O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deflagrou nesta quarta-feira a disputa pela posse da expressão "nós podemos mais". Depois do pré-candidato do PSDB, José Serra, ter usado recentemente a frase, Lula afirmou, em discurso em um evento do Sebrae, que o governo criou um momento mágico, que está permitindo aos brasileiros acreditar que é possível ir além nas conquistas econômicas e sociais. "Temos de aproveitar esse momento de ouro que o Brasil está vivendo. Todo mundo está acreditando que pode um pouco mais", disse Lula. "Hoje, o prato está feito e ninguém quer saber quem fez", completou.
Assessores do Planalto dizem que Lula avalia que esse mote "nós podemos mais" sempre fez parte dos seus discursos e que agora a oposição está tentando usar isso para ganhar votos.
Num longo discurso de improviso, Lula disse que, desde o movimento sindical, nos anos 70, ele e seu grupo político fizeram uma pequena revolução de comportamento no País. "Quando tudo está pronto, fica fácil não querer dizer quem fez", disse Lula. Ele ainda usou como metáfora a figura da mãe que faz a comida e o filho que costuma não dar valor.
Oportunidades - Dirigindo-se a funcionários do Sebrae, Lula disse que o órgão precisa mapear mais o País para buscar oportunidades nas "entranhas do sertão". "Acho que vocês podem fazer mais do que estão fazendo", disse Lula, deixando de lado a ideia de continuísmo.
"Muitas vezes, a gente se deixa acostumar com a mesmice e espera, em casa, as pessoas nos procurarem", disse. Lula ressaltou o fato de o seu governo ter diversificado as relações comerciais. Ele lembrou que, antes de 2003, o comércio com os Estados Unidos representava 30% e, com a Europa, outros 30%. Segundo ele, esses números mudaram. Ele observou, por exemplo, que o comércio com o continente africano chegou a US$ 25 bilhões e com a Itália US$ 9 bilhões.
O presidente ressaltou um aumento no crédito do País. Nas contas dele, em 2003, havia um montante de crédito de R$ 380 bilhões e hoje essa soma chega a R$ 1,450 trilhão. Lula ainda defendeu a criação de um ministério da Micro e Pequena Empresa. Ele adiantou, no entanto, que nesta etapa final de governo não pretende criar uma nova pasta.
Ele disse que, assim como é impossível um ministério ser responsável por proprietários de terra que possuem 200 mil hectares e ao mesmo tempo de pequenos agricultores de 10 hectares, é estranho não ter no País uma pasta específica para o micro e pequeno empresário. Na estimativa do presidente, só nos últimos anos, o saldo de empresas que abriram e fecharam é positivo em 2,4 milhões de empresas, o que teria gerado 8 milhões de novos empregos.
Lula critica governantes que não abrem mão de imposto
Presidente também ensina que o empreendedor deve ser "garimpeiro de oportunidades" e recomenda até mesmo a saída do presidente do Sebrae
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que muitas empresas não aderiram à lei geral das pequenas e microempresas, buscando benefícios para se instalarem, porque muitos prefeitos e governantes não fizeram a sua parte, de abrir mão dos impostos. "Já aprovamos a lei e muita gente ainda não aderiu. Muitos prefeitos e governadores não fizeram a lição de casa. Ninguém quer abrir mão do imposto", reclamou Lula. "Por isso é que a gente não aprova a reforma tributária nunca", justificou.
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Lula lembrou mais uma vez que deixará o cargo em nove meses e que o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto, terá de sair também. "Você também vai precisar cair fora, Paulo. É preciso inovação e renovação para que as coisas possam funcionar mais a contento", recomendou. "Mas saio com a convicção de que certamente não pude fazer tudo, mas fiz tudo o que o Sebrae me reivindicou e que esteve ao meu alcance, mas eu sei que vocês podem mais e o Sebrae pode sempre inovar", observou, acrescentando que o Sebrae "continuará e será mais forte".
Lula reclamou do fato de o Sebrae e os donos de micro e pequenas empresas nunca terem reivindicado a criação de um Ministério para atender o setor, que tem interesses específicos, que nem sempre são atendidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele citou como exemplos de setores incompatíveis na mesma pasta a Pesca e a Reforma Agrária que foram separados do Ministério da Agricultura. Nos dois casos, disse, essa união era "inconcebível e incompatível".
Depois de ensinar que o empreendedor do Sebrae tem de ser um "garimpeiro de oportunidades" no mundo inteiro, e que a instituição tem de fazer mais, o presidente Lula parafraseou o lema da campanha tucana, que diz que o Brasil pode mais, lema repetido outras vezes em seu discurso: "Eu acho que o Sebrae pode e pode muito mais".
Em um discurso de 45 minutos, de improviso, o presidente Lula informou ainda que a Índia tem 26 milhões de micro e pequenas empresas e alertou que empresas têm de inovar porque a competição é muito grande. "Vocês têm de descobrir o ponto G da criatividade do ser humano para os negócios", completou ele, provocando risos na plateia.
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Lula sugere criação de ministério para pequenas empresas
Presidente Lula sugere que o setor dos pequenos negócios reivindique a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa em seu pronunciamento, nesta quarta (14), na plenária da 17ª Semana de Capacitação do Sebrae
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É preciso aproveitar o momento de ouro que o Brasil está vivendo, insistiu Lula. "Todo mundo sempre pode fazer um pouco mais. O país mudou, porque ampliou a sua capacidade de olhar o mundo para além dos Estados Unidos e da Europa". O presidente destacou a importância da comercialização com a África do Sul, que rendeu US$ 25 bilhões para a balança comercial brasileira, enquanto com a Itália, foram US$ 9 bilhões, no ano passado.
Lula sugeriu que o Sebrae trabalhe o tema inserção da micro e pequena empresa no mercado internacional em seminários. "Podemos vender mais para a África e América Latina. Por exemplo, quem vai comprar máquinas agrícolas do Brasil? Não serão a França e a Alemanha", justificou.
As micro e pequenas empresas provavelmente não terão matrizes nos países europeus, como as grandes empresas possuem. "Matriz para os pequenos negócios é a casa, o quintal, e, no entanto, não são proibidos de participar da competição nesse maravilhoso mundo da economia globalizada".
Luz e oportunidades
O Sebrae deveria sair mapeando as oportunidades de negócios no país, disse o presidente. Durante a implementação do Programa Luz para Todos, os dados do IBGE apontavam que o déficit de luz era de dois milhões de ligações. Porém, quando o programa adentrou o Brasil, a demanda aumentou em mais um milhão.
Na semana passada, o governo soube de mais 400 mil casas, empresas, escolas, entre outros, que continuam sem energia elétrica. "Significa que quase 15 milhões de brasileiros vivem, ainda, no século XVIII", disse Lula. "Quando se coloca a luz numa casa, a pessoa salta do século XVIII para o XX".
Nessas localidades aonde a luz chegou, 79% das pessoas adquiriram geladeiras, informou o presidente, entre outros aparelhos domésticos. O Sebrae pode oferecer orientações sobre como produzir sorvetes, picolés etc, sugeriu Lula. "O Sebrae precisa ir a esses lugares, como se fosse o Projeto Rondon, mapeando as oportunidades de negócios", acrescentou. Disse, ainda, duvidar que o Sebrae não lotará salões em cidades do interior, se chegar anunciando nas ruas que está lá para apoiar os pequenos negócios.
Ao final do discurso, Lula praticamente se despediu dos técnicos do Sistema Sebrae, dizendo não saber se irão se encontrar novamente, antes do final de seu mandato. "Continuem cada vez mais pregando a idéia do empreendedorismo. As pessoas sonham em trabalhar por conta própria", concluiu o presidente. O Sebrae pode ajudar a fazer uma grande revolução no País, insistiu Lula.
Acesse: http://www.imprensa.planalto.gov.br/exec/inf_detalhehora.cfm?cod=61273
O Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura ... Centro de Eventos e Convenções Brasil 21 - Brasília-DF, 14 de abril de 2010 .... E o Sebrae pode ajudar que o Brasil seja mais equânime. ..... na Itália, e eu ficava com uma inveja desgraçada da força das cooperativas na Itália.
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