História Dinâmica

Não só de passado vive o homem, mas das ações presentes compartilhadas, com o olhar para frente, estimulando, participações sociais, integradas, teóricas e práticas, que incentivem a obtenção de mais resultados, tornando os indivíduos e as coletividades mais livres, porém com, mais dignidade, abertura de espaços e oportunidades para todos. É preciso que esta história seja, cada mais dinâmica, que especialmente vise, ainda mais, cuidar das prioridades, das boas ações, dos resultados, (os)as que são ligado(as), interligado(as), integrado(as),globalizado(as) e socializado(as), em redes, dentro de movimentos constantes de atuação.

Que todas as boas ações passem, a fazer parte dos estados permantes de evolução, mas com o foco nas melhorias contínuas, principalmente ao buscar, estimular e realizar ações, para resultados concretos, mediante metas de perspectivas crescentes, de desenvolvimento e inovação, para que o Brasil seja, cada vez mais, próspero e o mais justo possível, no futuro.

(Fonseca, M.C.da S.)

Farmacêutica-Bioquímica, Natural de Santos Dumont

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O rico artesanato brasileiro

Trabalhos em barro, fibra, papel, madeira, sementes e bordados.

Por Helene Zaro Koller


O Brasil é arteiro – no bom sentido. De Norte a Sul, mãos habilidosas e criativas trabalham barro, fibra, papel, madeira, sementes, tramas e bordados. Da atividade artesanal nascem as mais variadas peças, cada uma com sua marca única, que jamais poderá ser repetida. Há inclusive gente de fora que encontra sua vocação artística em terras tupiniquins. Selecionamos 25 iniciativas de diversas regiões do país, que merecem ultrapassar as fronteiras dos próprios vilarejos e cidadezinhas para ganhar a atenção e o respeito do grande público. Outro trabalho também bastante valorizado são os bordados feitos pelas artesãs da Paraíba, que encantam pelos entrelaçados exclusivos.

Artesanato mineiro: bonecas de barro são retrato do Vale do Jequitinhonha




No nordeste de Minas Gerais, o fazer de bonecas de barro se transformou numa tradição perpetuada por gerações

Reportagem Visual Michele Moulatlet
Texto Renata Andrez
Foto Cacá Bratke





As bonecas do Vale do Jequitinhonha conquistaram identidade própria. Seus formatos, suas cores e seus motivos são tão singulares que não deixam dúvida sobre a origem: povoados de terra seca no nordeste das Minas Gerais, onde inúmeras famílias modelam mulheres de barro. A tradição começou nos anos 1970, com dona Izabel Mendes da Cunha. Hoje, Maria José Gomes da Silva, a Zezinha, ajuda a perpetuar essa arte. “Vejo que as pessoas valorizam bastante meu trabalho”, comenta, com modéstia genuína. O traço e o acabamento esmerado, no entanto, fazem de suas bonecas obras únicas, que encantam pela feminilidade, embora não retratem o real. “Quando tento copiar o rosto de alguém, não sai nada. Tenho de fazer completamente esquecida”, ensina. As peças estão à venda na Galeria Pontes (11/3129-4218), em São Paulo. Viaje pelo país e conheça mais sobre o rico artesanato brasileiro.


Quase lá

Zezinha

Curiosidades : O que são biojóias ?

As biojóias são jóias feitas artesanalmentes com sementes da Amazônia, com fino acabamento, que valoriza o artesanato explorado por meio de elementos naturais da Amazônia, a exemplo da semente temos o açaí, tucumã, bambu, coco, jarina, babaçu, pachiuba entre outras sementes, mas também foram utilizadas em algumas peças madeiras e casca de coco. As sementes são lapidadas manualmente uma a uma e quando necessário tingidas.

Sementes são transformadas em biojoias nas mãos de designers
Valor

Maria Oiticica emprega 30 pessoas e quer faturar R$ 2 milhões neste ano.

A utilização de sementes, fibras e produtos da floresta para a fabricação de acessórios de moda é antiga. Mas só nos últimos anos o segmento de biojoias - nome que vem da aplicação de produtos biodegradáveis na produção de colares, anéis, brincos, pulseiras e outros adornos - amadureceu, entrou pela porta da frente no mundo fashion e atraiu designers e artesãos que provam, com muito talento, que biojoia não é só coisa de índio. "Há cerca de dez anos houve uma explosão no uso de sementes, influenciado pelas telenovelas. Passado o modismo, quem se diferenciou, especializou-se e buscou inovação, manteve os pés firmes no mercado", explica Aldemar Maciel, gestor de projetos do Sebrae no Estado do Acre.

Segundo ele, houve uma revolução do conceito da biojoia, que tirou as sementes da mira de camelôs e produtores sem preocupação com acabamento. A força de quem apostou no design está na qualidade dos produtos e nos atributos da sustentabilidade. Quem produz, preocupa-se com a procedência da matéria-prima, certifica-se de que o manejo é sustentável e também bane quem utiliza trabalho escravo ou subescravo para o manejo florestal. "Outro diferencial está em agregar valor às peças, ao incorporar metais, cristais e pedras semipreciosas", comenta Maciel.

No Acre, a produção local marcou uma virada para quem vive do manejo florestal. Antes dedicados a colher os produtos da floresta e vender para os fabricantes, os acreanos buscaram em cursos a capacitação para produzir suas próprias joias. Pelas contas de Maciel, há atualmente no Estado cerca de 90 produtores, que ganham entre R$ 2 mil e R$ 18 mil por mês. Exportam perto de 15% da produção e avançam no passo da sustentabilidade. "A diferença nos preços depende da criatividade de cada um e dos materiais utilizados. Tem quem trabalhe com ouro, prata e pedras semipreciosas", avisa.

A amazonense Maria Oiticica descobriu sua verdadeira vocação na produção de biojoias. Jornalista formada, ela descobriu que poderia seguir outro caminho quando ainda morava em Manaus (AM). Em 2002, precisou presentear amigos estrangeiros e partiu para as compras de bijuterias nos mercados da capital do Amazonas. Decepcionada com o acabamento das peças e com a estética que dominava lojas e camelôs, resolveu comprar produtos para desmontar e refazer em casa. "As peças ficaram lindas", relembra.

Quando desembarcou no Rio de Janeiro, em 2003, montou um ateliê em casa e produziu algumas joias que encantaram as amigas. Desde então, os pedidos não cessaram. Tentou vender por meio de lojas e sentiu na pele as dificuldades de quem atua por intermédio do varejo. "As peças não são valorizadas, todos querem produtos em consignação e não tomam cuidado com a exposição."

Sem perder o ânimo, decidiu ela mesma vender a produção. Logo caiu no gosto de estilistas e da mídia, que viu em seu trabalho originalidade e atributos bem brasileiros. Em 2005, adornou modelos em desfiles do Fashion Rio e começou sua escalada. "Também participei de muita exposição", avisa.

Com o sucesso de seu trabalho, teve de abrir uma empresa e montar um ateliê. Emprega hoje 30 pessoas e pretende faturar R$ 2 milhões neste ano. Fabrica em média 3 mil peças por mês, mas está preparada para dobrar a produção. Entre as estratégias para expansão, encarou tocar projetos sociais que visam a capacitação de artesãs. O trabalho de destaque de Maria é o de geração de renda para mulheres com filhos hospitalizados. Ela capacita quem passa a maior parte dos dias dentro de instituições de saúde com seus filhos.

Enquanto acompanham os doentes, essas mulheres ganham dinheiro montando os colares desenhados pela artesã.

Maria vende seus produtos em três pontos próprios, mantém preços para atacado e exporta cerca de 10% de tudo o que fabrica. Suas peças custam de R$ 28,00 a R$ 1.800,00 e podem ser encontradas no Brasil e EUA. Entre as metas está a de explorar o mercado europeu e reforçar o comércio exterior, que já foi responsável por 50% das vendas, em tempos pré-crise. "Trabalho com a prata, que agrega valor às peças e as tornam diferentes."

A mistura de materiais também é a especialidade da designer paulistana Márcia Mutanen Tai. Entre elas está a utilização de chifres, que são descartados em frigoríficos. Exigente quando o assunto é fornecedor, ela só compra produtos de manejo sustentável. Produz 300 peças por mês e já exporta 80% da produção. "Minha estratégia é sofisticar. Aposto na beleza das sementes e tenho atraído estrangeiros, principalmente os norte-americanos", conta Márcia.

Com preços que vão de R$ 40,00 a R$ 80,00, as biojoias da paulistana também são produtos garantidos em lojas de souvenir, com foco em turistas. Para transmitir os atributos de sustentabilidade a seu negócio, além de garantir a procedência da matéria-prima, ela aposta em uma parceira com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que prevê a montagem de peças em oficinas da instituição.

Exuberância é a marca da alagoana Patrícia Moura, que se estabeleceu como artesã no Recife (PE) e, há quatro anos, ganha a vida produzindo biojoias. Suas peças misturam fibras naturais, sementes, cascas, capim dourado, madrepérolas e pedras semipreciosas. Chefe de cozinha, pintora e formada em comunicação, ela também encontrou sua vocação lidando com produtos da natureza. Produz cerca de 1,2 mil peças por mês, com preços que variam de R$ 5,00 a R$ 170,00. Conta com uma rede de representantes em Recife, Porto de Galinhas (PE) e Praia da Pipa (RN). No mercado externo, vende em Lisboa, em Miami e Portland. "No verão do hemisfério norte, exporto bastante para lá", afirma.

Fonte: Valor Econômico

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