História Dinâmica

Não só de passado vive o homem, mas das ações presentes compartilhadas, com o olhar para frente, estimulando, participações sociais, integradas, teóricas e práticas, que incentivem a obtenção de mais resultados, tornando os indivíduos e as coletividades mais livres, porém com, mais dignidade, abertura de espaços e oportunidades para todos. É preciso que esta história seja, cada mais dinâmica, que especialmente vise, ainda mais, cuidar das prioridades, das boas ações, dos resultados, (os)as que são ligado(as), interligado(as), integrado(as),globalizado(as) e socializado(as), em redes, dentro de movimentos constantes de atuação.

Que todas as boas ações passem, a fazer parte dos estados permantes de evolução, mas com o foco nas melhorias contínuas, principalmente ao buscar, estimular e realizar ações, para resultados concretos, mediante metas de perspectivas crescentes, de desenvolvimento e inovação, para que o Brasil seja, cada vez mais, próspero e o mais justo possível, no futuro.

(Fonseca, M.C.da S.)

Farmacêutica-Bioquímica, Natural de Santos Dumont

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7 anos em 7 minutos, com Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores

Sexta-feira, 29 de janeiro de 2010 às 16:02

(Segundo programa da série 7 anos em 7 minutos, com o ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores)

A projeção que o Brasil ganhou no mundo nos últimos anos é reflexo direto da estabilidade econômica e política social promovida pelo presidente Lula no País mas também pelas novas diretrizes da política externa, que mudou suas prioridades para dar ênfase à integração da América do Sul e a novas parcerias comerciais no mundo. A avaliação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores Celso Amorim no segundo programa da série 7 Anos em 7 Minutos que publicamos nesta sexta-feira (29/1) no Blog do Planalto.

Amorim diz que o presidente Lula determinou, desde o primeiro ano de seu mandato, fosse aprofundada as relações com os países vizinhos e estabelecida novas parcerias pelo mundo, notadamente na África, Oriente Médio e Ásia. Os resultados já podem ser notados: o comércio brasileiro com países sul-americanos passou a ser quase 20% do total do comércio exterior brasileiro e a África é hoje o quarto parceiro comercial do País, atrás apenas da China, Estados Unidos e Argentina.

O chanceler brasileiro lembrou que o presidente Lula fez questão receber, em seu primeiro ano de governo, a todos os governadores da América do Sul e também visitá-los. A mesma política de boa vizinhança foi feita com a África, onde visitou 21 países.

Juntamente com os esforços brasileiros na criação do G20 e na Organização Mundial do Comércio (OMC), o Brasil foi ganhando importância no cenário internacional, consolidando-se como interlocutor privilegiado tanto nas questões políticas como comerciais do mundo.

(Fonte : Planalto)

29/01/2010 - 11h21

Celso Amorim recebe prêmio de Estadista Global por Lula

O presidente brasileiro não pôde comparecer a Davos, após de crise de hipertensão.

G1

Foto: G1
imirante.com

BRASÍLIA - Em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pôde comparecer ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, após uma crise de hipertensão, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebeu nesta sexta-feira (29) o prêmio “Estadista Global” das mãos do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Na cerimônia, Amorim leu o discurso do presidente Lula, descrevendo os avanços obtidos pelo Brasil nos últimos anos, que permitiram uma recuperação rápida em meio à turbulência global, na avaliação do presidente. A mensagem do presidente brasileiro a Davos também tratou da necessidade de mudanças na economia global, para evitar novas crises, e de esforços mais fortes pela preservação do meio ambiente.

“O Brasil provou aos céticos que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza." Ele avalia que o olhar para o Brasil hoje é muito diferente do que há sete anos, quando esteve pela primeira vez em Davos, logo que chegou ao poder. E que havia dúvidas sobre o operário sem diploma universitário, vindo da esquerda sindical.

No discurso de 2003, Lula frisou que era necessário construir uma nova ordem econômica internacional. "Sete anos depois posso olhar nos olhos de cada um de vocês e do meu povo e dizer que o Brasil fez a sua parte", diz a mensagem lida por Amorim. "Ainda precisamos avançar muito, mas ninguém pode negar que o Brasil melhorou."

Ele lembrou que 20 milhões de pessoas saíram do estágio de pobreza absoluta, enquanto o País reduziu o endividamento externo e se tornou credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para Lula, o Brasil caminha para se tornar a quinta economia mundial.

Críticas

O discurso também trouxe críticas ao capitalismo financeiro e a defesa do papel do Estado na economia. O presidente avalia que o principal fator que ajudou o Brasil no combate à crise foi o modelo econômico de incentivo ao crédito e ao consumo e de redução de impostos, reforçado durante a turbulência.

Lula, conforme as palavras lidas por Amorim, pediu uma mudança profunda na ordem econômica, de forma a privilegiar a produção e não a especulação. Segundo ele, os governos devem recuperar o seu papel original, que é o papel de governar. "É hora de reinventar o mundo e suas instituições."

O presidente brasileiro também mandou uma mensagem de frustração com o cenário mundial. "Os desafios do mundo são maiores que os enfrentados pelo Brasil. O mundo precisa de mudanças mais profundas e complexas." De acordo com ele, Copenhague foi um exemplo, já que a humanidade perdeu uma oportunidade de avançar na preservação ao meio ambiente. "Espero que cheguemos com espíritos desarmados (na próxima reunião) no México".

Crise de hipertensão

Lula teve uma crise de hipertensão na noite de quarta-feira (27), quando estava no avião que o levaria para o Fórum Econômico em Davos. Ele foi internado no Real Hospital Português de Beneficência (RHP), na capital pernambucana, onde passou a noite. Pela manhã, o presidente voltou a São Paulo e, de lá, foi para seu apartamento em São Bernardo do Campo, onde passará o final de semana.

Segundo a assessoria da Presidência, todos os compromissos oficiais que o presidente teria até domingo (31) estão cancelados. A agenda deve ser retomada na segunda-feira (1º).

(Fonte: Imirante-Globo)

Celso Amorim: Rodada São Paulo na OMC estimula comércio entre países em desenvolvimento


O Ministro Celso Amorim participa de coletiva de imprensa no contexto da Rodada São Paulo do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento.

Genebra, 02 de dezembro de 2009.

Rodada São Paulo do SGPC – Genebra, 2 de dezembro de 2009

O Governo brasileiro anuncia, com satisfação, a celebração hoje, em Genebra, de importante acordo entre 22 países no contexto da Rodada São Paulo do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento (SGPC). O acordo define as modalidades básicas de acesso a mercados para produtos agrícolas e industriais.

Participam das negociações os países do MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), mais Argélia, Chile, Cuba, Egito, Índia, Irã, Indonésia, Malásia, México, Marrocos, Nigéria, Paquistão, República da Coréia, República Democrática Popular da Coréia, Sri Lanka, Tailândia, Vietnã e Zimbábue.

Juntos, esses países respondem por 13% do PIB mundial (cerca de US$ 8 trilhões) e 15% do comércio internacional (US$ 5 trilhões). Mais de 2,6 bilhões de pessoas vivem em seus territórios, o que corresponde a cerca de 38% da população mundial.

O acordo Sul-Sul hoje alcançado criará novas oportunidades de acesso a mercados para uma ampla gama de produtos exportados de países situados na África, Ásia e América Latina. Os elementos básicos do acordo incluem corte de pelo menos 20% nas tarifas aplicadas sobre, no mínimo, 70% dos produtos. As modalidades prevêem ainda que, em 2010, países participantes iniciarão negociações bilaterais e/ou plurilaterais com vistas a avançar ainda mais na liberalização do comércio entre si.

As modalidades adotadas correspondem ao resultado mais ambicioso entre os alcançados em todas as Rodadas do SGPC. Os participantes acordaram também que, dois anos após a implementação do acordo final, buscarão ampliar as oportunidades de acesso a mercados no contexto de revisão de resultados da Rodada São Paulo.

O Governo brasileiro está convencido de que o acordo é um passo sem precedentes na cooperação Sul-Sul. O acordo inspirará iniciativas similares e complementares que contribuirão para impulsionar a prosperidade econômica e social dos países em desenvolvimento.


ANEXO

O SGPC

Criado em 1988, o Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento (SGPC), visa a promover o comércio internacional e a estimular a cooperação econômica entre os países em desenvolvimento.

O Acordo sobre o Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em Desenvolvimento foi constituído como marco geral para acordos de intercâmbio de preferências comerciais entre países em desenvolvimento com o objetivo de ampliar o comércio Sul-Sul.

O conceito de um marco global para· preferências tarifárias teve sua primeira expressão política na Reunião Ministerial do Grupo dos 77 (G-77) realizada na Cidade do México em 1976, ao que seguiram as Reuniões Ministeriais do G-77 em Arusha (1979) e Caracas (1981).

Em 1982, os Ministros de Relações Exteriores do G-77, reunidos em Nova· Iorque, definiram os componentes básicos do Acordo e estipularam as regras gerais para a negociação.

Em 1984, o G-77 iniciou o trabalho preparatório· em Genebra sobre vários aspectos do “acordo-quadro” que se pretendia negociar.

Em 1985, a Reunião Ministerial de Nova Delhi forneceu novo ímpeto· negociado ao processo de Genebra.
Em 1986, a Reunião Ministerial de· Brasília resultou no estabelecimento do marco provisório do acordo e lançou a primeira rodada de negociações de concessões tarifárias preferenciais.
Em 1988, o texto do Acordo foi adotado e a primeira rodada de negociações foi concluída, em Belgrado. O Acordo entrou em vigor em 19 de abril de 1989.

Rodadas de Negociação

A Primeira Rodada de Negociações do SGPC, concluída em Belgrado, em 1988, foi limitada no que diz respeito às preferências comerciais acordadas.

Durante a Segunda Rodada de Negociações do SGPC, lançada em Teerã, em 1992, e concluída em 1998, muito embora os países participantes tenham tentado aprofundar as preferências comerciais existentes, o resultado foi insatisfatório, uma vez que as negociações foram limitadas pelo processo de pedidos e ofertas.

Após revisão abrangente do Acordo do SGPC em 2001, os países participantes do SGPC lançaram a Terceira Rodada de Negociações em São Paulo (Brasil), em 2004, durante a XI UNCTAD. O lançamento da Rodada São Paulo decorreu do entendimento de que os países em desenvolvimento haviam se tornado uma força dinâmica para o crescimento da economia e comércio internacionais e serviu para revitalizar o Acordo do SGPC.

Os seguintes países participam da atual Rodada: Argélia; Chile, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Egito, Índia, Irã, Indonésia, Malásia, México, MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), Marrocos, Nigéria, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Vietnã e Zimbábue.

Os dados agregados para esses países são:

PIB: US$ 7,7 trilhões (13% do PIB mundial)
População: 2,6 bilhões (38% da população mundial)
Exportações: US$ 2,6 trilhões (15% das exportações mundiais)
Importações: US$ 2,5 trilhões (15% das importações mundiais)
Agricultura: US$ 780 bilhões (43% da produção mundial)
Indústria: US$ 2,8 trilhões (16% da produção mundial)

Os elementos básicos das modalidades acordadas são os seguintes:

(i) Corte de pelo menos 20% nas tarifas aplicadas em base “nação mais favorecida” (NMF);

(ii) os cortes serão aplicados a pelo menos 70% das tarifas nacionais não-zeradas;

(iii) os paises participantes submeterão listas preliminares de compromissos até maio de 2010;

(iv) de maio a setembro de 2010, os países participantes negociarão bilateralmente (“pedidos e ofertas”) e/ou plurilateralmente com o objetivo de aprimorar os resultados dos cortes mínimos de 20%;

(v) os paises participantes apresentarão as listas finais de compromissos até setembro de 2010, de modo a preparar o Acordo Final da Rodada São Paulo;

(vi) as concessões negociadas entrarão em vigor após os processos domésticos de ratificação nos países que decidirem assinar o Acordo Final (os Participantes);

(vii) os Participantes revisarão os resultados da Rodada em um período de dois anos a partir do início do período de implementação, de maneira a aprofundar as oportunidades de acesso a mercados geradas pelas concessões negociadas.

Partes do Acordo do SGPC

Até o momento, são 43 as partes do Acordo: Argélia, Argentina, Bangladesh, Benin, Bolívia, Brasil, Cameroun, Chile, Cingapura, Colômbia, Cuba, Equador, Egito, Filipinas, Gana, Guiana, Guiné, Índia, Indonésia, Líbia, Malásia, Marrocos, MERCOSUL, México, Moçambique, Mianmar, Nicarágua, Nigéria, Paquistão, Peru, República da Coréia, República Democrática Popular da Coréia, República Islâmica do Iran, República Unida da Tanzânia, Sri Lanka, Sudão, Tailândia, Trinidad e Tobago, Tunísia, Venezuela, Vietnam e Zimbábue.

- Qualquer agrupamento sub-regional, regional ou inter-regional entre países em desenvolvimento é elegível a participar do Acordo. O MERCOSUL é o primeiro desses agrupamentos regionais a aderir ao Acordo.

  • Países de menor desenvolvimento relativo que são partes do Acordo beneficiam-se de tratamento especial e diferenciado. Existem atualmente 7 participantes nessa categoria – Bangladesh, Benin, Guiné, Moçambique, Mianmar, República Unida da Tanzânia e Sudão.”

    (Fonte: Ministério das Relações Exteriores)

Leia : http://flacso.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1606&Itemid=271

Discurso de Celso Amorin nesta Faculdade llatinoamericana de Ciências Sociais em 2007

O que é o Fórum Social Mundial?

O FSM é um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo. Após o primeiro encontro mundial, realizado em 2001, se configurou como um processo mundial permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais. Esta definição está na Carta de Princípios, principal documento do FSM.

O Fórum Social Mundial se caracteriza também pela pluralidade e pela diversidade, tendo um caráter não confessional, não governamental e não partidário. Ele se propõe a facilitar a articulação, de forma descentralizada e em rede, de entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial. O Fórum Social Mundial não é uma entidade nem uma organização.
(Fonte: Fórum Social Mundial 23.07.2004 atualizado em 27/01/2010

Carta de Princípios do Fórum Social Mundial

O Comitê de entidades brasileiras que idealizou e organizou o primeiro Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre de 25 a 30 de janeiro de 2001, considera necessário e legítimo, após avaliar os resultados desse Fórum e as expectativas que criou, estabelecer uma Carta de Princípios que oriente a continuidade dessa iniciativa. Os Princípios contidos na Carta, a ser respeitada por tod@s que queiram participar desse processo e organizar novas edições do Fórum Social Mundial, consolidam as decisões que presidiram a realização do Fórum de Porto Alegre e asseguraram seu êxito, e ampliam seu alcance, definindo orientações que decorrem da lógica dessas decisões.

1. O Fórum Social Mundial é um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, o debate democrático de idéias, a formulação de propostas, a troca livre de experiências e a articulação para ações eficazes, de entidades e movimentos da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo, e estão empenhadas na construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação fecunda entre os seres humanos e destes com a Terra.

2. O Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi um evento localizado no tempo e no espaço. A partir de agora, na certeza proclamada em Porto Alegre de que "um outro mundo é possível", ele se torna um processo permanente de busca e construção de alternativas, que não se reduz aos eventos em que se apóie.

3. O Fórum Social Mundial é um processo de caráter mundial. Todos os encontros que se realizem como parte desse processo têm dimensão internacional.

4. As alternativas propostas no Fórum Social Mundial contrapõem-se a um processo de globalização comandado pelas grandes corporações multinacionais e pelos governos e instituições internacionais a serviço de seus interesses, com a cumplicidade de governos nacionais. Elas visam fazer prevalecer, como uma nova etapa da história do mundo, uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais, bem como os de tod@s @s cidadãos e cidadãs em todas as nações e o meio ambiente, apoiada em sistemas e instituições internacionais democráticos a serviço da justiça social, da igualdade e da soberania dos povos.

5. O Fórum Social Mundial reúne e articula somente entidades e movimentos da sociedade civil de todos os países do mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial.

6. Os encontros do Fórum Social Mundial não têm caráter deliberativo enquanto Fórum Social Mundial. Ninguém estará, portanto autorizado a exprimir, em nome do Fórum, em qualquer de suas edições, posições que pretenderiam ser de tod@s @s seus/suas participantes. @s participantes não devem ser chamad@s a tomar decisões, por voto ou aclamação, enquanto conjunto de participantes do Fórum, sobre declarações ou propostas de ação que @s engajem a tod@s ou à sua maioria e que se proponham a ser tomadas de posição do Fórum enquanto Fórum. Ele não se constitui portanto em instancia de poder, a ser disputado pelos participantes de seus encontros, nem pretende se constituir em única alternativa de articulação e ação das entidades e movimentos que dele participem.

7. Deve ser, no entanto, assegurada, a entidades ou conjuntos de entidades que participem dos encontros do Fórum, a liberdade de deliberar, durante os mesmos, sobre declarações e ações que decidam desenvolver, isoladamente ou de forma articulada com outros participantes. O Fórum Social Mundial se compromete a difundir amplamente essas decisões, pelos meios ao seu alcance, sem direcionamentos, hierarquizações, censuras e restrições, mas como deliberações das entidades ou conjuntos de entidades que as tenham assumido.

8. O Fórum Social Mundial é um espaço plural e diversificado, não confessional, não governamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo.

9. O Fórum Social Mundial será sempre um espaço aberto ao pluralismo e à diversidade de engajamentos e atuações das entidades e movimentos que dele decidam participar, bem como à diversidade de gênero, etnias, culturas, gerações e capacidades físicas, desde que respeitem esta Carta de Princípios. Não deverão participar do Fórum representações partidárias nem organizações militares. Poderão ser convidados a participar, em caráter pessoal, governantes e parlamentares que assumam os compromissos desta Carta.

10. O Fórum Social Mundial se opõe a toda visão totalitária e reducionista da economia, do desenvolvimento e da história e ao uso da violência como meio de controle social pelo Estado. Propugna pelo respeito aos Direitos Humanos, pela prática de uma democracia verdadeira, participativa, por relações igualitárias, solidárias e pacíficas entre pessoas, etnias, gêneros e povos, condenando todas as formas de dominação assim como a sujeição de um ser humano pelo outro.

11. O Fórum Social Mundial, como espaço de debates, é um movimento de idéias que estimula a reflexão, e a disseminação transparente dos resultados dessa reflexão, sobre os mecanismos e instrumentos da dominação do capital, sobre os meios e ações de resistência e superação dessa dominação, sobre as alternativas propostas para resolver os problemas de exclusão e desigualdade social que o processo de globalização capitalista, com suas dimensões racistas, sexistas e destruidoras do meio ambiente está criando, internacionalmente e no interior dos países.

12. O Fórum Social Mundial, como espaço de troca de experiências, estimula o conhecimento e o reconhecimento mútuo das entidades e movimentos que dele participam, valorizando seu intercâmbio, especialmente o que a sociedade está construindo para centrar a atividade econômica e a ação política no atendimento das necessidades do ser humano e no respeito à natureza, no presente e para as futuras gerações.

13. O Fórum Social Mundial, como espaço de articulação, procura fortalecer e criar novas articulações nacionais e internacionais entre entidades e movimentos da sociedade, que aumentem, tanto na esfera da vida pública como da vida privada, a capacidade de resistência social não violenta ao processo de desumanização que o mundo está vivendo e à violência usada pelo Estado, e reforcem as iniciativas humanizadoras em curso pela ação desses movimentos e entidades.

14. O Fórum Social Mundial é um processo que estimula as entidades e movimentos que dele participam a situar suas ações, do nível local ao nacional e buscando uma participação ativa nas instâncias internacionais, como questões de cidadania planetária, introduzindo na agenda global as práticas transformadoras que estejam experimentando na construção de um mundo novo solidário.

Aprovada e adotada em São Paulo, em 9 de abril de 2001, pelas entidades que constituem o Comitê de Organização do Fórum Social Mundial, aprovada com modificações pelo Conselho Internacional do Fórum Social Mundial no dia 10 de junho de 2001.
(Fonte: Fórum Social Mundial- 08.06.2002-atualizado em 27/01/2010)

Seminário do FALP: representante paulista destaca infraestrutura em cidades periféricas

O prefeito de Várzea Paulista (SP) e primeiro secretário da Associação Brasileira de Municípios, Eduardo Tadeu, abordou durante a tarde desta terça-feira, 26/01, no seminário Internacional de Metrópoles Solidárias, que diversos comitês no país têm procurado soluções para os problemas de infraestrutura em todo o território nacional. De acordo com ele, isso ocorre através de diálogos estendidos às comunidades. “Esta atitude revela a importância e o respeito que os municípios têm alcançado no Brasil, pois é nas cidades que as pessoas moram e podem experimentar com mais proximidade a democracia e a participação”.

Eduardo também citou o Orçamento Participativo, prática do município de Canoas e de outras 300 cidades do mundo. “O OP é um ponto de vista transformador, com o olhar para a periferia, não apenas para as classes mais abastadas”. O prefeito paulista mencionou ainda que o processo participativo alavanca grandes conquistas, mas é preciso ainda questionar porque o metrô atinge cidades centrais e pouco existe no interior.
(Canoas, Notícias-26/01/2010)

Crescimento da economia solidária em pauta no FSM

Cerca de 200 pessoas se concentraram na Paróquia Nossa Senhora de Fátima para debater sobre as políticas públicas de economia solidária. O seminário, intitulado Estado e novos modelos de desenvolvimento, recebeu referências na área, como Paul Singer, secretário nacional de Economia Solidária, e Nancy Neantam, presidente da rede de Economia Solidária de Quebéc, no Canadá.

Na pauta, possibilidades de crescimento da economia solidária no Brasil e políticas de formação dos gestores públicos. Segundo Paul, este debate é necessário para sabermos qual modelo de desenvolvimento queremos construir e como as políticas públicas influenciam a economia solidária.

O secretário ainda ressaltou que a economia solidária começou a se desenvolver no Brasil pela década de 80 com o esforço de desempregados, movimentos sociais, igrejas, sindicatos e universidades, através das incubadoras de cooperativas populares. “O apoio só chegou durante o governo Olívio Dutra, onde se experimentou um processo de suporte ativo à setores de economia solidária”, complementou Paul.
(Canoas, Notícias-26/01/2010)

Idealizador do Fórum defende papel secundário para ONGs

Sociólogo Emir Sader acha que organizações deveriam deixar protagonismo para os movimentos sociais

ANO 115 Nº 119 - PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 27 DE JANEIRO DE 2010
Jair Stangler, do estadao.com.br

Marcos de Paula/AE - 25/01/2010

Para Sader, são os movimentos, e não as ONGs, que levam as pessoas para as manifestações

PORTO ALEGRE - O sociólogo Emir Sader, professor aposentado da USP e um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, expôs uma divisão entre os movimentos sociais e as organizações não-governamentais (ONGs). Ele conversou com jornalistas após participar de uma das mesas de discussões na manhã desta terça-feira, 26, em Porto Alegre.

"A particularidade do Fórum é ter movimentos sociais. As ONGs têm papel secundário, que é de ajudar os movimentos sociais a se organizar. Tem que abrir caminho. Mas não. O comitê organizador do FSM, essas pessoas que estão aí desde o início, são de oito organizações, e seis são ONGs! É tão sem representatividade que tem uma lá que é Abong, Associação Brasileira de ONGs. Usurpam o espaço dos movimentos. No início do FSM foi importante porque não havia espaço para os movimentos sociais. Mas agora eu acho que eles deveriam se retirar do primeiro plano e ajudar os movimentos sociais a protagonizarem", afirmou.

Sader disse apreciar a atitude de solidariedade das ONGs, mas criticou a limitação delas ao intercâmbio: "Então acabou o evento e vamos todos pra casa, enriquecidos ou não. Mas a realidade está pedindo outras propostas. Nós podemos estabelecer propostas consensuais, como a regulamentação do capital financeiro, a água como bem público. A vida das ONGs não está ruim, tem financiamento. Mas quantas pessoas as ONGs levam na marcha?", questiona.

Para ele, essa postura das ONGs acaba limitando a ação do Fórum. "Agora o Fórum tem de mostrar alternativas", afirma. "A denúncia vale, mas é para mostrar um diagnóstico. A denúncia da crise não foi acompanhada no FSM de Belém por alternativas, quem esteve lá não saiu armado. não quero que tenha uma, quero que tenham várias alternativas. Inclusive há uma coisa catastrofista: o neoliberalismo acabou. Não é verdade. A crise é oportunidade, mas oportunidade pra eles também. Estamos dando tempo e espaço pra eles se recomporem. Então eu acho que pra ser coerente com esse diagnóstico, que se revelou correto, o Fórum não deve ser apenas diagnóstico e intercâmbio. O fórum tem que ter alternativa. Qual é o Estado que queremos?"

O sociólogo cita a Bolívia como exemplo de "outro mundo possível". "Isso o FSM não toma conhecimento. Se não for o que está acontecendo na Bolívia, eu não sei que outro mundo é possível".

Sader criticou também que o Fórum ainda não tenha criado um canal de comunicação mais eficiente. "Nós não temos uma cadeia de televisão! Pela internet, que seja."


''Não é fácil mudar a história''

Lula discursa para 5 mil no FSM e diz que a democracia não é um pacto de silêncio


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem à noite no Gigantinho que participa pela última vez do Fórum Social Mundial mais maduro e mais calejado. "No primeiro Fórum eu estava com medo, queria apenas construir um novo Brasil. Hoje, estou orgulhoso de tudo. Não é fácil mudar a história, mas nós conseguimos. Nosso governo está honrado por ser o que mais criou escolas técnicas, o que mais criou universidades e mais contribuiu para o engrandecimento da cidadania."

Lula analisou em seu discurso de 40 minutos, para 5 mil pessoas, as realizações dos seus dois mandatos, as ações positivas nas áreas econômicas, as medidas adotadas para enfrentar a crise mundial e a procura de diálogo internacional para estabelecer uma nova ordem mundial. "Em 2003, quando estive aqui no Fórum, o pessoal tinha faixas contra o Fundo Monetário Internacional (FMI), hoje posso dizer que não devemos nada para eles. O FMI é que nos deve 14 bilhões de dólares." O presidente também afirmou que dirá em Davos, Suíça, para onde irá ainda hoje, que superou com muito trabalho a desconfiança que havia em relação a ele.

"Ninguém acreditava num torneiro mecânico como presidente do Brasil, mas nós mudamos a história do país com muita determinação", afirmou. Lula ressaltou também a solidariedade do Brasil no Haiti. "Vamos ajudar a reconstruir esse país e lá irei para fazer esse anúncio." No final, o presidente disse que se sente gratificado com o trabalho de inclusão social feito em seu governo e pela consolidação de um novo Brasil.


Lula diz que Fórum de Davos perdeu o 'glamour' após a crise

Ele diz que vai participar de discussão na Suiça com orgulho.
Presidente voltou a lembrar do empréstimo brasileiro ao FMI.
(Jeferson Ribeiro Do G1, em Porto Alegre )
26/01/10 - 22h43 - Atualizado em 27/01/10 - 10h5

Foto: Edu Andrade/Agência


Lula discursa no Fórum Social Mundial, em porto Alegre (Foto: Edu Andrade/Agência )

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afagou o ego dos participantes da 10ª edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS), ao dizer que o Fórum Econômico Mundial, de Davos, na Suiça, perdeu o “glamour” depois da crise financeira internacional.

“Estou aqui e daqui vou para Davos, como fiz em 2003. Tenho consciência que Davos não tem mais o glamour que eles pensavam que tinham em 2003. O sistema financeiro não pode mais desfilar como sendo modelo de gerenciamento, porque acabou de causar a maior crise todos os tempos por incapacidade gerencial”, discursou.

O presidente afirmou que vai participar das discussões em Davos com “orgulho de quem tem para dizer que se em 2003 o grande medo era que o Lula não tinha como administrar o país e montar o governo, vou lá com a humildade de um torneiro mecânico que mais construiu universidades nesse país”.

Ele lembrou ainda que quando participou do Fórum Social Mundial em 2003, sentiu angústia ao ver uma faixa estendida pedindo para o Brasil romper com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Agora, não só não devemos, como eles nos devem US$ 14 bilhões”, discursou.

Lula disse ainda que pretende criticar os países ricos pela má gestão da economia em Davos. “Vou a Davos com outra missão, quero mostrar que se o mundo desenvolvido tivesse feito a lição de casa em economia, não tinhamos tido a crise econômica do ano passado. Eu disse que a crise aqui seria uma marolinha e fomos criticados e detonados”, esbravejou o presidente.

O Fórum Social Mundial (FSM) desse ano comemorar dez anos de existência e terá uma segunda etapa em Salvador (BA). Em Porto Alegre, cerca de 7 mil pessoas compareceram à cerimônia de comemoração das dez edições. A agenda do presidente prevê que ele também participe do FSM em Salvador.

Leia o que diz o site : http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/01/27/lula-recebido-como-heroi-no-forum-social-mundial-915715870.asp


Entrevista de Patrus Ananias Ministro do Desenvolvimento Social (Economia Solidária RS/Post 155)

(Fonte: Brasil Autogestionário)

(Fonte: Diário do Nordeste)

Como responder às críticas de que os programas do MDS têm um caráter assistencialista e que deveriam ser associados à geração de renda?
O que está acontecendo de fato: estamos mudando os parâmetros da assistência social no Brasil, colocando-a no patamar das políticas públicas, como determina a Constituição Federal. Pela primeira vez no país, a assistência social está sendo tratada como direito, se articula por meio de políticas republicanas, definidas por critérios e metas objetivos, acabando com o clientelismo, com o quem indica, com os pobres de cada um. Assistência Social não é favor, é um direito, constitucional, de todos os cidadãos (que não têm condições de se manter) terem apoio do Estado. Ao mesmo tempo, a integração desses nossos programas a ações de geração de trabalho e renda já está acontecendo. Estamos investindo mais nesses projetos sociais, trabalhando com programas de inclusão produtiva, apoio ao microcrédito, arranjos locais, economia solidária. São as chamadas ações complementares dos programas sociais e, no caso do Bolsa Família, estão pactuadas com prefeitos e governadores para que possamos incrementar e articular cada vez mais essas iniciativas. Prossegue: “Estamos de fato vencendo a luta contra a fome”.

ENTREVISTA - PATRUS ANANIAS (18/1/2009)
´Estamos de fato vencendo a luta contra a fome´

"O Bolsa Família é uma das 52 ações que compõem o Fome Zero, que é uma estratégia do governo de promover o acesso à alimentação."

"As pessoas querem melhorar de vida, sabem “ A Assistência Social não é favor, é um do papel do trabalho na formação da dignidade". direito constitucional, de todos os cidadãos de terem o apoio do estado"

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, tem nas mãos o que foi o primeiro grande desafio do Governo Lula, levar comida para a mesa de todo brasileiro. Hoje, quando o programa Bolsa Família completa cinco anos, afirma que este não veio substituir o Fome Zero mas é uma parte dele. ´Estamos mudando os parâmetros da assistência social no Brasil, colocando-a no patamar das políticas públicas´. Diz que, pela primeira vez no país, a assistência social está sendo tratada como direito.

O Brasil tem menos fome? O Bolsa Família já garantiu que todo brasileiro tenha três refeições por dia?
Estamos de fato vencendo a luta contra a fome e a desnutrição no Brasil e o Bolsa Família, em conjunto com nossas outras políticas sociais, como a construção de cisternas no semi-árido brasileiro, o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar e o programa Leite Fome Zero, tem contribuído decisivamente para isso. Pesquisas que avaliaram o impacto do Bolsa Família comprovaram que 94% das crianças beneficiárias do programa de transferência de renda fazem pelo menos três refeições ao dia e, na região do semi-árido, a participação do programa reduziu em 30% o risco de desnutrição infantil. Mas sabemos também que a fome é um problema social, relembrando os ensinamentos de Josué de Castro já nos anos 1940, e ainda temos um grande caminho a percorrer até conseguir erradicar completamente a fome do cenário brasileiro. Sabemos que, a despeito da grande cobertura de nossos programas, ainda temos famílias que precisam e ainda não participam desses programas, algumas até por problemas de identificação. Estamos, no governo federal, sob orientação do presidente Lula, nos empenhando para vencer esses problemas e fazer com que todos os brasileiros, efetivamente, tenham acesso a uma alimentação em qualidade, quantidade e regularidade suficientes para uma sobrevivência digna que lhes abra perspectivas de futuro.

Pesquisa do Ibase constatou que o recurso do Bolsa Família é utilizado, principalmente, na compra de alimentos e que a maioria não deixou de trabalhar. A quais fatores vocês atribuem este resultado?
Ao garantir acesso ao direito à alimentação - elementar e fundador da cidadania e dignidade humana - e, por meio das condicionalidades, o acesso aos outros direitos básicos da educação e saúde, o Bolsa Família estabelece o direito a ter direitos. A pesquisa do Ibase rejeita o ´efeito preguiça´, o que também já havia sido sinalizado anteriormente por uma pesquisa que realizamos com o Cedeplar/UFMG (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais). As pessoas querem melhorar de vida, querem se esforçar, sabem do papel do trabalho na formação da dignidade, da construção de um país melhor para todos. Muitas vezes, o que faltava à nossa gente era justamente ajuda para lutar por essa nova vida, por causa do tamanho de nossa dívida social.
O Ibase aponta que 78% dos beneficiados vivem na área urbana. O que se tem feito para chegar aos rincões?
O ingresso no Bolsa Família é feito por meio de cadastramento, que é realizado pelas Prefeituras, e a partir daí, são selecionadas aquelas famílias que se enquadrem no perfil do programa (com renda mensal por pessoa de até R$ 120,00). Identificamos em nossas pesquisas, dificuldades de alcançar famílias em áreas específicas, como as comunidades indígenas e quilombolas. Muitos casos, por problemas de falta de documentação. O Ministério tem apoiado os municípios em ações para identificar, providenciar registro e cadastrar famílias nessas localidades. Mais recentemente, estamos participando da campanha do governo federal, coordenada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, para combater o sub-registro civil.

Muitas pessoas sequer têm certidão de nascimento e, portanto, não podem ser beneficiadas pelos programas sociais. Como vocês tentam resolver isto?
É um problema ao qual estamos acompanhando há um tempo e estamos procurando resolver com as iniciativas que listei. A pesquisa que realizamos com o Cedeplar estima que aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, com renda per capita de até R$ 150,00 não têm certidão de nascimento ou de casamento.

Como responder às críticas de que os programas do MDS têm um caráter assistencialista e que deveriam ser associados à geração de renda?
O que está acontecendo de fato: estamos mudando os parâmetros da assistência social no Brasil, colocando-a no patamar das políticas públicas, como determina a Constituição Federal. Pela primeira vez no país, a assistência social está sendo tratada como direito, se articula por meio de políticas republicanas, definidas por critérios e metas objetivos, acabando com o clientelismo, com o quem indica, com os pobres de cada um. Assistência Social não é favor, é um direito, constitucional, de todos os cidadãos (que não têm condições de se manter) terem apoio do Estado. Ao mesmo tempo, a integração desses nossos programas a ações de geração de trabalho e renda já está acontecendo. Estamos investindo mais nesses projetos sociais, trabalhando com programas de inclusão produtiva, apoio ao microcrédito, arranjos locais, economia solidária. São as chamadas ações complementares dos programas sociais e, no caso do Bolsa Família, estão pactuadas com prefeitos e governadores para que possamos incrementar e articular cada vez mais essas iniciativas.

Os investimentos nas alternativas de trabalho têm sido priorizados?
Como disse, essa é uma meta importante, uma orientação com a qual estamos trabalhando e nos esforçando para ampliar. No MDS, estamos promovendo uma reforma administrativa para reforçar a orientação da atual Secretaria de Articulação Institucional e Parcerias (SAIP), para uma secretaria que trate especificamente dessas questões, do desenvolvimento, coordenação e articulação de projetos na área de inclusão produtiva. Ao mesmo tempo, estamos intensificando, em todas as secretarias, integração de políticas, inclusive considerando vários setores do governo federal para trabalhar essas políticas junto aos beneficiários dos programas sociais. Um exemplo objetivo dessa integração é o Plano Setorial de Qualificação (Planseq) da Construção Civil voltado para beneficiários do Bolsa Família. É uma promoção da Casa Civil da Presidência da República, junto com o MDS e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com objetivo de qualificar beneficiários do Bolsa Família para vagas abertas pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na área da construção civil. Temos também os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), coordenados pelo MDS, que têm se firmado também como espaços físicos para realização de cursos profissionalizantes e de qualificação profissional.

O que tem sido feito para evitar a corrupção na distribuição dos recursos do Bolsa Família? Você tem ainda flagrado muitos casos?
O Bolsa Família é um programa de transferência direta. Os recursos são transferidos diretamente na conta dos beneficiários e o ingresso no programa, como disse, é feito por meio de cadastro, que é realizado pelas Prefeituras. O que temos feito, desde o início, é aperfeiçoar a qualidade das informações do Cadastro Único, que identifica o perfil das famílias pobres, e também promover processo de fiscalização do processo de concessão dos benefícios. Temos também trabalhado em conjunto com a Corregedoria Geral da União, no trabalho de fiscalização e firmamos convênio com os Ministérios Públicos para ajudar nesse trabalho, para identificar não só pessoas que não têm o perfil do programa e estão sendo atendidas como aquelas que têm e ainda não têm acesso aos benefícios. Nosso trabalho tem rendido bons frutos e no último processo de teste de consistência do nosso cadastro, identificamos um percentual de menos de 4% de inconsistência, um índice dentro dos padrões internacionais de controle.

Quais fatores foram considerados para necessitar uma transição da proposta inicial do Fome Zero para o atual Bolsa Família?
Primeiro, precisamos desfazer quaisquer desentendimentos. O Bolsa Família não substituiu o Fome Zero. O Bolsa Família é uma das 52 ações que compõem o Fome Zero, que é uma estratégia do governo de promover o acesso à alimentação sobretudo à população mais pobre, articulando ações e programas em 11 ministérios e contando com a parceria com Estados e municípios e a participação da sociedade civil. O Bolsa Família é um dos programas dessa estratégia, na verdade, o principal e articulador, em função de sua dimensão e seu papel de garantir renda mínima para compra de alimentos pelas famílias pobres. Portanto, não há uma transição de uma proposta para outra. O que houve foi um processo de aperfeiçoamento da estratégia do governo, de reforçar as atividades transversais entre as várias áreas do governo e esse trabalho vem sendo desenvolvido por um Grupo de Trabalho que é coordenado pelo MDS.

O que ficou da mobilização da sociedade civil, organizada pelo Frei Betto? A sociedade ainda é chamada a se voluntariar?
O Fome Zero é uma estratégia que articula várias políticas públicas. Essas políticas contam com parceria e participação de todas as esferas de governo e também da sociedade civil, dentro do caráter republicano, dos princípios do pacto federativo e observando a devida divisão de responsabilidades nesse processo. A participação da sociedade civil é importante não só na execução, mas também no processo de formulação, planejamento e avaliação das políticas e o governo tem sempre o diálogo aberto nesse sentido. No processo de pactuação da gestão do Bolsa Família com os gestores municipais, por exemplo, está prevista a participação de entidades organizadas da sociedade civil no processo de fiscalização e acompanhamento do programa. Esse trabalho é constante. No entanto, é importante a gente ter a compreensão de que o direito à alimentação é objeto de política pública, tem de ter a orientação e coordenação clara do governo, até para que as iniciativas civilizatórias de voluntariado das pessoas de boa vontade não se percam na fragmentação das ações. É a orientação do Estado que vai garantir continuidade e evitar pulverização das ações.

Qual o legado deixado por este programa?
Acredito que não só o Bolsa Família, mas todos os programas que com ele compõem hoje nossa rede de proteção e promoção social estão se configurando como uma importante contribuição para o nosso futuro. Estamos consolidando no país as condições materiais para construir um Estado de Bem Estar Social, no qual as políticas sociais se estruturem de maneira permanente, acompanhando a evolução das demandas da nossa população, se desdobrando em novas e maiores conquistas. Com isso, queremos deixar para as gerações futuras um país mais justo, que ofereça a todos os brasileiros os mesmos direitos e oportunidades.

ADRIANA SANTIAGO
(Publicado no Diário do Nordeste : 18/01/2009)

Congresso Nacional aprova envio de novas tropas brasileiras ao Haiti

25/01/2010 - 17h56

Reunida no Plenário do Senado nesta segunda-feira (25), a Comissão Representativa do Congresso Nacional (CRCN) aprovou, em votações simbólicas, o Projeto de Decreto Legislativo (PDS-CRCN 01/10) que autoriza o envio de mais 1.300 militares brasileiros ao Haiti. 900 militares serão enviados imediatamente ao Haiti e outros 400 ficarão de prontidão em território nacional. As tropas vão se somar a outros 1.300 militares que já se encontram naquele país, vitimado por um devastador terremoto em 12 de janeiro. A matéria segue para promulgação.

Os militares brasileiros compõem a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah, em francês). Desde o terremoto, o contingente brasileiro vem atuando na segurança, distribuição de água e alimentos, no atendimento a feridos e desabrigados e agora, com o fim oficial da procura por sobreviventes, vai auxiliar na reconstrução da infraestrutura haitiana.

Em 21 de janeiro deste ano, o Congresso recebeu mensagem do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva solicitando autorização para o reforço das tropas brasileiras no Haiti. A mensagem presidencial veio acompanhada de exposição de motivos assinada pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e das Relações Exteriores, Celso Amorim. No documento, os ministros afirmam que o terremoto de 12 de janeiro "produziu graves consequências humanitárias, destruiu a infraestrutura do país e reduziu drasticamente a capacidade de atendimento às necessidades básicas da população". Dizem ainda que a Polícia Nacional Haitiana perdeu quase 50% de sua capacidade após o terremoto.

Os ministros também lembram que o Brasil comanda a Minustah desde 2004, sendo a principal força da ONU no Haiti, tendo capacidade para garantir a segurança naquele país, além de coordenar os esforços de assistência humanitária. Jobim e Amorim registram no texto que o aumento do efetivo foi determinado pelo próprio secretário-geral Ban Ki-Moon e pelo Conselho de Segurança da ONU.

O efetivo de novos 1.300 militares será composto por um batalhão de infantaria (750 militares), uma companhia de polícia do Exército (150 militares) e mais 400 militares que ficarão de prontidão para se deslocarem ao Haiti caso necessário.

Ao ser recebida pela Comissão Representativa, a mensagem presidencial (com exposição de motivos interministerial) foi numerada como Mensagem da Comissão Representativa do Congresso Nacional (MCR) nº 1/2010. Relator da matéria, o deputado federal Mauro Benevides (PMDB-CE) proferiu parecer favorável em Plenário, nos termos do Projeto de Decreto Legislativo (PDS-CRCN) nº 1/2010 que apresentou junto ao parecer. Benevides elogiou a atuação dos soldados brasileiros no Haiti afirmando que eles conseguiram conquistar a simpatia da população haitiana por serem qualificados e agirem de "forma amistosa e carismática" nesta missão de paz.

Depois de senadores e deputados discutirem a proposta no Plenário, o PDS foi aprovado em votação simbólica por deputados e senadores.
Augusto Castro / Agência Senado

25/01/2010 - 18h11

"O Congresso nunca faltou ao país em momentos difíceis", diz Sarney


Ao saudar a aprovação do projeto de decreto legislativo que aumenta o contingente militar brasileiro no Haiti, o presidente da Comissão Representativa do Congresso, José Sarney, cumprimentou os parlamentares por refletirem, num momento em que o mundo todo se comove com a tragédia do país caribenho, "o sentimento da população brasileira".

- Em meus 51 anos de Congresso Nacional, não vi um momento em que o país precisasse do Congresso e nós não estivéssemos unidos, independentemente das convicções partidárias de cada um - disse ele.

O presidente também homenageou os novos 1.300 militares brasileiros que irão compor a Missão das Nações Unidas no Haiti, por encarnarem o "serviço humanitário que seu país está prestando ao mundo".

Raíssa Abreu / Agência Senado


25/01/2010 - 17h22
Inácio Arruda lembra dificuldades do Haiti "antes do terremoto"

Ao expressar seu apoio integral à proposta de aumento do efetivo militar brasileiro no Haiti, o senador Inácio Arruda (PCdoB) lembrou detalhes da história do país antes do terremoto de 7 pontos de magnitude que, no dia 12 de janeiro, deixou centenas de milhares de mortos e desabrigados.

O senador observou que, devido a uma trajetória de guerras civis, boicote internacional, preconceito e miséria, que data do período colonial, o Haiti já carregava uma "herança social brutal". Frisou, porém, que o "povo haitiano é um povo de luta".

- O Haiti não sairá do 'ai de ti' se não for pelas mãos de seu próprio povo - disse.

A declaração foi feita durante sessão da Comissão Representativa do Congresso Nacional, convocada para examinar mensagem do governo que solicita o aumento do número de militares brasileiros na Missão das Nações Unidas (ONU) no Haiti de 1.300 para 2.600. O Brasil comanda a missão de paz naquele país.

Inácio Arruda elogiou o trabalho das forças de paz e lamentou a morte dos 18 militares brasileiros no terremoto, assim como dos três civis, especialmente da doutora Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Juventude.
Raíssa Abreu / Agência Senado


25/01/2010 - 17h58
Cristovam: ajuda brasileira ao Haiti também beneficia o Brasil

Ao defender o aumento do contingente militar brasileiro no Haiti, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que a medida é necessária não apenas para o Haiti, por razões humanitárias, mas também para o Brasil, pela importância que o país conquistou no âmbito internacional.

Cristovam, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, afirmou que, "neste momento, nenhum povo sofre como o haitiano".
- Não podemos deixar a solidariedade de lado - declarou ele.

Àqueles que defendem que os problemas brasileiros tenham prioridade sobre a ajuda ao Haiti, o parlamentar disse que, "bem ou mal, o Brasil cuida de seu próprio 'Haiti', por meio de iniciativas como o programa Bolsa Família, o Sistema Único de Saúde e a aposentadoria rural".

- Já o Haiti está totalmente abandonado e precisa de ajuda emergencial - disse ele.

Quanto à importância da ajuda para o Brasil, Cristovam argumentou que o país "não pode ignorar sua responsabilidade nem a oportunidade de se afirmar internacionalmente, ao demonstrar solidariedade com um povo estrangeiro".

- Quando visitei o Haiti, conversei com o povo e percebi como a presença do Brasil é fundamental - ressaltou.
Ricardo Koiti Koshimizu / Agência Senado


25/01/2010 - 16h18

Sarney: "Brasil tem de assumir o custo de ser o maior país da América do Sul


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), contestou nesta segunda-feira (25), questionado por repórteres, a afirmação de que o Brasil estaria enviando recursos de forma exagerada ao Haiti, após o terremoto que afetou aquele país. Para ele, o "Brasil tem de assumir o custo de ser o maior país da América do Sul", lembrando que, antes da catástrofe, as Forças Armadas brasileiras já estavam no Haiti participando da missão das Nações Unidas para restaurar a ordem púbica e promover a reconstrução do país.

- A responsabilidade do Brasil no continente é muito maior. Temos de pagar o preço da nossa grandeza e o preço é essa prioridade nesta catástrofe. A prioridade deve ser, entre os pobres, os mais pobres. Essa foi uma das maiores tragédias e é necessária a ajuda do governo brasileiro. E o Congresso imediatamente se dispôs a aprovar a ajuda e o envio de mais militares àquele país - disse.

Questionado sobre uma suposta disputa de liderança entre os Estados Unidos e o Brasil na atuação de ajuda ao Haiti, José Sarney observou que não cabe neste momento esse tipo de discussão. Ponderou que, se os EUA estão levando aos haitianos uma ajuda maior que a brasileira, isso é conseqüência do seu tamanho, da sua proximidade com aquele país e da sua capacidade econômica.

Seria menor discutir esse tipo de liderança na catástrofe. Estamos mostrando que o Brasil está dando tudo o que é possível. O Brasil sempre participou de ajudas humanitárias no mundo - acrescentou.

Direitos Humanos

Interrogado se o Congresso aprovará as medidas previstas no decreto presidencial que criou o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), o presidente do Senado ponderou que o texto aborda temas polêmicos, mas o decreto em si não precisa ser votado pelo Legislativo. Disse que os projetos oriundos das determinações do decreto certamente provocarão debates no Congresso, pois "não há nenhum consenso" em torno dos assuntos tratados.

Eli Teixeira / Agência Senado


Curiosidades :

Se a causa é comum, todos votam com unanimidade, independente de posturas partidárias, ideologias, de existirem grupos de oposições, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal do Brasil, representado por todos os que estiverem presentes, votaram 100%, sem nenhum tipo de questionamento, em relação à ajuda ao Haiti, num ato que representa hoje, o Brasil ainda mais solidário, diante de problemas mundiais, mostrando a vontade do povo Brasileiro de ajudar, cooperar e o avanço, que este país teve de estar podendo também, ajudar financeiramente, outros povos que mais necessitam, vítimas de catástrofes. O nosso presidente LULA, já está falando em criar o “PAC das Enchentes”, para ajudar as vítimas brasileiras, que estão enfrentando a catástrofes das enchentes, em vários estados brasileiros. È preciso cada vez mais, continuar e intensificar os projetos e programas relacionados ao Meio Ambiente, pois “Cuidar do Meio Ambiente, com pequenos atos, é cuidar da vida, é prevenir futuras catástrofes, podemos contribuir com educação ambiental e humanitária, desde já, por exemplo, cuide do lixo, nas ruas, nos boeiros, nas encostas, nos rios, nos lagos, nas cachoeiras, nas praias”. Educar as crianças e os jovens, a não jogar lixos, em qualquer lugar, dando exemplos, é responsabilidade das famílias e das escolas.” “Cuide e previna, emissões de gases na atmosfera, não desperdice, evite mais, aquecimento global”

Cuidar do Meio Ambiente

Com Água Limpa, até as tartarugas ficam alegres
e se movimentam mais rápido, para frente.

Pronasci inova no enfrentamento e prevenção ao crime

O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) foi criado pelo Governo Federal com uma nova proposta para a segurança pública no Brasil. O objetivo: diminuir o índice de homicídio das regiões metropolitanas brasileiras. O Programa articula políticas de segurança com ações sociais; prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão da repressão, quando necessário.

Entre os principais eixos do Pronasci destacam-se a valorização dos profissionais de segurança pública; a reestruturação do sistema penitenciário e o envolvimento da comunidade na prevenção da violência. Para o desenvolvimento do Programa, o Governo Federal investirá R$ 6,707 bilhões até o fim de 2012.

O Pronasci tem também como público prioritário jovens de 15 a 24 anos, expostos à violência doméstica ou urbana ou moradores de rua, detentos ou que se encontram em conflito com a lei.

Com o Pronasci, uma nova relação federativa se instaura. Mesmo a segurança pública sendo prerrogativa constitucional do Estado, União e municípios passam a atuar também na questão. A União deixa de ser apenas financiadora de projetos na área, ocupando o papel de indutora de políticas. Por sua vez, os municípios passam a ter importante papel: enfrentar a criminalidade com ações preventivas, contando com o apoio do Ministério da Justiça no financiamento de projetos.

Os profissionais de segurança pública também têm papel de destaque no programa. Com cursos de capacitação, projeto de transferência direta de renda e plano habitacional para as categorias, o Pronasci segue no caminho certo ao valorizar e estimular os profissionais para uma ação mais cidadã.

A interação constante entre a polícia e a comunidade é uma das prioridades do Pronasci para prevenir e conter a violência nas grandes cidades brasileiras. O objetivo é estabelecer uma nova relação com a população, baseada na confiança e na proximidade. Os policiais permanecem sempre na mesma região tornando-se conhecidos dos moradores.

Até o momento, o Pronasci chegou a 108 municípios, ao Distrito Federal e a 21 Estados: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Até 2012, o Pronasci será estendido a todas as unidades federativas, ainda que de forma parcial.

Territórios de Paz - Nas regiões metropolitanas que registram os índices mais elevados de homicídio, o Pronasci implanta os Territórios de Paz para enfrentar e prevenir a criminalidade e a violência . O Territórios de Paz é um pacote de ações preventivas e integradas e simulâneas, que faz com que o Estado passe a retomar o controle nessas regiões conflagradas, oferecendo acesso aos serviços públicos, melhorando a qualidade de vida da população. Até o momento, foram instalados Territórios de Paz nos municípios: Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Rio Branco (AC), Distrito Federal, Maceió (AL), Vitória (ES), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Canoas (RS), Belém (PA) e Fortaleza (CE), Esteio (RS), Cachoeirinha (RS) e Sapucaia do Sul (RS).


PRONASCI JOVEM

A atenção à faixa etária entre 15 e 24 anos é prioridade do Pronasci. Este segmento da população é o mais vulnerável à violência, seja como agressor ou como vítima. Por isso, o Pronasci mantém diversos projetos para os jovens moradores de rua; expostos à violência ou à beira da criminalidade; que se encontram ou já estiveram em conflito com a lei.

Protejo

O Projeto de Proteção de Jovens em Território Vulnerável (Protejo) atua na formação da cidadania e no resgate dos jovens em situação de vulnerabilidade, por meio de atividades culturais, esportivas, educacionais e profissionalizantes, num Percurso Social Formativo de 800 horas. Cada participante recebe uma bolsa de R$ 100 por mês, durante o período de formação.

Jovem detento
Outra prioridade é oferecer oportunidade de ressocialização para o jovem do sistema prisional. Cada penitenciária especial do Pronasci para jovens adultos, com idade entre 18 e 24 anos, vai gerar 421 vagas. Elas terão espaços para cursos educacionais e profissionalizantes. Cada detento ficará em uma cela com outros cinco apenados e, se necessário, terá à disposição uma moderna sala de saúde, com médicos, psicólogos e também assistentes sociais. Com essas novas unidades, será possível separar detentos por faixa etária e pelo tipo do crime cometido. A medida evitará o contato de jovens que cometeram pequenos delitos com bandidos bem mais perigosos.

Geração Consciente

O projeto capacita jovens para o exercício dos seus direitos enquanto consumidor e para que não se envolvam com a criminalidade ou sejam vítimas da violência. Na comunidade, eles se tornam multiplicadores de informações sobre proteção e direitos do consumidor.

Parcerias com outros Ministérios

Outras ações preventivas previstas são fruto de parcerias com outros ministérios e secretarias. O Pronasci vai aplicar recursos para potencializar iniciativas de outros ministérios nas regiões integrantes do Programa, dando o enfoque de segurança pública, beneficiando, principalmente, jovens em situação de risco social.

Ministério do Esporte

• Projeto Esporte e Lazer na Cidade visa a criação de núcleos recreativos com oficinas de dança, teatro, música, capoeira, entre outras;
• Projeto Praça da Juventude construirá nas comunidades uma praça de 8 mil metros quadrados, com quadras de vôlei, basquete, tênis, skate, e outras atividades;
• Pintando a Liberdade e Pintando a Cidadania – Por meio deste projeto, detentos aprendem a fabricar materiais esportivos, como bolas de futebol e redes de basquete, além de técnicas de serigrafia e impressão de materiais diversos. Os produtos têm como destino as escolas públicas do País. A participação do preso contribuirá para remissão de um dia de pena para cada três dias trabalhados. O Pintando a Cidadania tem as mesmas atividades, mas serão desenvolvidas pela comunidade do Pronasci.

Ministério da Cultura

• O Pontos de Leitura seleciona iniciativas que incentivam a leitura nas comunidades. Ele investe no fortalecimentos dos serviços e na infra-estrutura (móveis, computadores, estantes e livros);
• Já os Pontos de Cultura selecionam projetos que desenvolvem na comunidade atividades como música, teatro e dança. Eles também poderão funcionar nas escolas ou em centros comunitários;
• Projeto Museus instalará museus comunitários nas regiões do Pronasci. Estes espaços promovem a cultura e a história destes locais. Cada museu contará com os serviços de cinco jovens e um idoso da própria comunidade, que passarão por um curso de formação. Eles serão chamados de “agentes da memória”.

Projeto Farol

Promove a cidadania entre os jovens negros em situação de risco social, em conflito com a lei ou egresso de penitenciárias. O principal desafio é trazê-los de volta à sociedade ao inseri-los na rede de ensino e no mercado de trabalho e fazer com que desenvolvam atividades sócio-educativas-culturais, atuando como multiplicadores desse processo. A iniciativa é uma parceria do Pronasci com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), da Presidência da República.

Mulheres da Paz na Cidade de Deus

Projeto que engaja moradoras na luta contra o crime faz parte de um pacote de melhorias
Gabriel Mascarenhas

Pouco mais de um ano após a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), chega à Cidade de Deus o programa Território de Paz, um conjunto de iniciativas sociais de combate e prevenção à violência.

Moradoras da comunidade serão capacitadas para atuar como agentes do projeto Mulheres da Paz. Sua missão será convencer jovens da favela a deixarem o crime e a ingressarem num curso profissionalizante que lhes dará direito ainda a uma bolsa de R$ 100.

O Saúde de Família também está prometido no pacote de melhorias. Equipes de 16 profissionais cada (médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde) farão acompanhamento permanente de moradores.

Na avaliação de Ronaldo Teixeira, secretário-executivo do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), braço do Ministério da Justiça responsável pelas ações, a instalação do Território de Paz na Cidade de Deus é uma oportunidade para os moradores e para a credibilidade do próprio projeto.

— Se alcançarmos as metas propostas na Cidade de Deus, estaremos mostrando ao Rio e ao Brasil que somos capazes de transformar áreas de degradação e conflito. Queremos chegar ao final de 2010 com a consolidação absoluta do Território de Paz, e a Cidade de Deus é o ponto central dessa consolidação. Trata-se de uma guerra que não podemos perder — explica Teixeira.

De acordo com o Ministério da Justiça, o Território de Paz está instalado em 13 favelas de todo o País. Ao todo, serão gastos R$ 22.111.576,12 na comunidade da Zona Oeste carioca.

O executivo do Pronasci aponta as reformas das áreas de lazer como o diferencial do programa na Cidade de Deus, que tem aproximadamente 50 mil moradores.

— Entre construções e reformas, vamos entregar 21 praças próprias para esportes e lazer.

Nenhuma outra comunidade tem tantos espaços do gênero. Além disso, haverá o projeto Praça da Juventude, que prevê a construção de quadras de basquete, vôlei, futebol e skate, entre outras modalidades, num terreno de oito mil metros quadrados.

Matéria publicada no jornal O Globo – Caderno Barra - Página 4, de 07/01/2010

MJ oferece 200 mil vagas de EAD

Confira a mais recente edição do Informativo Pronasci, publicada no dia 21/01/2010.

O grande destaque foi o 18º Ciclo da Rede Nacional de Educação a Distância (EAD) do MJ, que oferecerá 200 mil vagas em 57 cursos gratuitos. As inscrições serão realizadas no período de 26 a 30 de janeiro, ou enquanto restarem vagas. Os profissionais que desejam estudar e recebem até R$ 1,7 mil podem solicitar o Bolsa Formação, auxílio mensal de R$ 400.

A edição também destacou o Protejo, que chegou ao fim de 2009 com onze mil jovens atendidos em 45 municípios. A expectativa é dobrar o número de beneficiados em 2010, passando para 22 mil assistidos.

Confira, ainda, o artigo “Segurança Pública: somos todos responsáveis”, escrito por José Teógenes Abreu, policial rodoviário federal, jornalista, graduado em Direito (UnB) e pós-graduando em Polícia Comunitária (Unisul/Senasp).

Segurança Pública: somos todos responsáveis

José Teógenes Abreu*

A forte herança de Estado brasileiro construído sob a égide do autoritarismo, o último país do mundo a decretar a libertação dos escravos, no passado mais longínquo, e a militarização da polícia ostensiva, pelo regime ditatorial de 64, foram fatores de contribuição decisiva para a moldura de polícia, que temos atualmente.

Uma polícia que se caracteriza, via de regra, por: forte e extensa cadeia hierárquica; graves deficiências na formação vestibular e continuada; baixos níveis de remuneração; péssimas condições de trabalho; uma relação não dialógica com a sociedade; atuações que privilegiam o espetáculo, com utilização da demonstração de força como primeira etapa de abordagem, independentemente da situação; intervenções tendentes a aumentar o grau de conflituosidade, transmutando, no mais das vezes, questões sociais e ocorrências banais para a esfera penal, etc.

O arquétipo policial forjado por nossa história – polícia como fator de produção e reprodução de desigualdades sociais –, reforçado pela ausência de políticas públicas que tenham por objetivo reduzir os efeitos desse processo parece marchar para um processo lento, mas decisivo, de declínio.

Este contexto enseja o nascer de uma polícia atuante sob novos paradigmas, dentre os quais destaco:
1. o paradigma da ordem constitucional;
2. o paradigma preventivo;
3. o paradigma da cooperação interinstitucional e social;
4. o paradigma do controle informal externo da polícia;
5. o paradigma do direito penal como ultima ratio.

Todos esses paradigmas têm interface com os Todos esses paradigmas têm interface com os pressupostos da filosofia e estratégia de atuação da Polícia Comunitária.

O tema “Polícia Comunitária” tem-se colocado na ordem do dia dos esforços empreendidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ) para a formação de inteligência, capaz de promover mudanças nos paradigmas de atuação policial no Brasil.

Este movimento possibilita que a intervenção policial adquira sintonia fina com o exercício da segurança pública, harmonizado com a oferta de políticas públicas na área, dentro dos limites do Estado Democrático de Direito.

Não é uma tarefa fácil. Tanto assim que a Senasp trabalha com uma projeção de dez a quinze anos de investimentos em formação e atualização para que a nossa experiência de Polícia Comunitária possa cristalizar-se e impor-se ante o tradicional – e atualmente reinante – paradigma repressivo.

Nesse sentido, o papel desempenhado pela Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp) tem sido decisivo na montagem das condições para realização dessa verdadeira “revolução silenciosa” em nossa segurança pública.

Esse clima de mudança, vivenciado nas instituições de segurança pública brasileiras, estabelece um desafio: ou transformamos todo o instrumental formativo da filosofia e estratégia de Polícia Comunitária, em política de Estado ou correremos o grande risco de vermos todo esse esforço esvair-se, ante a assunção de um governo que não tenha compromisso com mudanças substantivas na segurança pública. Vale frisar, falamos de uma área já bastante cansada da aplicação de políticas cosméticas, muito mais focadas em promover factóides para a mídia e em render frutos eleitorais que em promover mudanças efetivas, que abram espaço para a atuação qualificada dos agentes de segurança pública.

A concepção da segurança pública nesses moldes – na medida em que se baseia no respeito aos direitos fundamentais e na promoção da dignidade da pessoa humana – tende a angariar efetividade. Esse novo modelo confere credibilidade ao trabalho policial e oferece condições ao necessário, impostergável e sempre inconcluso processo de aproximação polícia comunidade, para que tenhamos “segurança pública” não imediatamente associada a caso exclusivo de polícia, senão como um bem forjado na construção coletiva por atores do Estado e pela comunidade. Enfim, a segurança pública, nos termos do programa constitucional inscrito no art. 144 como “direito e responsabilidade de todos”.

* José Teógenes Abreu, policial rodoviário federal, jornalista (UFCe), graduado em Direito (UnB), especialista em Ciência Política (Cefor/Câmara dos Deputados), em Segurança Pública e Direitos Humanos(Unieuro/Senasp) e pós-graduando em Polícia Comunitária (Unisul/Senasp).

Fonte: assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça-24/01/2010

CURIOSIDADES SOBRE CIÊNCIA E TECNOLOGIA VIDE :
http://blog.planalto.gov.br/a-tecnologia-por-tras-do-etanol-brasileiro/

Brasil aprendeu a andar para a frente, diz Lula

22/01/2010 - 16:10
Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta (22), em Itapira, a 159 quilômetros de São Paulo, que o País "aprendeu a andar para a frente". Ao comentar que o noticiário só traz informações negativas, Lula disse: "Não adianta alguém pensar que esse País vai andar para trás. O País aprendeu a andar para a frente, a se desenvolver e a investir em tecnologia.

Ele discursou no mesmo palanque que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), possível candidato a presidente. Lula e Serra participaram da inauguração de uma unidade do laboratório farmacêutico Cristália. O presidente destacou a reserva do governo federal de R$ 41 bilhões para a área de ciência e tecnologia e cobrou o ministro Sérgio Rezende que aplique o recurso até o fim do mandato, este ano. "Sérgio, pelo amor de Deus, não feche o ano sem usar esse dinheiro."

Lula pôs a inovação como condição fundamental para que o Brasil dispute espaço no comércio internacional de remédios.

Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, um aspecto do tema saúde ficou esquecido no País por algum tempo: o de criar conhecimento e emprego. "Esse lado ficou largado, o Brasil ficou dependente de produtos feitos lá fora, isso demonstra fragilidade, dependência de conhecimento e tecnologia." Segundo Temporão, o governo Lula tenta corrigir esse rumo, ao unir, em uma só política, aspectos sociais, de saúde e de tecnologia.

O governador de São Paulo, por sua vez, relembrou o trabalho como ministro da Saúde na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Quando fui ministro, passamos a produzir no Brasil medicamentos contra a aids. Nós implantamos esse processo." Serra disse reconhecer a continuidade desse trabalho pelo Ministério da Saúde. "O Brasil tem a melhor campanha de enfrentamento à aids em todo o mundo"
(Diário do Nordeste)


Curiosidades : A Cristália é um Laboratório Farmacêutico, que vem evoluindo ao longo dos anos, tivemos um colega, um grande amigo farmacêutico “João Carlos Gardinali- O Jucá” contemporâneo de turma de faculdade na UFJF, que prestou ou presta (pois não sei ele ainda está lá, grandes serviços para o desenvolvimento desta indústria farmacêutica), agora recentemente temos o jovem Ricardo, de Santos Dumont, também farmacêutico pela UFJF, que após formar foi trabalhar em Indústria Farmacêutica Nacional em Goiás, filho do falecido Romeu do Banco do Brasil, hoje está em Itapira, no Controle de Qualidade da Cristália, que é grande empresa farmacêutica, que vem acompanhando, juntamente com várias outras indústrias farmacêuticas brasileiras, os avanços em Ciência e Tecnologia. É preciso avançar também na Indústria de Matérias-Primas e criar cooperações internacionais com os países que tem demanda de produtos farmacêuticos. Investir na qualidade, na capacitação continuada, dando prioridade à pesquisa e ao desenvolvimento.


Indústria química planeja investir US$ 26 bilhões no País até 2014

Levantamento realizado pela Abiquim com cerca de 800 empresas mostra que os investimentos no segmento de produtos químicos para uso industrial até 2014 poderão superar os US$ 26 bilhões. Desse total, US$ 10,9 bilhões referem-se a projetos aprovados e que se encontram em andamento. Os projetos em estudo somam US$ 11,9 bilhões e os investimentos programados em manutenção, melhorias de processo, segurança e meio ambiente alcançam US$ 3,3 bilhões. Esses investimentos poderão gerar cerca de 5,8 mil empregos diretos.

O Rio de Janeiro receberá o maior volume de investimentos. Está prevista a aplicação de US$ 9,17 bilhões no estado. A maior parte desses recursos está destinada à implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Em Minas Gerais, os projetos somam US$ 3,53 bilhões; em São Paulo, os planos de investimentos chegam a US$ 3,14 bilhões; na Bahia, a US$ 1,54 bilhão e, em Pernambuco, a US$ 1,23 bilhão. Os projetos sem localização definida somam US$ 3,51 bilhões.

Os investimentos programados pela indústria química poderão ser multiplicados nos próximos anos, alcançando US$ 132 bilhões até 2020, com a implantação do Pacto Nacional da Indústria Química. Lançado pela Abiquim em dezembro, no Encontro Anual da Indústria Química, o Pacto lista os compromissos do setor com o desenvolvimento do País e propõe a adoção de uma série de medidas pelo governo, como a garantia de disponibilidade de matéria-prima, a desoneração da cadeia produtiva e a isonomia tributária.

O fortalecimento das cadeias produtivas, o aumento da aplicação de recursos em inovação e desenvolvimento tecnológico, a elevação dos níveis de produtividade e a promoção da sustentabilidade são alguns dos compromissos assumidos pela indústria química.

O Pacto Nacional da Indústria Química tem como metas colocar o setor entre os cinco maiores do mundo até 2020 e tornar o País superavitário em produtos químicos e líder mundial em química verde. A Abiquim calcula que a aplicação do Pacto criará 2,3 milhões de empregos no
país.
(Comunicação Abiquim)


Ver site http://www.abiquim.org.br/enaiq2009/pdfs/pacto.pdf

Caracterização dos conselhos em nível nacional, estadual e municipal

Módulo II – Conselhos dos Direitos no Brasil

Como já foi mencionado, os conselhos são novos arranjos institucionais definidos na legislação ordinária para concretizar a participação e controle social preconizados na Constituição Federal de 88. São organismos que articulam participação, deliberação e controle do Estado. Suas características e atribuições são definidas na legislação ordinária.

“Os conselhos de direitos, também denominados conselhos de políticas públicas ou conselhos gestores de políticas setoriais, são órgãos colegiados, permanentes e deliberativos, incumbidos, de modo geral, da formulação, supervisão e da avaliação das políticas públicas, em âmbito federal, estadual e municipal”.1

O caráter deliberativo está assegurado no princípio da participação popular na gestão pública, consagrado na Constituição de 1988, e são instituições cujo sentido é a partilha do poder decisório e a garantia de controle social das ações e políticas com fins da garantia de direitos conquistados. Portanto, conselhos são espaços deliberativos e de controle social da coisa pública. No entanto, nem todas as legislações ordinárias consideraram este aspecto ao definirem a criação e as competências dos conselhos dos direitos.

“Conselhos são instâncias permanentes, sistemáticas, institucionais, formais e criadas por lei com competências claras" (2000, p.24). Além disso, devem ser órgãos colegiados, paritários e deliberativos, com autonomia decisória. Alguns exemplos de legislação ordinária que dispõe sobre conselhos de políticas, de segmentos e temáticos como a Lei Federal no 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 88, inciso II, torna obrigatória a existência de conselhos dos direitos da criança e do adolescente em todos os níveis da Federação, destacando-se o caráter deliberativo e controlador das ações, assegurada a participação paritária.

Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais. (ECA, 1997)

A Lei Federal no 8.842 de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e define a criação, a caracterização e as competências dos conselhos nacional, estaduais, distrital e municipais dos direitos do idoso, afirmando seu caráter permanente, paritário e deliberativo:

Lei no 8.842 de 4 de janeiro de 1994, dispõe sobre a Política Nacional do Idoso.

Art. 6o Os conselhos nacional, estaduais, do Distrito Federal e municipais do idoso serão órgãos permanentes, paritários e deliberativos, compostos por igual número de representantes dos órgãos e entidades públicas e de organizações representativas da sociedade civil ligadas à área.

Art. 7o Compete aos conselhos de que trata o artigo anterior a formulação, coordenação, supervisão e avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas. (Lei no 8.842 de 4 de janeiro de 1994).

Apesar da lei que estabelece a criação dos Conselhos do Idoso ser de 1994, e determinar o seu caráter deliberativo, apenas 8 anos depois, em 13 de maio de 2002, foi criado por Decreto Presidencial o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso – CNDI. E seu caráter foi reduzido a órgão consultivo:

DECRETO No 4.227, DE 13 DE MAIO DE 2002.

Cria o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI, e dá outras providências.

Art. 1o Este Decreto dispõe sobre a criação, competência e composição do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI.

Art. 2o Fica criado, na estrutura básica do Ministério da Justiça, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso –(CNDI), órgão de caráter consultivo.

É inegável o significativo avanço na criação destas instituições democráticas que ampliam a democracia e asseguram a participação e o controle social. No entanto, em se tratando de novas institucionalidades democráticas, ainda são muitos os desafios para a compreensão e efetivação destes espaços como instâncias deliberativas. Ainda são muitos os conselhos de gestão de políticas e defesa dos direitos que mantém o caráter apenas consultivo ou de assessoramento do executivo, fragilizando desta forma o poder decisório da participação da sociedade na relação com o Estado.

Os conselhos de direitos, independentemente do nível de atuação – nacional, estadual ou municipal – são espaços nos quais o governo e a sociedade devem discutir, formular e decidir, de forma compartilhada e co-responsável, as diretrizes para as políticas públicas de promoção e defesa dos direitos.

Conselhos não são, portanto, executores de políticas, são formuladores, promotores de políticas, defensores de direitos, controladores das ações públicas governamentais e não-governamentais, normatizadores de parâmetros e definidores de diretrizes das políticas na perspectiva da garantia dos direitos humanos, sociais e políticos.

Em seu artigo sobre Democracia Participativa, Reflexões sobre a natureza e a atuação dos conselhos representativos da sociedade civil, Borges2 explicita que os “Conselhos são órgãos colegiados, que tem, em nosso direito, regras próprias e bem definidas de funcionamento e estrutura”. E destaca que “o funcionamento de um órgão colegiado obedece, em nosso ordenamento jurídico, a coordenadas próprias, muito especiais”. Por exemplo:
- titularidade de seus membros, igual para todos;
- decisões tomadas pela deliberação conjunta de um grupo de pessoas, mediante votação, por unanimidade ou por maioria de votos. Tais decisões passam a constituir, após a discussão e votação, a expressão da vontade do órgão, como um todo ;
- oralidade das votações, reduzidas a termo em ata ou resolução;
- caráter terminativo da votação, após a proclamação de sua apuração;
- responsabilidade do órgão una, como um todo, após a deliberação do grupo;
- representação legal por um presidente, que não vota, senão em casos de desempate, e que vai expressar, em resolução, a vontade do colegiado;
- estabelecimento prévio, em regimento, de normas sobre quorum de votação: para a realização da sessão; para haver deliberação; para a adoção de certas decisões relevantes.

Observa a autora que “o voto do membro do órgão colegiado tem o mesmo valor que qualquer outro, porque nosso direito não acolhe, em regra, votos privilegiados: mas é apenas um voto”, que deverá ser amplamente fundamentado, alicerçado em razões objetivas. Este quadro, segundo a autora, é válido para qualquer conselho ou outro órgão colegiado.

Os conselhos de direitos, nos três níveis de ação, possuem características comuns diferenciando-se apenas por algumas particularidades. Mas é fundamental que todos observem os princípios da participação e descentralização, estabelecidos na “Constituição Cidadã” de 1988, cujos dispositivos prevêem a participação da sociedade na gestão e fiscalização da “coisa pública”.

Características comuns dos Conselhos dos Direitos e Gestores de Políticas

• Devem ter poder deliberativo. O fato de serem reconhecidos e de haver legislação que lhes dá poder não basta para que os conselhos sejam realmente deliberativos. Para ser reconhecido e valorizado, o conselho precisa ter legitimidade tanto na definição de sua composição como na capacidade de interlocução entre seus integrantes. Isso, porém, pode ser um processo longo, que envolve capacitação técnica e política, pois os membros do conselho devem ser capazes de apresentar propostas e de estabelecer alianças, informando e mobilizando os setores sociais que representam.
• Devem levar em consideração as reivindicações dos diversos grupos sociais e atuar na implementação e controle dessas políticas.
• Devem ser criados por iniciativa do executivo ou, em caso de omissão deste, por uma ação civil pública. A via judicial deve ser uma alternativa para casos extremos. A negociação política é sempre desejável para que o conselho a ser criado nasça baseado na cooperação e não no dissenso.
• Devem ser representativos de legítimas instituições atuantes nos segmentos ligados à área de atuação do conselho.
• Devem ser compostos de forma paritária por representantes do governo e da sociedade. O estabelecimento da paridade vai depender da área temática, dos representantes e também da história, democrática e participativa ou não, que levou à construção do conselho.
• Devem dispor de fundos para financiar políticas específicas. Os recursos para o funcionamento dos conselhos devem ser assegurados no orçamento federal, do estado ou do município.

Características que variam segundo particularidades dos conselhos

• Número de participantes. Quanto ao número de membros dos conselhos, não há um limite estabelecido. É recomendável que não seja excessivamente grande para se evitar a dispersão e problemas na operacionalização e funcionamento do conselho.
• Regimento interno. Cada conselho institui o seu próprio regimento interno, com as normas de conduta e procedimentos estabelecidos para o desempenho de suas funções. O regimento interno, como todo ato administrativo, não pode exceder os limites da lei, devendo contemplar os mecanismos que garantem o pleno funcionamento do conselho. Sua publicação deve observar a regra adotada para a publicação dos demais atos normativos do Executivo.
• Infra-estrutura de funcionamento. Será de acordo com as possibilidades e com o grau de importância dado pelas instituições participantes de cada conselho.

Os conselhos nacionais

Os conselhos nacionais devem estar vinculados administrativamente aos Ministérios respectivos ao seu interesse temático e dos direitos. Deliberam sobre questões no âmbito na política nacional e suas decisões devem ser parâmetros tanto para os órgãos nacionais, quanto para estados e municípios.

No módulo III deste curso trataremos especificamente das informações básica dos seguintes conselhos:
Conselho Nacional dos Direitos do Idoso –(CNDI)
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher –(CNDM)
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (CONADE)
Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial –(CNPIR)
Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD)
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA)
Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH)

Os conselhos estaduais

A maioria dos conselhos estaduais dos direitos existentes no País foi criada nos anos 1990, tendo como característica principal a participação expressiva da sociedade civil e a independência perante o Poder Executivo de seus respectivos Estados. A criação desses conselhos inspirou-se nos princípios da participação e descentralização, estabelecidos na “Constituição Cidadã” de 1988, em cujos dispositivos estão previstos a participação da cidadania (representação da sociedade) na gestão e fiscalização da “coisa pública”.3

Criados por lei estadual, estão vinculados administrativamente às Secretarias de Estado das respectivas áreas temáticas ou de direitos e não devem estar sujeitos a nenhuma subordinação hierárquica. Deliberam sobre questões no âmbito na política estadual e suas decisões devem ser parâmetros tanto para os órgãos estaduais, quanto para os municípios.

Os conselhos municipais

A criação de um conselho municipal dos direitos é uma medida voltada para garantir uma esfera pública com representantes da comunidade local e dos órgãos governamentais, para monitorar o impacto das políticas públicas na proteção e efetivação dos direitos da pessoa humana, e, também, para investigar as violações de direitos no território municipal.

O conselho deve ser criado por lei municipal e, para o exercício de suas atribuições, não pode ficar sujeito a qualquer subordinação hierárquica. Deliberam sobre questões no âmbito na política municipal e suas decisões devem ser parâmetros para os órgãos municipais e para a execução das ações públicas governamentais e não governamentais.

A composição dos conselhos

Deve seguir o princípio da paridade e a indicação de seus membros deve refletir o dispositivo constitucional da participação indireta da população, por meio de segmentos e de organizações representativas ligadas à área de atuação de cada conselho. Assim, cabe ao governo escolher os representantes do Executivo e a sociedade civil deve escolher seus representantes em fóruns representativos do segmento respectivo. A escolha dos representantes da sociedade civil normalmente ocorre entre os organismos ou entidades sociais, ou dos movimentos comunitários, organizados como pessoas jurídicas, com atuação expressiva na defesa dos direitos e de políticas específicas.

O período do mandato dos conselheiros é normalmente de dois anos, podendo coincidir, ou não, com a vigência do mandato do governo. Estas e outras definições de características e funcionamento estão definidas nas respectivas Leis de criação dos conselhos e em seus Regimentos Internos.

Notas
1 Definição extraída do artigo “Conselhos de Direitos e Formulação de Políticas Públicas”, de Patrícia Helena Massa Arzabe, Doutoranda na Faculdade de Direito da USP e Procuradora do Estada de São Paulo. Disponível no site: http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/politicapublica/patriciamassa.htm
2 BORGES, Alice Maria Gonzalez. Democracia participativa. Reflexões sobre a natureza e a atuação dos conselhos representativos da sociedade civil. Jus Navigandi, Teresina, a. 10, n. 917, 6 jan. 2006. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7752
3 LYRA, Rubens Pinto Lyra, Formato e papel dos conselhos e ouvidorias nas áreas de segurança e de justiça, trabalho apresentado no 4o. Encontro Nacional da ABCP – Associação Brasileira de Ciência Política, área Estado e Políticas Públicas, painel Relações Estado e sociedade na produção de políticas públicas, 21- 24 julho 2004 – PUC – Rio de Janeiro

7 anos em 7 minutos estréia com Tarso Genro, ministro da Justiça

Genro, ministro da Justiça
(Primeiro programa da série 7 anos em 7 minutos, com o ministro da Justiça, Tarso Genro)

Em sete anos, o governo Lula transformou o Brasil em um País mais forte, mais respeitado e mais justo. Criou e desenvolveu programas e ações pensando no conjunto dos brasileiros e não apenas numa parte deles. Tendo a convicção de que melhorar a vida dos mais pobres não é apenas uma ação social. É também um fundamento econômico, que protegeu nossa economia das turbulências externas, como nunca antes na história do país.

Ter desatado os nós que impediam um crescimento mais vigoroso também foi fundamental para alcançarmos esse novo patamar. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) acendeu o espírito empreendedor dos empresários brasileiros, transformando o Brasil em um canteiro de obras, multiplicando as oportunidades de trabalho e a renda das famílias.

A ampliação do mercado interno, a capacidade de o governo mudar as expectativas pessimistas com intervenções para desbloquear e expandir o crédito, manter a roda da economia girando e alavancar investimentos para ampliar o mercado de trabalho, a diversificação do mercado externo e uma diplomacia altiva e soberana fizeram o Brasil sair mais forte da crise. Mais respeitado nos fóruns internacionais e mais confiante em si mesmo e na sua gente.

Esse conjunto de programas e ações pode ser considerado um patrimônio do nosso País, graças aos benefícios percebidos pela população brasileira de todas as classes sociais. Para explicar o que vem sendo feito em cada área do governo e o alcance dessas ações no cotidiano das pessoas, convidamos os ministros do Presidente Lula para explicarem, em sete minutos, o que foi feito de importante nesses sete anos.

Essa é a proposta da série de programas 7 anos em 7 minutos. O Blog do Planalto vai publicar semanalmente vídeos que sintetizam o trabalho de cada ministério ou secretaria vinculada à Presidência da República. Sinta-se à vontade para reproduzir e compartilhar os programas da série. Entendemos que eles são importantes ferramentas para esclarecer o público sobre as ações de governo tomadas nos últimos sete anos, que nem sempre foram divulgadas apropriadamente.

Apresentamos hoje o programa gravado com o ministro da Justiça, Tarso Genro, em que destaca o combate à corrupção e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) como as principais ações de sua pasta.

Já há um sentimento hoje de que a impunidade está terminando no Brasil. De que existe um esforço das autoridades do estado para combater a corrupção.

Segundo o ministro, o combate à corrupção não melhorou o prestígio do Brasil no cenário internacional como também melhorou o conceito que a sociedade brasileira tem a respeito de sua política e do seu estado.

 

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