada, artificial, rígida, era o instrumento literário usado pelos grandes poetas, prosadores, filósofos, retóricos... A modalidade do latim imposta aos povos vencidos era a vulgar. Os povos vencidos eram diversos e falavam línguas diferenciadas, por isso em cada região o latim vulgar sofreu alterações distintas o que resultou no surgimento dos diferentes romanços e posteriormente nas diferentes línguas neolatinas.
No século III a.C., os romanos invadiram a região da península ibérica, iniciou-se assim o longo processo de romanização da península. A dominação não era apenas territorial, mas também cultural. No decorrer dos séculos, os romanos abriram estradas ligando a colônia à metrópole, fundaram escolas, organizaram o comércio, levaram o cristianismo aos nativos. . . A ligação com a metrópole sustentava a unidade da língua evitando a expansão das tendências dialetais. Ao latim foram anexadas palavras e expressões das línguas dos nativos.
No século V da era cristã, a península sofreu invasão de povos bárbaros germânicos ( vândalos, suevos e visigodos). Como possuíam cultura pouco desenvolvida, os novos conquistadores aceitaram a cultura e língua peninsular. Influenciaram a língua local acrescentando a ela novos vocábulos e favorecendo sua dialetação já que cada povo bárbaro falava o latim de uma forma diferente.
Com a queda do Império Romano, as escolas foram fechadas e a nobreza desbancada, não havia mais os elementos unificadores da língua. O latim ficou livre para modificar-se.
As invasões não pararam por aí, no século VIII a península foi tomada pelos árabes. O domínio mouro foi mais intenso no sul da península. Formou-se então a cultura moçárabe, que serviu por longo tempo de intermediária entre o mundo cristão e o mundo muçulmano. Apesar de possuírem uma cultura muito desenvolvida, esta era muito diferente da cultura local o que gerou resistência por parte do povo. Sua religião, língua e hábitos eram completamente diferentes. O árabe foi falado ao mesmo tempo que o latim (romanço). As influências lingüísticas árabes se limitam ao léxico no qual os empréstimos são geralmente reconhecíveis pela sílaba inicial al- correspondente ao artigo árabe: alface, álcool, Alcorão, álgebra, alfândega... Outros: bairro, berinjela, café, califa, garrafa, quintal, xarope...
Embora bárbaros e árabes tenham permanecido muito tempo na península, a influência que exerceram na língua foi pequena, ficou restrita ao léxico, pois o processo de romanização foi muito intenso.
Os cristãos, principalmente do norte, nunca aceitaram o domínio muçulmano. Organizaram um movimento de expulsão dos árabes (a Reconquista). A guerra travada foi chamada de "santa" ou "cruzada". Isso ocorreu por volta do século XI. No século XV os árabes estavam completamente expulsos da península.
Durante a Guerra Santa, vários nobres lutaram para ajudar D. Afonso VI, rei de Leão e Castela. Um deles, D. Henrique, conde de Borgonha, destacou-se pelos serviços prestados à coroa e por recompensa recebeu a mão de D. Tareja, filha do rei. Como dote recebeu o Condado Portucalense. Continuou lutando contra os árabes e anexando novos territórios ao seu condado que foi tomando o contorno do que hoje é Portugal.
D. Afonso Henriques, filho do casal, funda a Nação Portuguesa que fica independente em 1143. A língua falada nessa parte ocidental da Península era o galego-português que com o tempo foi diferenciando-se: no sul, português, e no norte, galego, que foi sofrendo mais influência do castelhano pelo qual foi anexado. Em 1290, o rei D. Diniz funda a Escola de Direitos Gerais e obriga em decreto o uso oficial da Língua Portuguesa.
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS NA LÍNGUA PORTUGUESA FALADA NO BRASIL
Tupi
Nomes de pessoas: Ubirajara, Iracema..
Nomes de lugares: Ipanema, Copacabana...
Nomes de animais e plantas: tatu, arara, caju, maracujá...
Dialetos africanos
Acarajé, dendê, fubá, quilombo, moleque, caçula...
Alemão
Níquel, gás...
Espanhol
Bolero, castanhola...
Japonês
Karaokê, camicase...
Francês
Paletó, boné, matinê, abat-jour (abajur), bâton (batom), cabaret (cabaré)...
Italiano
Geralmente termos relacionados às artes e à culinária Macarrão, piano, soneto, bandido, ária, camarim, partitura, lasanha...
Inglês
Show, software, hamburger...
A EXPANSÃO
Portugal ficou conhecido pelas grandes navegações. No século XV e XVI, através dos movimentos colonialistas e de propagação do catolicismo, espalhou pelo mundo a língua portuguesa. O português era imposto às línguas autóctones como língua oficial ou modificava-se dando origem aos dialetos crioulos. Foi assim que a língua chegou à América, África, Ásia e Oceania.
O DOMÍNIO ATUAL
Atualmente, o português é a língua oficial de alguns países (Portugal, arquipélago de Açores e ilha da Madeira, Brasil, Giné-Bissau, Angola, Moçambique, Ilha de São Tomé e Príncipe, arquipélago de Cabo Verde) e em outras regiões é falado por parte da população como um dialeto (Macau, Goa, Damão e Timor).
VOCABULÁRIO
Dialeto - variedade regional de uma língua
Línguas neolatinas - línguas românicas, novilatinas ou latinas. Foram as línguas constituídas a partir do latim. São línguas neolatinas: o Português, o Francês, o Espanhol, o Italiano, o Romeno, o Catalão, o Sardo e o Provençal.
Romanço - fase de transição entre o latim e as línguas neolatinas
CÂMARA JR., J. Mattoso. História e estrutura da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: Padrão, 1975.
CASTRO, Ivo de. Curso de História da Língua Portuguesa. Lisboa:
Universidade Aberta, 1991.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática Histórica. Rio de Janeiro: Ao livro
Técnico, 1981.
CUNHA, Celso Ferreira. Gramática da Língua Portuguesa. 7 ed., Rio de
Janeiro: FENAME, l980.
ELIA, Sílvio, BUDIN, J.. Compêndio de Língua e de Literatura. São Paulo:
Cia. Editora Nacional, 1961.
ELIA, Sílvio.Preparação à Lingüística Românica.2 ed., Rio de Janeiro: Ao
livro técnico, 1979.
FARACO, Carlos Emílio, MOURA, Francisco Marco. Língua e Literatura.15
ed., São Paulo: Ática, 1995.
KURY, Adriano da Gama.Para falar e escrever melhor o português. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
MELO, Gladstone Chaves de.Iniciação à Filologia Portuguesa. Rio de
Janeiro: Ao livro técnico, 1981.
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. Lisboa: Livraria Sá da
Costa Editora, 1984.
A decisão foi tomada pelo Brasil e mais sete integrantes da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), durante reunião em Brasília. Por seis dias, autoridades dos oito países discutiram as alternativas para a valorização e a projeção internacional da língua portuguesa. O ciclo de encontros foi denominado Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial.
“A língua portuguesa não dorme, porque em qualquer parte do mundo tem alguém falando o idioma”, afirmou o ministro interino das Relações Exteriores, Antônio Patriota, no encerramento do evento. “Vamos trabalhar na formação de professores e também na edição e distribuição de material didático, além da do estímulo para intérpretes.”
Os integrantes da CPLP definiram que será criada uma espécie de glossário para ajudar na compreensão dos textos científicos e técnicos, por exemplo. A ideia é ampliar as pesquisas realizadas nos países de língua portuguesa já seguindo as orientações do novo acordo ortográfico.
O ministro disse que deverá ser elaborado também um Atlas indicando onde está a presença da língua portuguesa. O ministro de Negócios de Portugal, Luís Amado, afirmou que aumenta o número de pessoas interessadas em aprender português em regiões da Ásia, África e também na Europa.
“É a sexta língua mais falada em nível mundial O plano é trabalhar na perspectiva de divulgação e no esforço para que a língua seja introduzida nas organizações mundiais. Vamos promover o português como língua universal”, afirmou Amado, descartando a possibilidade de ela ser a sétima língua adotada pela ONU Como idioma oficial.
De acordo com o ministro interino do Brasil, o objetivo não é transformar o português em mais um idioma adotado pela ONU, mas atuar para sua difusão e emprego em situações específicas. “Nos pautamos pelo realismo e pragmatismo. São passos seguros e graduais”, afirmou.
Segundo Patriota, uma das preocupações de todos os integrantes da CPLP é em relação aos que deixam os países de língua portuguesa e partem para regiões com outro idioma. De acordo com ele, essas pessoas receberão “uma atenção especial”. Para o embaixador, essas pessoas integram o grupo da chamada diáspora.
A conferência internacional reuniu autoridades públicas, mas também representantes da sociedade civil, como escritores, acadêmicos, editores, jornalistas e outros profissionais vinculados à difusão da língua. Paralelamente às discussões ocorreu a semana cultural da língua portuguesa que contou com a participação da cantora Maria Bethânia. Ela declamou trechos de obras literárias de autores de língua portuguesa.
Interessados em participar da 2ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa
Escrevendo o Futuro, podem fazer inscrição até 14 de maio. Podem participar as secretarias municipais e professores. Todo o material está disponível pela Comunidade Virtual www.cenpec.org.br
O Ministério da Educação (MEC), a Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária lançaram oficialmente a Olimpíada no dia 2 de março, no Rio de Janeiro. As inscrições podem ser feitas pelos endereços eletrônicos: www.mec.gov.br ou www.cenpec.org.br.
A Olimpíada enviará um jogo QP Brasil somente para as escolas públicas que atendem o ensino médio e a todas, desde o 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, uma coleção que traz: 1 cronograma de atividades; 4 pastas, uma para cada gênero escolar – poema, memórias literárias, crônicas e artigo de opinião; 1 caderno do professor: orientação para produção de texto; 10 coletâneas de textos e 1 CD – ROM.
Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone 0800 771 9310.
Mais Informações sobre Portugues
Acesse : http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/
Acesse : http://www.portaldalinguaportuguesa.org/
Acesse : http://www.brasilescola.com/portugues/
Acesse : http://www.soportugues.com.br/
Acesse : http://michaelis.uol.com.br/
Acesse : http://www.dicionariodoaurelio.com/
Acesse : http://www.poiesis.org.br/mlp/colunas_interna.php?id_coluna=12
Acesse : http://www.poiesis.org.br/files/mlp/texto_12.pdf
Acesse : http://www.poiesis.org.br/files/mlp/texto_7.pdf
Acesse : http://www.poiesis.org.br/files/mlp/texto_18.pdf
Acesse : http://www.poiesis.org.br/mlp/colunas_interna.php?id_coluna=18
Acesse : http://www.poiesis.org.br/files/mlp/texto_13.pdf
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