História Dinâmica

Não só de passado vive o homem, mas das ações presentes compartilhadas, com o olhar para frente, estimulando, participações sociais, integradas, teóricas e práticas, que incentivem a obtenção de mais resultados, tornando os indivíduos e as coletividades mais livres, porém com, mais dignidade, abertura de espaços e oportunidades para todos. É preciso que esta história seja, cada mais dinâmica, que especialmente vise, ainda mais, cuidar das prioridades, das boas ações, dos resultados, (os)as que são ligado(as), interligado(as), integrado(as),globalizado(as) e socializado(as), em redes, dentro de movimentos constantes de atuação.

Que todas as boas ações passem, a fazer parte dos estados permantes de evolução, mas com o foco nas melhorias contínuas, principalmente ao buscar, estimular e realizar ações, para resultados concretos, mediante metas de perspectivas crescentes, de desenvolvimento e inovação, para que o Brasil seja, cada vez mais, próspero e o mais justo possível, no futuro.

(Fonseca, M.C.da S.)

Farmacêutica-Bioquímica, Natural de Santos Dumont

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Para contatos: marildacsfonseca@hotmail ou http://twitter.com/MarildaFonseca ou

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Zilda Arns morre em terromoto no Haiti. Brasil chora.

Zilda Arns era médica pediatra e morreu no terremoto do Haiti


Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, morreu no terremoto no Haiti, ocorrido nesta terça-feira (12). A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns, sobrinho de Zilda, em Curitiba.

Ele irá acompanhar a missão brasileira que seguirá nesta manhã para o Haiti. Ela faleceu mesmo. Ela estava junto com um tenente e os dois foram atingidos e morreram", disse Flávio Arns ao G1. Zilda Arns Neumann tinha 73 anos, era médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa. Ela era representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Ela nasceu em Forquilhinha (SC) e morava em Curitiba. Um terremoto de magnitude 7 na escala Ritcher atingiu o Haiti destruindo vários prédios na capital, Porto Príncipe, e causando devastação no país da América Central. O tremor afetou a estrutura de telecomunicações no país, e as informações sobre vítimas e danos ainda são desencontradas.

Brasileiros

O Comando do Exército confirmou nesta quarta-feira que quatro militares brasileiros morreram no Haiti, em função do terremoto de magnitude 7 que atingiu o país na véspera. De acordo com o Exército, os militares mortos são: 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, o 2º sargento Davi Ramos de Lima, o soldado Antônio José Anacleto e o soldado Tiago Anaya Detimermani, todos do 5° batalhão de Infantaria Leve, com sede em Lorena (SP). Todos eles estavam fora da base no momento do terremoto.

Fonte : 13/01/201 ( G1)


Lula está 'chocado' com a morte de Zilda Arns, diz Amorim


Ainda com poucas informações sobre a situação no Haiti, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (13) com os ministros da Defesa, Nelson Jobim, das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, para determinar todos os esforços para ajudar os brasileiros naquele país e o povo haitiano. A reunião durou pouco mais de uma hora e Lula lamentou a morte da coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

"O presidente está chocado e lamentou muito pela Zilda Arns. É uma grande perda. Ela era uma pessoa extraordinária", disse Amorim ao sair do encontro com o presidente.

Além da sala de situação criada no Itamaraty, o governo criou também um gabinete de crise focado na defesa civil que será comandado pelo ministro do GSI, general Jorge Félix.

O ministro de Relações Exteriores confirmou também que uma missão brasileira chefiada por Jobim parte do Brasil em direção ao Haiti no final desta manhã. Contudo, o pouso na capital haitiana, Porto Príncipe, ainda depende de uma avaliação estrutural da pista do aeroporto. A missão fará uma escala em Boa Vista (RR) e levará técnicos da Defesa Civil e da saúde.

Segundo Amorim, a mulher do embaixador Igor Kipman, representante brasileiro no Haiti, Roseana Kipman, foi quem constatou a morte de Zilda Arns. O sobrinho dela, o senador Flávio Arns (PSDB-PR), embarcará junto com a missão brasileira.

Amorim disse ainda que a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), que abrigava o comando da missão brasileira de paz naquele país, a Minustad, foi completamente destruída. "As comunicações estão muito difíceis e temos poucas informações, mas sabemos que o prédio da ONU, que abrigava a Minustad, foi completamente destruído".

O presidente determinou que sejam feitos todos os esforços para ajudar o povo haitiano. "O presidente determinou todos os esforços e disponibilizou o orçamento do ano inteiro do Itamaraty para o Haiti para atender as vítimas dessa tragédia. Como será a aplicação desses recursos de pouco mais de US$ 10 milhões será definido com o passar do tempo, porque temos muito poucas informações do que é preciso nesse momento", explicou Amorim.

Amorim disse que fará contatos com a ONU durante o dia para decidir que tipo de ajuda humanitária pode ser prestada e qual a melhor logística para isso. Além disso, o Brasil vai reforçar seu contingente na embaixada da República Dominicana para atender as vítimas brasileiras do terremoto.

Fonte : 13/01/201 ( G1)

Biografia de Zilda Arns Neumann



Zilda Arns Neumann, médica pediatra, sanitarista e especialista em Pediatria Social e Saúde Pública, é a criadora da bem-sucedida metodologia aplicada no trabalho da Pastoral da Criança, organismo da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – que ela coordena desde 1983. Com sede em Curitiba (PR), a Pastoral presta atendimento básico a crianças nas áreas de saúde pública, nutrição e educação. Zilda nasceu em 25 de agosto de 1934, em Santa Catarina.

Aos 73 anos, ela já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz três vezes seguidas e recebeu 19 prêmios entre 1988 e 2002. Por exemplo, uma menção especial pela UNICEF – Brasil como personalidade brasileira de destaque no trabalho em prol da saúde da criança; o Prêmio Internacional OPAS – Organização Pan-americana de Saúde, em Administração Sanitária, em 1994, e o título de Heroína da Saúde Pública das Américas, em 2002.

Todo esse reconhecimento não é por acaso. O trabalho que Zilda lidera envolve mais de 83 mil voluntários e acompanha mais de 2 milhões de famílias e 3 milhões de crianças menores de 6 anos de idade em 22 mil comunidades pobres de todo o país.

Antes de começar a coordenar a Pastoral, Zilda atuou em diversas outras frentes. Trabalhou como pediatra no Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba, onde lidava com bebês menores de um ano, como diretora técnica da associação filantrópica Sara Lattes e como chefe da divisão de Proteção Social do departamento da Criança da Secretaria de Saúde Pública do Paraná. Em 1980, durante a primeira epidemia de poliomielite no Estado, coordenou a campanha de vacinação Sabin. Dois anos depois, em 1982, uma comunidade de bóias-frias localizada no município de Florestópolis, no Paraná, foi escolhida para a experiência piloto da implantação do projeto de Zilda, por apresentar índices alarmantes de mortalidade infantil – 127 por mil nascidos vivos. Depois de fazer um treinamento na John Hopkins University, nos EUA, ela foi convidada em 1983 pela CNBB e pela Unicef para fazer, com a Igreja, um trabalho pela sobrevivência infantil, tornando-se coordenadora nacional da Pastoral da Criança.

O grande diferencial do trabalho de Zilda Arns surge a partir da noção da importância da prevenção. A metodologia empregada para tornar eficiente o trabalho dos voluntários é a sua transformação em agentes sanitários, que atuam nas próprias comunidades onde moram – prática recomendada pelos organismos internacionais voltados à saúde pública. Treinados, eles se tornam líderes comunitários aptos a pôr em prática ações básicas de saúde e a acompanhar constantemente as famílias que estão sob sua responsabilidade. O aumento da qualidade de vida evita que surjam doenças e problemas de saúde.

Zilda Arns morreu em 12 de janeiro de 2010 em um terremoto no Haiti, onde iria ministrar uma palestra na conferência Nacional dos Religiosos do Caribe.

(Fonte : Opinião e Notícia- e Compilação de Biografia de Grandes Brasileiros)


Alguns Prêmios concedidos a Zilda Arns Neumann da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa

Criadora da Pastoral da Criança

Em 1980, Zilda Arns foi convidada para coordenar uma campanha de vacinação da Sabin, que visava combater a primeira epidemia de poliomielite. Três anos depois, atendendo a um pedido da CNBB, fundou a Pastoral da Criança. Até hoje, a Pastoral acompanhou quase 2 milhões de crianças menores de seis anos e cerca de 1,5 milhão de famílias carentes em mais de 4 mil cidades brasileiras. Em 2004, a CNBB deu outra missão a Zilda: criar a Pastoral da Pessoa Idosa.


Zilda Arns visita Montes Claros em outubro de 2004



Presidente da Pastoral da Crianca, Zilda Arns, recebe título de cidadã honorária de Belo Horizonte, em maio de 2004, das mãos do presidente da Casa, Betinho Duarte


Zilda Arns recebe a Medalha da Inconfidência após convênio entre a Pastoral da Criança e o Governo de Minas (21/03/2006)


Homenagens na Hospitalar Odonto Brasil 2006 Zilda Arns com o prêmio
Fotos: Jefferson Bernardes © Preview.com
Fábio Castro e Fabrício Maruxo / StudioF- Fotografia

A homenageada

Nascida em Forquilhinha, Santa Catarina, a pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns começou a mudar a história de vida de milhares de famílias carentes em 1982.

Naquela época, durante uma reunião da ONU sobre a paz mundial, James Grant, então diretor executivo do UNICEF, sugeriu ao Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo, a criação de um projeto de Igreja para combater as altas taxas de mortalidade infantil em nosso país.

Em seu retorno ao Brasil, Dom Paulo procurou sua irmã, a Dra. Zilda Arns Neumann, e propôs-lhe que desenvolvesse o projeto.

A Pastoral da Criança iniciou suas atividades em 1983, com um projeto-piloto em Florestópolis, na Arquidiocese de Londrina, Paraná. Naquele pequeno município morriam 127 crianças para cada mil nascidas vivas.

Um ano depois, o trabalho dos líderes comunitários da Pastoral da Criança fez este índice cair para 28 mortes para cada mil crianças nascidas vivas.

A Dra. Zilda Arns Neumann foi convidada então a apresentar seu trabalho aos Bispos do Brasil. Com o apoio da CNBB, a Pastoral da Criança cresceu e hoje está presente em todos os 27 estados brasileiros, acompanhando crianças, famílias e gestantes pobres, especialmente nas periferias das grandes cidades, nos bolsões de pobreza dos pequenos e médios municípios, tanto no meio urbano e rural quanto em áreas indígenas.

São mais de 2 milhões de crianças e 100 mil gestantes acompanhadas todos os meses, com ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania.

Durante o ano de 2005 a Pastoral da Criança registrou uma taxa de mortalidade infantil de 15 mortes para cada mil nascidos vivos, número muito inferior à média nacional de 26,6 óbitos por mil nascidos vivos.

Reconhecido por sua eficiência, o sistema de atendimento desenvolvido pela entidade está servindo de modelo para países como Angola, Moçambique, Timor Leste, Filipinas, Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Argentina, Colômbia, Uruguai, México, Guatemala, Panamá, Honduras e República Dominicana.

A Pastoral da Criança foi indicada pelo governo brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz. E a própria Dra. Zilda tem recebido muitos prêmios por seu trabalho, entre eles o Prêmio “Heroína da Saúde Pública das Américas”, concedido pela Organização Pan Americana de Saúde – OPAS.

A Dra. Zilda também atua nas decisões de políticas públicas, como participante do Conselho Nacional de Saúde; do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, além de presidir a Comissão Intersetorial de Saúde Indígena do Conselho Nacional de Saúde. Recentemente, a pedido da CNBB, fundou e assumiu a Coordenação Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa.

“É com muita honra que recebo este prêmio da Hospitalar e das entidades que caminham juntas para ajudar pessoas a terem uma saúde e qualidade de vida melhores”, disse a homenageada.

Milton Fukuda/AE - 14/05/2007 Zilda Arns, durante visita do papa ao Brasil


SÃO PAULO - Se os homens fecham as janelas, Deus abre uma porta - assim pensou a médica Zilda Arns Neumann, depois de conversar com o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, um de seus 12 irmãos, que lhe telefonara para perguntar se aceitava empreender uma obra capaz de salvar milhões de crianças. Pediatra e sanitarista, viúva e mãe de cinco filhos, ela estava encostada atrás de uma mesa da burocracia da Secretaria de Saúde do Paraná, após 23 anos de trabalho - os últimos 13 como diretora de Saúde Materno - Infantil do Estado, em Curitiba. Coisas da política, numa hora de mudança de governo, punição para uma funcionária dedicada que não tinha ideologia nem filiação partidária.
(Estadão-SP-13/01/2010)

Dom Geraldo fala das dificuldades que enfrentou:
"Houve resistência, no começo, porque se tratava de uma experiência nova e não se tinha uma visão clara de como devia ser organizada. Alguns achavam que a Pastoral da Criança deveria fazer parte da Pastoral da Saúde, que é mais ampla. Outros temiam que uma colaboração com o governo fosse comprometer a autonomia da CNBB, se a Pastoral da Criança viesse a ser usada como bandeira política. Isso não aconteceu. A parceria com o Ministério da Saúde (principal financiador da Pastoral da Criança) não interfere nas motivações, metas e prioridades da ação da Igreja."
(Estadão-SP-13/01/2010)


“ Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, Zilda foi mãe dedicada de seus próprios filhos, mas o povo era a sua segunda família. Em especial as crianças. Ela desenvolveu uma metodologia que incluía a educação como fonte de prevenção de doenças e da marginalidade social”

Zilda Arns é uma das vítimas do Haiti Terremoto no Haiti destrói sede da ONU e palácio presidencial


Todos contra Pastoral


A Pastoral da Saúde e a Pastoral do Menor fizeram uma mobilização geral contra a Pastoral da Criança, quando souberam que ela estava assinando um convênio com o Inamps, sigla do antigo Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social. "Alegavam que o convênio ia amarrar a CNBB, que não permitiria que a Pastoral brigasse por melhores condições de vida para os pobres ou contra a corrupção no governo", lembra a Dra. Zilda.

"Por que o Ministério da Saúde vai gastar tanto dinheiro em hospitais para tratar de doenças que nós prevenimos?", argumentou a coordenadora para convencer o superintendente do Inamps, Ézio Cordeiro, a financiar o projeto. Convenceu, contando para isso com o apoio de uma amiga, a educadora sanitária Sophia Sarmiento, da Fundação Sesp.

"Sugeri que a Pastoral da Criança fizesse parte de um grupo maior, porque já existiam pastorais que cuidavam da saúde, do menor, das prostitutas e, no caso do Paraná, a Pastoral da Mulher", disse o bispo de Imperatriz (MA), d. Affonso Felippe Gregory, responsável na época pelo setor social na CNBB. Não se chegou a um acordo e ele votou contra o projeto - foi o único voto discordante na Comissão Episcopal de Pastoral.

Vinte anos depois, Dom Gregory elogiou o trabalho. "A Pastoral da Criança se impõe hoje pela magnitude, pois está presente na vida humana nos momentos mais delicados, cuidando da mãe antes de a criança nascer, acompanhando o parto e, quando vem o bebê, dando o soro caseiro e a alimentação alternativa para atender mãe e filho". Na diocese de Imperatriz, o escritório da Pastoral da Criança fica ao lado da sala do bispo.
( Estadão-SP-13/01/2010)

A CNBB acompanha todos os passos da Pastoral da Criança, um dos 11 organismos de seu organograma. O responsável por ela é Dom Aloysio José Leal Penna, arcebispo de Botucatu (SP), que preside no Conselho Episcopal de Pastoral a comissão encarregada também da família e da educação.

Se a Pastoral da Criança presta contas aos tribunais do dinheiro recebido do governo, submete também à Igreja a estratégia e os resultados de seu trabalho. A Dra. Zilda Arns nunca faltou a uma assembleia geral dos bispos em Itaici, no município paulista de Indaiatuba, para apresentar no plenário um relatório de suas atividades.
(Estadão-SP-13/01/2010)

Presente em todos os Estados brasileiros, seus 203 mil voluntários atuam principalmente nas periferias das cidades e nos bolsões de pobreza da zona rural. Em sua área de atuação, a taxa de mortalidade infantil é 60% menor do que a da média nacional. A pastoral trabalha em todas as dioceses e em 61% de suas paróquias. Embora seja um organismo da Igreja Católica, ela age como movimento ecumênico, sem discriminação, aberto a pessoas de outras religiões. Na Amazônia, uma coordenadora é evangélica da Assembleia de Deus.

No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, as verbas não foram ainda reajustadas, mas o pagamento está em dia. "Lula, que escancarou a fome no Brasil, um problema que talvez muita gente não conhecia, mandou o ministro Tarso Genro me convidar para participar do Conselho de Segurança Alimentar e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social", disse a Dra. Zilda.

Ela aceitou o convite, embora não tenha muito tempo de assistir às reuniões, por causa de outros compromissos. Além de coordenar a Pastoral da Criança, a médica tem múltiplas atividades. Foi membro do Conselho Nacional da Saúde e dirigiu o serviço da Saúde Materno Infantil, do Ministério da Saúde. Engajou-se depois no Programa Fome Zero, ao qual manifestou um apoio crítico, com base em sua experiência anterior nessa área.
(Estadão-SP-13/01/2010)

A maioria dos 203 mil voluntários da Pastoral da Criança vem da própria comunidade. É gente que mora em favelas e palafitas, nos grandes bolsões de pobreza, onde a desnutrição ameaça e as doenças matam mais. Esses voluntários recebem a orientação de sete mil equipes de coordenação - profissionais, aposentadas e pessoas idosas, mas também jovens, todos muito animados e atuantes.

Sentem orgulho de vestir a camiseta da Pastoral, com a inscrição "para que todas as crianças tenham vida", o lema criado em 1983 por d. Geraldo Majella Agnelo - inspiração do Evangelho - quando o incipiente projeto de redução da mortalidade infantil começava a engatinhar no norte do Paraná. Todo mundo uniformizado, as reuniões para o Dia do Peso são uma festa. Quem vai uma vez não quer mais faltar.
(Estadão-SP-13/01/2010 –parágrafos selecionados)

Dia da Celebração da Vida

Um dos momentos mais importantes para os líderes da Pastoral da Criança é quando é feita a pesagem das crianças. Realizada uma vez por mês, a data é chamada de o Dia da Celebração da Vida. Para eles, esse é um testemunho de fé cristã, porque mostra a solidariedade e a participação de comunidade na busca dos seus direitos de cidadania.


(Fontes : Pastores da Vida : uol)


Parceria entre Ministério da Saúde e Pastoral da Criança beneficiou 1,9 milhão de pessoas em dois anos

Gestantes e crianças menores de seis anos de 4.063 municípios foram os alvos focais da ação conjunta. Outros 129 mil idosos também foram contemplados com a ação

As ações conjuntas do Ministério da Saúde com a Pastoral da Criança, fundada por Zilda Arns Neumann na década de 80, beneficiaram 1,9 milhão de gestantes e crianças menores de seis anos, em 4.063 municípios brasileiros, somente entre 2008 e 2009.

O Ministério é, desde 1985, um dos maiores financiadores e um dos principais apoios técnicos da Pastoral, uma parceria que se refletiu ao longo de todos esses anos na redução da mortalidade infantil no país. O índice passou de 47,1 óbitos por cada mil bebês nascidos vivos em 1990 para 19,3 mortes, em 2007 – uma redução média de 59,7% no período.

“A atuação desta grande mulher e grande sanitarista brasileira foi essencial para elevar a criança a uma condição prioritária dentro das políticas públicas brasileiras”, afirmou o ministro José Gomes Temporão. “Morreu em missão, como viveu toda a sua vida.”

Nos últimos dois anos, o Ministério destinou à Pastoral R$ 35,7 milhões, em convênio firmado para a execução de ações de prevenção e promoção da saúde. Alguns exemplos dessas ações são o incentivo à utilização de calendários de vacinação e acompanhamento de altura e peso das crianças por 260 mil voluntários da Pastoral espalhados pelo país.

O convênio também beneficiou 129 mil idosos. Isso porque as ações da entidade evoluíram para a formação da Pastoral da Pessoa Idosa, coordenada por Zilda, numa percepção sagaz da mudança do perfil demográfico da população brasileira. Na opinião do diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, José Luiz Telles, a morte da sanitarista catarinense é uma perda inestimável para a saúde pública.

“Ela era uma grande liderança que pautava técnicos, arrebatava ministros e todos os que estavam pela frente à causa humanitária. Tanto é assim que o modelo de organização da Pastoral acabou sendo expandido para países não só da América Latina. A última incursão dela, antes do Haiti, foi a China, num trabalho que ultrapassava as fronteiras da Igreja Católica e fazia com que outras organizações religiosas e não religiosas se unissem a esse trabalho”, afirma Telles.

Desde os primórdios da Pastoral da Criança, criada em 1983, medidas de alimentação e nutrição, com a terapia de reidratação oral com soro, incentivo ao aleitamento materno e combate à desnutrição foram desenvolvidas pela entidade. Os milhares de voluntários da Pastoral chegaram a pontos longínquos do país.

Os deslocamentos dessa legião de multiplicadores das ações de prevenção e promoção da saúde reunidos pela Pastoral, como lembra a diretora do Departamento de Atenção Básica, Claunara Schilling Mendonça, recebeu grande apoio do Ministério, financeiro e técnico. Eles formavam voluntários nas comunidades carentes de todo o país para trabalhar, com orientações dentro da casa das famílias. “Eles tiveram o grande mérito de fazer um trabalho de solidariedade voluntária, como ensinar às mães a cozinhar e usar a alimentação adequada com suas crianças. Foram precursores disso em lugares onde, lá no começo da Pastoral, nem havia ainda os agentes comunitários de saúde”, conta Claunara.

Personalidade emblemática no país, Zilda Arns Neumann morreu nesta terça-feira (12), em missão da Pastoral da Criança Internacional, que coordenava, no tremor de terra ocorrido no Haiti. Estava naquele país desde domingo passado disseminando entre religiosos de comunidades carentes as práticas exitosas da Pastoral. Hoje a Pastoral da Criança está presente em 27 países.

Nesta quarta-feira (13), o diretor de Saúde Ambiental da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério, Guilherme Franco Netto, embarcou para o Haiti em comitiva do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Netto participa de uma missão de reconhecimento no local da tragédia, onde também morreram militares brasileiros. A partir do diagnóstico que será feito no local, o Ministério da Saúde definirá a estratégia mais eficiente de auxílio à população atingida, como a doação de medicamentos.

A REDUÇÃO DA TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL - Atualmente, em um grupo de 68 países, o Brasil está entre os 16 em condições de atingir a 4ª meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) e chegar à taxa tida como aceitável de 14,4 mortes por cada mil nascidos vivos em 2012 – é três anos antes da data-limite fixada pela Organização das Nações Unidas, em 2000 (ano em que instituiu os oito ODMs).

O declínio da mortalidade infantil no Brasil é resultado do aumento da cobertura vacinal da população, uso da terapia de reidratação oral – tão difundida pela Pastoral da Criança em parceria com o Ministério da Saúde –, aumento da cobertura do pré-natal, ampliação dos serviços de saúde, redução contínua da fecundidade, melhoria das condições ambientas, aumento do grau de escolaridade das mães e das taxas de aleitamento materno.

A mesma tendência de queda no índice se reproduz no Nordeste e na Amazônia Legal. Em 2007, no Norte a taxa foi de 21,7, contra 45,9 em 1990. O Nordeste registrou 27,2 mortes por cada mil bebês nascidos vivos, contra uma taxa de 75,8 óbitos por mil nascidos vivos em 1990. Apesar dessa redução, ambas as regiões estão longe da média nacional e mais distantes ainda das taxas alcançadas no Sul e no Sudeste. O Sul fechou 2007 com uma taxa de 12,9 mortes por cada mil crianças nascidas vivas e o Sudeste, em 13,8.

Para diminuir essa distância em relação ao Sul e Sudeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou, no início de 2009, um pacto com os governadores do Nordeste e da Amazônia Legal. O pacto pela redução das desigualdades regionais abrange também ações para diminuir o analfabetismo, o sub-registro de nascimento e assegurar mais incentivos ao desenvolvimento da agricultura familiar. O amplo acordo envolve 22 ministérios, sem contar com a participação dos governos estaduais e municipais.

No campo da saúde, as metas são preservar a tendência de queda em todas as regiões e reduzir os números em 256 municípios do Nordeste e da Amazônia Legal. Foram R$ 110 milhões nas ações do Ministério da Saúde, em 2009, nessas duas regiões específicas.

Com o pacto, a região da Amazônia Legal ganhou:
» 113 equipes de Saúde da Família (situação atual: 1.659)
» 23 Núcleos de Apoio à Saúde da Família/NASF (situação atual: 1)
» 268 leitos de UTI (situação atual: 319)
» 370 leitos de UCI (situação atual: 143)
» 9 bancos de leite (situação atual: 12)
» 34 Hospitais Amigo da Criança (situação atual: 16)
» 62 Hospitais que devem aderir à rede Perinatal do Norte-Nordeste (situação atual: 32)
» 40 Maternidades com equipes capacitadas para Método Canguru (situação atual: 10)
» 1.659 equipes de Saúde da Família capacitadas

Com o pacto, a região Nordeste ganhou:

» 312 equipes de Saúde da Família (situação atual: 3.997)
» 437 Núcleos de Apoio à Saúde da Família/NASF (situação atual: 100)
» 448 leitos de UTI (situação atual: 490)
» 1.135 leitos de UCI (situação atual: 720)
» 24 bancos de leite (situação atual: 38)
» 45 Hospitais Amigo da Criança (situação atual: 45)
» 70 Maternidades com equipes capacitadas para Método Canguru (situação atual: 20)
(Fonte: Ministério da Saúde- 13/01/2010,
(Fotos de Zilda Arns Neuman. Fonte Almanaque do Brasil e Cidades do Brasil)

Família diz que corpo de Zilda Arns deixará o Haiti ainda nesta quinta

Avião da FAB deve chegar a Brasília a partir da 1h e seguir para Curitiba. Velório será no Palácio das Araucárias.
Ligia Guimarães Do G1, em São Paulo


Zilda Arns era médica pediatra e morreu em terremoto no Haiti (Foto: Reprodução/TV Globo)

Deve deixar o Haiti nas próximas horas desta quinta-feira (14) o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que trará ao Brasil o corpo da médica Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança que morreu durante o terremoto de magnitude 7 que atingiu o país na terça-feira (12).

De acordo com Caroline Arns, filha do senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, a notícia da liberação do traslado foi dada a ela na tarde desta quinta pelo pai, por telefone. "Acabei de falar com ele e ele confirmou que eles saem nas próximas horas", disse ao G1, por telefone.

No mesmo avião, devem retornar as autoridades brasileiras que viajaram ao país, além de uma religiosa que havia ido ao Haiti na companhia da doutora Zilda.

A previsão, segundo Caroline, é de que o avião que transportará o corpo da médica chegue a partir da 1h da sexta-feira (15) a Brasília, e depois vá para Curitiba, onde ocorrerá o velório. O corpo da médica está na base do exército brasileiro no Haiti e será trazido em invólucro lacrado.

Caroline diz que o pai ficou chocado com as imagens de morte e devastação que testemunhou durante a viagem.

"Meu pai diz que os corpos (das vítimas no Haiti) estão sendo enterrados em valas comuns, e que são 'montanhas de corpos'", afirmou. “Ele está muito emocionado, chocado, abaladíssimo como a gente nunca viu igual. Ele falou que há muitos corpos nas ruas, muito mais do que a gente imagina. Muitos hospitais foram destruídos e muitos médicos morreram, muitas enfermeiras morreram. Ele me disse que nunca na vida dele imaginou ver uma imagem desse jeito", afirmou.

“Ele está muito emocionado, chocado, abaladíssimo como a gente nunca viu igual. Ele falou que há muitos corpos nas ruas, muito mais do que a gente imagina"

Funeral

O velório de Zilda Arns deverá acontecer no Palácio das Araucárias, em Curitiba, que tem mais facilidades de acesso para os visitantes que quiserem homenagear a médica.

“A intenção inicial era de que o funeral fosse realizado na Pastoral da Criança, mas a família optou pelo Palácio porque o acesso é mais fácil e temos muitas líderes idosas da Pastoral que devem comparecer”, afirmou.

Segundo Caroline, a informação dada por seu pai é a de que o corpo de Zilda está praticamente intacto, apenas com um ferimento na cabeça. O senador Arns disse ainda à filha que Zilda teria morrido na hora, e que seu corpo não chegou a ficar desaparecido nos escombros.

“Ela havia terminado uma palestra para 150 religiosos e estava dentro de uma igreja quando o terremoto começou e os escombros caíram. Ela morreu na hora e não chegou a ficar soterrada”, disse Caroline, que disse que a informação é de que pelo menos 15 padres que estavam no local morreram.

Quem encontrou o corpo de Zilda, segundo Caroline, foi a embaixatriz Roseana Teresa Aben-Athar, mulher do embaixador do Brasil no Hati, segundo Caroline. “A esposa do embaixador tinha encontrado com a tia Zilda minutos antes do tremor . Logo depois que o terremoto começou, ela correu para a Igreja preocupada com a tia Zilda e já a encontrou morta”, relata. “Ficamos emocionados ao ver que, mesmo ela estando em um país distante, as pessoas se preocupavam”, diz.

'Ética e amor'

O gabinete do senador Flávio Arns divulgou, na manhã desta quinta nota lamentando a perda da médica. De acordo com a nota, o senador desembarcava em Brasília quando foi informado da morte de Zilda, deslocando-se imediatamente para a base aérea, de onde partiu para o Haiti, junto com a comitiva de autoridades brasileiras que viajaram ao país.

"Além de familiar, Zilda Arns representava um modelo de cidadania para os brasileiros, que sobreviverá na memória de todos e, mais especificamente, nas voluntárias da Pastoral da Criança.

Tia Zilda, como era chamada pelos familiares, transportou para a vida os princípios de ética e amor ao próximo assimilados no seio da família, exemplificados até seu momento final, em missão humanitária no Haiti".
(Fonte G1 - 14/01/2010)

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