História Dinâmica

Não só de passado vive o homem, mas das ações presentes compartilhadas, com o olhar para frente, estimulando, participações sociais, integradas, teóricas e práticas, que incentivem a obtenção de mais resultados, tornando os indivíduos e as coletividades mais livres, porém com, mais dignidade, abertura de espaços e oportunidades para todos. É preciso que esta história seja, cada mais dinâmica, que especialmente vise, ainda mais, cuidar das prioridades, das boas ações, dos resultados, (os)as que são ligado(as), interligado(as), integrado(as),globalizado(as) e socializado(as), em redes, dentro de movimentos constantes de atuação.

Que todas as boas ações passem, a fazer parte dos estados permantes de evolução, mas com o foco nas melhorias contínuas, principalmente ao buscar, estimular e realizar ações, para resultados concretos, mediante metas de perspectivas crescentes, de desenvolvimento e inovação, para que o Brasil seja, cada vez mais, próspero e o mais justo possível, no futuro.

(Fonseca, M.C.da S.)

Farmacêutica-Bioquímica, Natural de Santos Dumont

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No Irã: muito petróleo e pouco urânio

Haroldo Lima DIRETOR-GERAL DA ANP

Não deixa de ser instigante compreender por que os EUA não aceitam os termos de um acordo que no geral incorpora o que eles exigiam do Irã pouco tempo atrás, quanto ao controle do urânio enriquecido. A má vontade com o Irã, que leva até à desconsideração dos bem sucedidos esforços diplomáticos de duas nações soberanas, Brasil e Turquia, ambos membros do Conselho de Segurança da ONU, revela, ou sugere, a existência de algo mais que o “problema nuclear” contrariando os interesses americanos. A visita que fiz à província de Fars, no Irã, por ocasião da visita do presidente Lula àquele país, deu-me elementos para uma percepção mais aguda da imediata reação americana no caso.

Primeiro, fixemos que Irã é o nome atual da Pérsia e que Fars é a província onde está Pasárgada, a primeira capital do antigo império persa, fundado por Ciro II, o Grande – imperador persa que conquistou a Babilônia em 539 a.C. e libertou os judeus para reconstruírem Jerusalém. A cidade, onde se encontra a tumba de Ciro, passou a ser mais conhecida no Brasil a partir do poema de Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada.

Pois é em Fars, região prenhe de história e simbolismo, que os iranianos me levaram para conhecer a Zona Econômica Especial de Energia, um enorme complexo projetado para 24 fábricas de processamento de gás e 23 usinas petroquímicas – estando, algumas, já em funcionamento.

O projeto é apresentado como sendo, ou será, a maior concentração no planeta de fábricas para transformação de gás natural em eteno, propeno e demais petroquímicos.

Em síntese, tudo está planejado e sendo feito para transformar o Irã de grande exportador de petróleo e gás in natura em grande processador desses hidrocarbonetos e exportador de produtos petroquímicos, de alto valor agregado. A China, nesse e em outros projetos, estaria investindo cerca de US$ 70 bilhões.

O que está previsto, além do que já está concluído, é muito arrojado. A Zona Econômica Especial de Energia está sendo instalada em um setor de Fars onde, há poucos anos, só existia deserto e mar.

Hoje, além das amplas instalações industriais, há projetos urbanísticos, edifícios, farta plantação de árvores especiais, um aeroporto internacional. Uma montanha de areia e pedra, situada defronte do núcleo da Zona, está sendo transplantada para o mar, que está sendo aterrado em grandes dimensões, e onde já está operando, e ainda se encontra em expansão, um porto com grande poder de atracação.

Politicamente, a Zona Especial funciona de forma autônoma, com um comitê dirigente que inclui funcionários do Estado e presidentes de algumas das grandes empresas que lá atuam. Até a autorização para entrada de visitante estrangeiro pode ser conseguida lá mesmo, sem intervenção de Teerã.

O que já opera na Zona Econômica Especial de Energia – e, mais ainda, o que está previsto nos projetos em execução – envolve muitos equipamentos, tecnologia avançada, muita construção civil e, sobretudo, o controle de enorme quantidade de hidrocarbonetos, oriunda do gás natural, a ser usado como matéria-prima para as petroquímicas.

Se levarmos em conta que o Irã detém a segunda maior reserva de petróleo e de gás do mundo – 138 bilhões de barris de petróleo e 187 bilhões de barris de gás, segundo dados de 2008 (o Brasil tem 13 bilhões de barris de petróleo, o pré-sal, algo em torno de 50 bilhões, e 2,3 bilhões de barris de gás) – produz 4,4 milhões de barris de petróleo por dia (o Brasil produz 2 milhões) e que tudo isso, repito, o muito que já está feito e o maior ainda que está planejado, não tem qualquer participação americana, percebe-se que algo mais deve estar tirando o sono dos EUA do que a hipotética ameaça advinda do acesso do Irã a urânio enriquecido.

Domingo, 23 de Maio de 2010

Fonte:JBonline

(Artigo Selecionado em Colaboração Walter Amorim – PT Fundador)

Brasil e Irã estudam parceria no setor de petróleo

Brasil e Irã devem assinar um memorando de entendimento que poderá viabilizar a participação de empresas brasileiras na modernização do setor de petróleo da República Islâmica, afirmou neste sábado o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima.

Brasil e Irã devem assinar um memorando de entendimento que poderá viabilizar a participação de empresas brasileiras na modernização do setor de petróleo da República Islâmica, afirmou neste sábado o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima.

Em contrapartida, os iranianos ofereceram ao Brasil sondas para a exploração da commodity, revelou.

O documento foi preparado neste sábado pouco antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar ao país persa para uma visita que durará até segunda-feira. As conversações ocorrem em meio à disputa entre o Irã e potências ocidentais sobre o programa nuclear da República Islâmica.

"Temos equipamentos, engenharia e peças para o setor de petróleo que podem ajudar na modernização deles," disse Haroldo Lima à Reuters, depois de reunir-se com altas autoridades iranianas do setor.

Segundo Lima, os iranianos têm experiência na exploração de petróleo localizado em águas profundas e super profundas, desafio também enfrentado pelo Brasil.

"No Brasil, temos muita carência de empresas que têm a capacidade de fazer a exploração e de ter as sondas. Não há sondas à disposição e elas são caríssimas no mercado internacional," comentou o executivo da ANP. "Eles estão disponibilizando sondas."

De acordo com Lima, os iranianos comentaram ainda que pretendem privatizar algumas refinarias e incentivaram empresas brasileiras a entrar nesses negócios e também a construir mais refinarias no país. O Irã é o quinto maior exportador de petróleo do mundo, mas precisa importar gasolina para abastecer seu mercado doméstico.

O diretor-geral da ANP disse que destacou aos iranianos que o Estado brasileiro também abriu o setor à iniciativa privada no mercado, mas manteve o controle da principal empresa estatal do segmento, a Petrobras.

"Eles disseram que esse também é o ponto de vista deles, mas abriram as portas para o capital brasileiro."

"Tudo isso que eu falei do petróleo vale para o gás natural também," acrescentou, sem dar detalhes.

Lima disse ainda que o Irã tem interesse em ter uma parceria com o Brasil na área de biocombustíveis, uma vez que só têm 5 por cento de etanol misturado na gasolina. No Brasil, complementou o diretor-geral da ANP, esse mix varia entre 20 por cento e 25 por cento.
ENERGIA ELÉTRICA

Outras oportunidades para empresas brasileiras poderá surgir na área de transmissão de energia elétrica, segmento que os iranianos querem aprender com a experiência brasileira.

No domingo, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, conversará com representantes do governo do Irã para ver como se pode avançar em relação aos termos de um memorando de entendimento já assinado entre os dois países.

"A primeira fase do processo passa por um autoconhecimento," disse o ministro à Reuters, acrescentando que fabricantes de equipamentos e empresas do setor de construção podem se beneficiar.
QUESTÃO NUCLEAR

Lideradas pelos Estados Unidos, potências ocidentais acusam Teerã de buscar a fabricação de armas nucleares e defendem a aplicação de sanções contra o país persa pela Organização das Nações Unidas (ONU). O governo de Mahmoud Ahmadinejad nega ter tal intenção, e alega querer a energia nuclear para fins pacíficos.

Em meio à disputa, o Brasil trabalha para que o Irã alcance uma solução negociada com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), depois que os dois lados chegaram a um impasse sobre a troca de urânio iraniano por combustível nuclear já pronto para o uso.

O Brasil, que utiliza a energia nuclear para gerar eletricidade e quer que o Irã tenha o mesmo direito, tenta ganhar espaço na cena internacional ao buscar o papel de intermediário no episódio. A Constituição brasileira veta a construção de armas nucleares.

A iniciativa, entretanto, é vista com ceticismo por setores da opinião pública doméstica e outros países. Potências ocidentais chegaram a dizer que o Irã queria ganhar tempo na disputa ao aceitar iniciar conversações com o Brasil.


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