As eleições e a Copa do Mundo são os dois ingredientes que apimentarão este final de década do segundo milênio.
Previsões de jornalistas escolhidos pelo diário britânico Financial Times dão conta que a seleção brasileira de futebol será campeã na África do Sul e que Dilma será vitoriosa na batalha à Presidência da República. Ótimas previsões!
A disputa eleitoral ganhará nova dimensão quando os tucanos escolherem o contendor de Dilma, que tudo indica será o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Nas eleições de 2010 haverá duas novidades. A primeira é o fato de Lula não ser candidato. A segunda é que pela primeira vez haverá duas candidatas - Dilma e Marina.
Nessa edição do pleito presidencial mais uma vez tucanos e petistas polarizarão a disputa. Ainda que Ciro e Marina possam se apresentar para ocupar a cadeira do Palácio do Planalto, o jogo se concentrará entre a oposição demo-tucana capitaneada pelo PSDB, e os partidos aliados, tendo o PT à frente.
Dois projetos estarão em jogo. Um conservador e elitista que levou o Brasil à bancarrota. Outro mudancista, que permitiu ao País trilhar novos caminhos, com a inclusão de grande massa do povo no processo produtivo.
No debate será inevitável as comparações entre o atual governo e a era FHC. Mas será essa comparação que permitirá ao povo definir com mais clareza sua escolha. Se quer voltar ao passado ou se quer avançar rumo ao futuro.
Para ficar mais fácil fazer essa escolha, basta comparar alguns dados. Em vinte itens, veja a situação do Brasil antes, com FHC e depois, com Lula.
Nos tempos de FHC, o Risco Brasil estava em 2.700 pontos. Nos tempos de Lula, 200 pontos.
O salário mínimo quando Lula assumiu a Presidência da República, em 2003, estava em 64 dólares. Agora, está entre 290 e 300 dólares.
O dólar que valia R$ 3, agora vale R$ 1,78. FHC não pagou a dívida com o FMI. Lula pagou-a em dólar.
A indústria naval, tão importante para o desenvolvimento do País, FHC não mexeu. Lula reconstruiu.
FHC não construiu nenhuma nova universidade. Lula construiu dez novas universidades federais. Quanto às extensões universitárias, no governo do tucanato não houve nenhuma. No governo Lula foram 45.
No campo da economia, as reservas cambiais no governo FHC foram 185 bilhões de dólares negativos. No governo Lula, 239 bilhões de dólares positivos.
O crédito para o povo/PIB no governo tucano foi de apenas 14%. No governo Lula, com as políticas anticíclicas, alcançou 34%.
Em relação à infraestrutura, FHC não construiu nenhuma estrada de ferro. Pelo contrário, as privatizou. No governo Lula, três estão em andamento.
Quando Lula assumiu o governo, 90% das estradas rodoviárias estavam danificadas. Agora, 70% estão recuperadas.
No campo da indústria automobilística, na era FHC, 20% em baixa. Na era Lula, 30% em alta.
Nos oito anos em que FHC presidiu o País, houve quatro crises internacionais, que arrasaram o Brasil. Na era Lula, foi enfrentada uma grande crise, que o Brasil superou em razão das reservas acumuladas e das políticas anticíclicas empreendidas pelo governo.
O cambio no governo FH era fixo, e estourou o Tesouro Nacional. No governo Lula é flutuante, com ligeiras intervenções do Banco Central.
A taxa de juros Selic atingiu na era FHC incríveis 27%. No governo Lula chegou ao seu menor percentual desde quando foi criada, em 1983, 8,5%.
A mobilidade social no governo tucano foi de apenas 2 milhões de pessoas. No governo Lula, 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza.
FHC criou apenas 780 mil empregos em oito anos. Lula criou 12 milhões.
O governo tucano nada investiu em infraestrutura. Com o PAC Lula pretende investir R$ 504 bilhões até 2010.
Por fim, no mercado internacional, o Brasil, no governo FHC não teve crédito. No governo Lula, o País foi reconhecido como investment grade pelas três maiores agências de classificação de risco internacionais. Ou seja, deixamos de ser um país em que o capital externo só entrava para especular para ser um país de investimentos.
Estas são as comparações que os tucanos querem evitar a todo custo na peleja de 2010.
(*) Jornalista, analista político
A capa da conceituada revista britânica The Economist, com a foto do Cristo Redentor e o título “Brazil takes off” (“O Brasil Decola”) , foi exibida em plenário pelo líder do Governo na Assembléia Legislativa da Bahia, Waldenor Pereira (PT), durante pronunciamento na tarde de hoje (02/11), para dimensionar a ascensão econômica do país a partir do Governo Lula (PT). A revista compara dados atuais com os do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para mostrar os avanços, a exemplo do Risco Brasil, que mede as condições para investimentos internacionais, que caiu de 2.700 pontos para apenas 200 pontos, e o salário mínimo subiu de 78 dólares para US$ 210,00.
Pereira também chamou atenção para outros itens comparados pela revista, que dedicou editorial de 14 páginas da sua edição da semana passada. Na avaliação do parlamentar o comparativo revela o quanto o país avançou também nas políticas sociais, sobretudo na área de educação. “Enquanto o Governo FHC não criou uma universidade federal e nem sequer qualquer extensão universitária, Lula criou 10 novas universidades e mais 45 extensões. E mais: são 214 novas escolas técnicas contra nenhuma do governo tucano”, comparou.
Waldenor Pereira citou os 23 milhões de pessoas que sairam da linha da pobreza, contra apenas 2 milhões na gestão tucana, além da criação atual de 11 milhões de empregos contra ínfimos 780 mil passados, conforme divulgou a The Economist. “São dados extremamente favoráveis ao Governo Lula, reconhecidos pela importante publicação, cuja credibilidade internacional é inquestionável, quando afirma que o país entrou no cenário mundial”, concluiu o líder.
Brazil
Brazil takes off
Nov 12th 2009 From The Economist print edition
Now the risk for Latin America’s big success story is hubris
Rex Features
WHEN, back in 2001, economists at Goldman Sachs bracketed Brazil with Russia, India and China as the economies that would come to dominate the world, there was much sniping about the B in the BRIC acronym. Brazil? A country with a growth rate as skimpy as its swimsuits, prey to any financial crisis that was around, a place of chronic political instability, whose infinite capacity to squander its obvious potential was as legendary as its talent for football and carnivals, did not seem to belong with those emerging titans.
Now that scepticism looks misplaced. China may be leading the world economy out of recession but Brazil is also on a roll. It did not avoid the downturn, but was among the last in and the first out. Its economy is growing again at an annualised rate of 5%. It should pick up more speed over the next few years as big new deep-sea oilfields come on stream, and as Asian countries still hunger for food and minerals from Brazil’s vast and bountiful land. Forecasts vary, but sometime in the decade after 2014—rather sooner than Goldman Sachs envisaged—Brazil is likely to become the world’s fifth-largest economy, overtaking Britain and France. By 2025 São Paulo will be its fifth-wealthiest city, according to PwC, a consultancy.
And, in some ways, Brazil outclasses the other BRICs. Unlike China, it is a democracy. Unlike India, it has no insurgents, no ethnic and religious conflicts nor hostile neighbours. Unlike Russia, it exports more than oil and arms, and treats foreign investors with respect. Under the presidency of Luiz Inácio Lula da Silva, a former trade-union leader born in poverty, its government has moved to reduce the searing inequalities that have long disfigured it. Indeed, when it comes to smart social policy and boosting consumption at home, the developing world has much more to learn from Brazil than from China. In short, Brazil suddenly seems to have made an entrance onto the world stage. Its arrival was symbolically marked last month by the award of the 2016 Olympics to Rio de Janeiro; two years earlier, Brazil will host football’s World Cup.
At last, economic sense
In fact, Brazil’s emergence has been steady, not sudden. The first steps were taken in the 1990s when, having exhausted all other options, it settled on a sensible set of economic policies. Inflation was tamed, and spendthrift local and federal governments were required by law to rein in their debts. The Central Bank was granted autonomy, charged with keeping inflation low and ensuring that banks eschew the adventurism that has damaged Britain and America. The economy was thrown open to foreign trade and investment, and many state industries were privatised.
All this helped spawn a troupe of new and ambitious Brazilian multinationals (see our special report). Some are formerly state-owned companies that are flourishing as a result of being allowed to operate at arm’s length from the government. That goes for the national oil company, Petrobras, for Vale, a mining giant, and Embraer, an aircraft-maker. Others are private firms, like Gerdau, a steelmaker, or JBS, soon to be the world’s biggest meat producer. Below them stands a new cohort of nimble entrepreneurs, battle-hardened by that bad old past. Foreign investment is pouring in, attracted by a market boosted by falling poverty and a swelling lower-middle class. The country has established some strong political institutions. A free and vigorous press uncovers corruption—though there is plenty of it, and it mostly goes unpunished.
Just as it would be a mistake to underestimate the new Brazil, so it would be to gloss over its weaknesses. Some of these are depressingly familiar. Government spending is growing faster than the economy as a whole, but both private and public sectors still invest too little, planting a question-mark over those rosy growth forecasts. Too much public money is going on the wrong things. The federal government’s payroll has increased by 13% since September 2008. Social-security and pension spending rose by 7% over the same period although the population is relatively young. Despite recent improvements, education and infrastructure still lag behind China’s or South Korea’s (as a big power cut this week reminded Brazilians). In some parts of Brazil, violent crime is still rampant.
National champions and national handicaps
There are new problems on the horizon, just beyond those oil platforms offshore. The real has gained almost 50% against the dollar since early December. That boosts Brazilians’ living standards by making imports cheaper. But it makes life hard for exporters. The government last month imposed a tax on short-term capital inflows. But that is unlikely to stop the currency’s appreciation, especially once the oil starts pumping.
Lula’s instinctive response to this dilemma is industrial policy. The government will require oil-industry supplies—from pipes to ships—to be produced locally. It is bossing Vale into building a big new steelworks. It is true that public policy helped to create Brazil’s industrial base. But privatisation and openness whipped this into shape. Meanwhile, the government is doing nothing to dismantle many of the obstacles to doing business—notably the baroque rules on everything from paying taxes to employing people. Dilma Rousseff, Lula’s candidate in next October’s presidential election, insists that no reform of the archaic labour law is needed (see article).
And perhaps that is the biggest danger facing Brazil: hubris. Lula is right to say that his country deserves respect, just as he deserves much of the adulation he enjoys. But he has also been a lucky president, reaping the rewards of the commodity boom and operating from the solid platform for growth erected by his predecessor, Fernando Henrique Cardoso. Maintaining Brazil’s improved performance in a world suffering harder times means that Lula’s successor will have to tackle some of the problems that he has felt able to ignore. So the outcome of the election may determine the speed with which Brazil advances in the post-Lula era. Nevertheless, the country’s course seems to be set. Its take-off is all the more admirable because it has been achieved through reform and democratic consensus-building. If only China could say the same.
Postado por: PDL / Categoria: Revistas Semanais e Mensais
A edição desta quinta-feira (12) da revista The Economist traz artigo de capa sob o título “O Brasil decola”. Em editorial, a publicação fez elogios ao desenvolvimento recente do País, mas afirma que o maior risco para o grande sucesso da América Latina é a prepotência.
O artigo começa com a história da formação do acrônimo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China, que em inglês também pode significar tijolo) pelo Goldman Sachs. No começo, muitos foram críticos à presença da letra B. Agora, “o ceticismo parece fora de lugar”, descreve a publicação.
Segundo as previsões, em algum lugar na década após o ano de 2014 – muito antes do que o Goldman foi capaz de prever, acrescenta a revista – o Brasil deve passar a ocupar o lugar de quinta maior economia mundial, ultrapassando Inglaterra e França.
O Brasil já fez sua entrada no palco mundial, conclui, mencionando como símbolo a campanha vitoriosa do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, apenas dois anos após a realização da Copa do Mundo de futebol no País.
China
A Economist também aproveitou pra fazer críticas sutis à China. Em determinado momento, a publicação cita que, em muitos aspectos, o Brasil ultrapassou os outros BRICs. “Ao contrário da China, o País é uma democracia”, declara. Em sua conclusão, diz que a “decolagem é ainda mais admirável porque foi alcançada através de reformas e decisões democráticas. Se ao menos a China pudesse dizer o mesmo.”
Virtude e Defeitos
Em resumo, o crescimento brasileiro foi considerado não repentino, mas contínuo. A matéria cita que os primeiros passos foram dados quando um novo plano econômico foi capaz de domar a inflação, o Banco Central ganhou autonomia, houve a privatização de indústrias e a economia se abriu à entrada de capital externo.
A revista cita Vale, Petrobras, Gerdau e JBS como exemplos de multinacionais que foram capazes de florescer neste ambiente. Mas, “assim como seria um erro subestimar o Brasil, também seria errado ignorar suas fraquezas”. E aí a revista cita o aumento da folha de pagamento do governo em 13% desde setembro de 2008, os problemas com educação e infraestrutura (que já inclui o apagão da última terça-feira) e a violência.
“O importante é que o país não seja tão orgulhoso a ponto de achar que não é necessário resolver suas pendências, diz a revista. O desafio para o sucessor de Lula é encarar os problemas que ele sentiu ser capaz de ignorar. Um deles é a excessiva burocracia no País. “O resultado da eleição pode determinar a velocidade com que o Brasil vai avançar na era pós-Lula. De qualquer maneira, o país parece estar no rumo certo”. Infomoney.
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