História Dinâmica

Não só de passado vive o homem, mas das ações presentes compartilhadas, com o olhar para frente, estimulando, participações sociais, integradas, teóricas e práticas, que incentivem a obtenção de mais resultados, tornando os indivíduos e as coletividades mais livres, porém com, mais dignidade, abertura de espaços e oportunidades para todos. É preciso que esta história seja, cada mais dinâmica, que especialmente vise, ainda mais, cuidar das prioridades, das boas ações, dos resultados, (os)as que são ligado(as), interligado(as), integrado(as),globalizado(as) e socializado(as), em redes, dentro de movimentos constantes de atuação.

Que todas as boas ações passem, a fazer parte dos estados permantes de evolução, mas com o foco nas melhorias contínuas, principalmente ao buscar, estimular e realizar ações, para resultados concretos, mediante metas de perspectivas crescentes, de desenvolvimento e inovação, para que o Brasil seja, cada vez mais, próspero e o mais justo possível, no futuro.

(Fonseca, M.C.da S.)

Farmacêutica-Bioquímica, Natural de Santos Dumont

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O QUE É DENGUE?

Dengue é uma doença infecciosa aguda e possui 4 sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). É transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti . Ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos.

O quadro clínico é amplo, apresentando desde uma síndrome febril inespecífica até quadros graves como hemorragia, choque e às vezes óbito.

É uma doença de notificação compulsória e sua forma grave é de notificação IMEDIATA.

A forma clínica clássica é conhecida como dengue clássica ou febre da dengue e a forma grave, febre hemorrágica da dengue.

Dengue clássica:

- Febre alta com duração de 2 a 7 dias

- Dor de Cabeça

- Dor no corpo e nas juntas

-- Manchas vermelhas pelo corpo

Para quem tem diagnóstico de dengue, deve ficar atento ao surgimento dos sintomas abaixo.

Procure imediatamente um médico em qualquer uma das situações abaixo:

- Dores na barriga fortes e contínuas

- Vômitos persistentes

- Sangramento pelo nariz, boca e gengivas

- Sede excessiva e boca seca

(Fonte : COVISA – São Paulo)

O MOSQUITO Aedes aegypti

A dengue no Brasil é transmitida por uma espécie de mosquito, o Aedes aegypti, que pica tanto durante o dia como à noite. O vetor se reproduz dentro ou nas proximidades de habitações, em recipientes onde se acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas, etc.).
Larva do Mosquito da vetor da dengue - Larva do mosquito vetor da dengue:
Aedes aegypti. Fonte : HowStuffworks - Aedes aegypti Fonte : Ecolinks

Mosquito vetor da dengue - Mosquito vetor da dengue:
Fonte : Jardim das Flores Fonte : Wilkipédia


COMO ELE SE COMPORTA? COMO ATACA?

O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. O mosquito costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa.

O Aedes aegypti se caracteriza por ser um inseto de comportamento estritamente urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em reservatórios de água nas matas. Em média, o mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez. Ela é capaz de realizar inúmeras posturas no decorrer de sua vida, já que copula com o macho uma única vez, armazenando os espermatozóides em suas espermatecas (reservatórios presentes dentro do aparelho reprodutor). Uma vez com o vírus da dengue, a fêmea torna-se vetor permanente da doença e calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 e 40% de chances de suas crias já nascerem também infectadas.

Os ovos não são postos na água, e sim milímetros acima de sua superfície, em recipientes tais como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d'água descobertas, pratos de vasos de plantas ou qualquer outro que possa armazenar água de chuva. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco mais de 30 minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem ao mosquito adulto.
Ciclo evolutivo do mosquito vetor da dengue : Aedes aegypti
Fonte : Prefeitura Universitária da UNICAMP- São Paulo


MODO DE TRANSMISSÃO

A fêmea do mosquito pica a pessoa infectada, mantém o vírus em sua saliva e o retransmite em novas picadas. A transmissão ocorre pelo ciclo homem-Aedes aegypti-homem. Após a ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre nesta fêmea um período de incubação. Após esse período, o mosquito torna-se apto a transmitir o vírus e assim permanece durante toda a vida.


Mosquito vetor da dengue : Aedes aegypti
Fonte : Faculdad de Medicina de la Universidad de Chilé


QUAL O AMBIENTE IDEAL?

As fêmeas e os machos (que geralmente acompanham as fêmeas) ficam dentro das casas. A temperatura mais favorável para o desenvolvimento da larva é entre 25 a 30ºC. Abaixo e acima destas temperaturas o Aedes aegypti diminui sua atividade. Acima de 42ºC e abaixo de 5ºC ele morre.

Muitas cidades brasileiras possuem as condições propícias para o desenvolvimento do Aedes aegypti. Temperatura e umidade relativa são primordiais para o desenvolvimento do mosquito e, principalmente, para manter os ovos viáveis mesmo fora d'água. Além de serem densamente povoadas, as cidades apresentam índices de umidade relativa do ar elevados e temperaturas entre 25 e 30ºC, condições ideais para a multiplicação do vetor. Por isso, é muito importante que todos participem do combate aos focos do vetor.


MITOS E ERROS SOBRE O MOSQUITO DA DENGUE

1 - AR CONDICIONADO E VENTILADORES MATAM O MOSQUITO - MENTIRA!

Quando se usa o ar condicionado a temperatura e a umidade baixam, isso inibe o mosquito. Ele tem mais dificuldade para detectar onde estará a possível vítima de sua picada. Porém não morrerá. Estes aparelhos apenas espantam o mosquito que poderá voltar em outro momento quando eles estiverem desligados.

2 – PARA MATAR OS OVOS DO MOSQUITO BASTA SECAR OS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA PARADA - MENTIRA!

Não é apenas o simples ato de secar os reservatórios de água parada que irá impedir o mosquito da dengue de se reproduzir. É preciso limpar o local também, pois o ovo ainda pode ser manter "vivo" por mais de um ano sem água.



Recolha de entulhos na Avenida Paraná - Campanha de prevenção contra o mosquito
Prefeitura Municipal de Chapadão do Sul
RS da dengue - Fonte : Prefeitura Municipal de São Miguel. Paraná

3 – REPELENTES SÃO FUNDAMENTAIS NO COMBATE À DENGUE - MENTIRA!

Repelentes, velas de citronela ou andiroba, ao contrário do que muita gente pensa, não tem muito efeito no combate à dengue, pois têm efeito indeterminado e temporário.

4 - TOMAR VITAMINA B AFASTA O MOSQUITO - MENTIRA!

Apesar de ser verdade que o mosquito é atraído pelo gás carbônico exalado pela respiração da pessoa, a ingestão de vitamina B - alho ou cebola também - (que têm cheiro eliminado pela pele) não é uma medida eficaz de combate à dengue.

Tomar vitamina B pode afastar mosquito, mais isso não dura muito e também irá variar de acordo com o metabolismo de cada pessoa, podendo até não ter efeito algum.

5 – QUALQUER PICADA DO MOSQUITO TRANSMITE O VÍRUS DA DOENÇA - MENTIRA!

Primeiramente é necessário que o mosquito esteja contaminado. Além disso, cerca de metade das pessoas picadas não desenvolvem a doença. Entre 20 e 50% vão desenvolver formas subclínicas da doença. Ou seja, sem apresentar sintomas. Mesmo assim, é importante em caso de dúvida ou qualquer suspeita procurar o posto de saúde mais próximo.

6 – BORRA DE CAFÉ NA ÁGUA DAS PLANTAS MATA OS OVOS DO MOSQUITO - MENTIRA!

A borra de café só é eficaz no combate ao mosquito da dengue em quantidades muito elevadas, sendo que já foi verificado na prática que a larva do Aedes aegypti se desenvolve em água suja de borra de café. Ao invés de usar a borra, tente eliminar os pratos dos vasos, ou coloque areia até as bordas deles de forma a eliminar a água. Lave também os pratos com bucha e sabão semanalmente. Isso sim é eficaz contra a dengue.

7 – AS LARVAS DO MOSQUITO SÓ SE DESENVOLVEM EM ÁGUA LIMPA - MENTIRA!

Embora as fêmeas do Aedes aegypti tenham preferência por depositar os ovos em recipientes com água limpa, elas também podem colocá-los em criadouros com água suja e parada. Então para combater a dengue, o importante é acabar com qualquer reservatório de água parada, seja limpa ou suja.


Visualização do mosquito da em fase larvária através do microscópio.
Fonte: Fora dengue


DENGUE

Como combater

SINTOMAS

Depois da picada do mosquito com o vírus, os sintomas se manifestam normalmente do 3º ao 15º dia. Esse período é chamado de incubação. O tempo médio de duração da doença é de cinco a seis dias. É só depois do período de incubação que os seguintes sintomas aparecem:

Aprenda a identificar os sintomas da dengue e como tratar.

Fique alerta aos sintomas da dengue

- Febre alta
- Dor de cabeça
- Dor atrás dos olhos
- Manchas vermelhas no corpo
- Dor nos ossos e articulações


Vá à Unidade de Saúde. Você pode estar com dengue.

Se você já está com suspeita de dengue e começou apresentar:

- Dores abdominais
- Vômitos
- Qualquer tipo de sangramento.

Retorne imediatamente à Unidade de Saúde. Você pode estar evoluindo para forma grave da dengue.

TRATAMENTOS

Ao ser observado o primeiro sintoma da dengue, deve-se buscar orientação médica no serviço de saúde mais próximo. Só depois de consultar um médico, alguns cuidados devem ser tomados, como:
- Manter-se em repouso.
- Beber muito líquido (inclusive soro caseiro).
- E só usar medicamentos prescritos pelo médico para aliviar as dores e a febre.


A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sanguínea.


Ex : Estado da Bahia – segundo pesquisa quase 21.000 casos em 2009
Lúcio Távora / Agência A Tarde

Atenção
Em caso de suspeita de dengue, sempre procurar, o mais rápido possível, o serviço de saúde mais próximo. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.


As unidades de hidratação ficaram repletas em Itabuna- BA
Lúcio Távora / Agência A Tarde

Os casos de dengue no município de Itabuna- BA passaram de 3mil
Luiz Tito / Agência A Tarde

Em Itabuna agente encontra focos do mosquito em recipiente com água
Lúcio Távora / A tarde


Condições que facilitam o desenvolvimento do mosquito- de falta de higiene e organização - lugarejo da Bahia 2009
Fernando Vivas/ À tarde

PREVENÇÃO

Para tomar medidas preventivas e impedir que a dengue chegue até a sua cidade ou município, a melhor atitude é combater os focos de acúmulo de água. Esses locais são propícios para a criação e reprodução do mosquito transmissor da dengue.

Ajude o Brasil a combater a dengue. Para prevenir a chegada da doença veja alguns cuidados importantes.

Agentes recolhendo recipiente que acumulam Agentes orientam a população
água. Fonte: Prefeitura de Juazeiro- Bahia Fonte : Prefeitura de Tauá: Ceará


Criadouros do mosquito da dengue em pratos Criadouros do mosquito da dengue em pneus
de vasos de plantas e xaxim. Fonte : Fonte Prefeitura Municipal de Fernandópolis-
Prefeitura Municipal de Fernandópolis- S.Paulo São Paulo

MOBILIZAÇÃO
Todas as ações são válidas no combate a dengue.

Veja aqui algumas dicas do que você pode fazer para mobilizar a sua família, seus amigos e a sua comunidade.

Vamos fazer a nossa parte e preservar a saúde do Brasil.


Campanha de Prevenção e Combate à dengue realizada no município de Prefeitura Municipal de São Luiz-Maranhão - Fonte :Noticiário do Exército.
Equipes orientam a população. Breu Branco – Pará. Fonte :

(Fonte Teórica : Ministério da Saúde; Fotos de diversas campanhas contra dengue em várias cidades e estados do Brasil/2009)

CURIOSIDADES SOBRE A DENGUE

1) O que é dengue?

A dengue é uma doença febril aguda. A pessoa pode adoecer quando o vírus da dengue penetra no organismo, pela picada de um mosquito infectado, o Aedes aegypti.

Contador de histórias – Campanha contra a dengue – Nova Lima – Minas Gerais
Contadora de histórias – Campanha contraa dengue – Nova Lima – Minas Gerais
Fonte : Fora a dengue

2) Quanto tempo depois de ser picado aparece a doença?

Se o mosquito estiver infectado, o período de incubação varia de 3 a 15 dias, sendo em média de 5 a 6 dias.

3) Quais são os sintomas da dengue?

Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, principalmente nas articulações, e dor de cabeça. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramentos como petéquias (pontos vermelhos, principalmente na pele), sangramento nasal e gengival, entre outros.

4) O que devo fazer se aparecer alguns desses sintomas?

Procure o serviço de saúde mais próximo.

5) Como é feito o tratamento da dengue?

Não há tratamento específico para o paciente com dengue. O paciente com dengue clássica, o médico deve tratar os sintomas, como as dores de cabeça e no corpo, com analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos, como o AAS e a Aspirina, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. É importante também que o paciente fique em repouso e ingira bastante líquido.

Os pacientes com Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, como a queda de pressão. O período crítico ocorre durante a transição da fase febril para a sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre e isso leva a uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico do paciente piora.

A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) alerta que alguns dos sintomas da dengue só podem ser diagnosticados por um médico.

6) A pessoa que pegar dengue pode morrer?

A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. No entanto, ela é mais grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Nesse caso, quando tratada a tempo a pessoa não corre risco de morte.

O quadro clínico da dengue é dinâmico, isto significa que um paciente com dengue clássica pode passar rapidamente para a forma grave (Febre Hemorrágica da Dengue). Ao apresentar qualquer sintoma, procure a unidade de saúde mais próxima.

7) Quais os cuidados para não pegar dengue?

Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes. Por exemplo, uma bacia no pátio de uma casa é um risco, porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar os ovos neste local. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências.


8) O que devo fazer para evitar o mosquito da dengue?

Para evitar o mosquito da dengue é preciso eliminar os focos do Aedes. A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) preparou uma lista das medidas que as pessoas podem adotar para evitar que o Aedes se reproduza em sua casa.


Campanha de prevenção do mosquito da dengue Fonte : Prefeitura Municipal de São Miguel-PR

9) Depois de termos dengue, podemos pegar novamente?

Sim, podemos, mas nunca do mesmo tipo de vírus. Ou seja, a pessoa fica imune contra o tipo de vírus que provocou a doença, mas ela ainda poderá ser contaminada pelos outros tipos conhecidos do vírus da dengue.

10) Quantos tipos de vírus da dengue existem?

São conhecidos quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. No Brasil ainda não foi identificado o sorotipo DENV-4.

11) Posso pegar dengue de uma pessoa doente?

Em hipótese alguma. Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento.

12) Existe vacina contra a dengue?

Ainda não, mas a comunidade científica internacional e brasileira está trabalhando firme neste propósito. A vacina contra a dengue é mais complexa que as demais. A dengue, com quatro vírus identificados até o momento, é um desafio para os pesquisadores. Será necessário fazer uma combinação dos quatro sorotipos conhecidos, para que se obtenha uma proteção realmente eficaz contra a doença.

13) Por que essa doença ocorre no Brasil?

É um sério problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países tropicais como o nosso, onde as condições do meio ambiente, aliado a características urbanas, favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Mais de 100 países em todos os continentes, exceto a Europa, registram a presença do mosquito e casos da doença.

14) O Brasil está com uma epidemia de dengue?

Não. No primeiro semestre do ano de 2008 ocorreu uma epidemia na cidade do Rio de Janeiro. Em 2009, até o mês de junho, houve uma redução de 48% nos casos notificados de dengue em comparação com o ano de 2008.

15) O inseticida aplicado para matar o mosquito da dengue funciona mesmo?
Sim, os produtos funcionam. Tanto os larvicidas quanto os inseticidas distribuídos aos estados e municípios pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) têm eficácia comprovada, sendo preconizados por um grupo de especialistas da Organização Mundial da Saúde.

Os larvicidas servem para matar as larvas do Aedes. São aqueles produtos em pó, ou granulado, que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d'água, ou seja, naqueles lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.

Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização (fumacê), que matam os insetos adultos enquanto estão voando, pela manhã e à tarde, porque o Aedes tem hábitos diurnos. O fumacê não é aplicado indiscriminadamente, sendo utilizado somente quando existe a transmissão da doença em surtos ou epidemias. Desse modo, a nebulização pode ser considerada um recurso extremo, porque é utilizada num momento de alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à dengue falharam ou não foram adotadas.

Algumas vezes, os mosquitos e larvas desenvolvem resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é imediatamente substituído por outro.

(Fonte Teórica : Ministério da Saúde; Fotos de diversas campanhas contra dengue em várias cidades e estados do Brasil/2009-)


Curiosidades Pesquisas de Produtos Naturais

Andiroba- um dos repelente ecológicos de combate à dengue


Andiroba
Carapa guianensis, também chamada de Karaba ou Crabwood) é uma árvore alta, frondosa, bonita, de folhas alongadas, com pequeninas flores brancas. É característica da região amazônica e dos solos úmidos de toda a região em especial no Amapá, Acre e Pará. Seu tronco pode chegar a 1,20 m de diâmetro e a sua madeira é uma das melhores para todo o tipo de construção, inclusive naval, por uma razão curiosa: a andiroba é inatacável por insetos. Suas sementes são usadas há muitos séculos contra picadas venenosas de cobras, escorpiões, abelhas e aranhas. Dão um óleo que não só espanta mosquitos como trata das picadas – além de servir contra vermes, protozoários, artrite, reumatismo, inflamações em geral, infecção renal, hepatite, icterícia, e outras infecções do fígado, dispepsias, fadiga muscular, dores nos pés, resfriados, gripes, febre, tosse, psoríase, sarna, micose, lepra, malária, tétano, herpes e úlceras graves. É adstringente e cicatrizante de efeito rápido, bom para a malinha de primeiros socorros. As folhas e a casca são usadas para fazer um chá que tem poderosa ação diurética e limpa rins e bexiga. É carrapaticida. Parasiticida. Está sendo testado para câncer.

Os índios Mundurukus usavam o óleo de andiroba para mumificar a cabeça dos inimigos. Os Wayãpi e Palikur, entre outros, usam o óleo para remover carrapatos e piolhos. Também funciona como solvente para extrair os corantes vegetais de pintar o corpo. Mas foi o uso medicinal da andiroba que se espalhou por Guatemala, Peru, Colômbia, Panamá, Trinidad, Venezuela, Brasil. O óleo de andiroba bruto tem consistência de banha, tanto que é chamado de azeite na região norte. Seu nome vem do tupy-guarani "andi-roba", gosto amargo, e o cheiro de seu óleo é também acre e perturbador. O método de extração é muito primitivo, mas funciona: as sementes que caem das árvores ficam boiando nos rios e igarapés;são recolhidas, fervidas e deixadas de lado até a casca apodrecer; aí são espremidas no tipiti. Cada árvore dá 200 quilos de sementes por ano, e 6 quilos de sementes dão 1 litro de óleo de andiroba . E o bagaço dessa extração toda é lixo? Não: do bagaço são feitas bolas que ficam queimando para afastar os insetos. E foi assim que começou a pesquisa da Vela de Andiroba.

A vela de andiroba é usada como repelente, sua queima não produz fumaça tóxica ou fuligem, não tem cheiro e a matéria- prima vegetal tem origem certificada pelo IBAMA. Resultado de pesquisas realizadas na Fiocruz o dispositivo na forma de vela é capaz de volatilizar substâncias presentes na semente de andiroba (Carapa guianensis Aublet), durante um período suficiente para afastar insetos hematófagos, como por exemplo, mosquitos dos gêneros Culex, Aedes Anopheles, piuns ou borrachudos (simulídeos). A andiroba é uma árvore muito abundante na região amazônica. O óleo extraído de sua semente é usado tradicionalmente pela população local e pelos indígenas para fricções sobre tecidos inflamados, como repelente de insetos ou fago-repelente (antifeedant). Fago-repelentes são substâncias que quando experimentadas em insetos, inibem de forma permanente ou temporária, na sua alimentação.

O produto, desenvolvido pelo Instituto Far-Manguinhos (da Fiocruz) a partir do bagaço da andiroba,possui um laudo do Laboratório de Biologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro atestando uma eficácia de 100% na repelência do mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela e da dengue. A patente PI 9800437 da Fiocruz trata de um dispositivo para inibir a ação de mosquitos e outros insetos hematófagos. A presente invenção trata de um dispositivo capaz de volatilizar substâncias extraídas da semente e fruto da árvore andiroba (Carapa guianensis Aublet), durante um período suficiente para afastar insetos hematófagos, como por exemplo, mosquitos dos gêneros Culex, Aedes e Anopheles, piuns ou borrachudos (simulídeos). Dentre esses insetos, incluem-se vetores de agentes etiológicos de doenças como a filariose, dengue, leishmaniose, malária e outras. O dispositivo pode estar na forma de vela, lamparina, placa aquecida ou semelhante e compreende meios de aquecimento para volatilizar substâncias repelentes de insetos e composição consistindo de ditas substâncias homogeneamente misturadas em veículos inerte caracaterizado pelo fato das substâncias serem os princípios ativos extraídos de semente e frutos da andiroba e estarem presentes na composição em uma concentração de 1 a 30%. Esta patente contudo não rendeu a FioCruz resultados financeiros significativos. Maria Celeste Emerick, coordenadora de gestão tecnológica da Fiocruz explica: "As velas foram negociadas com dez empresas, estão sendo vendidas, mas o retorno financeiro é muito pequeno em função do baixo preço do produto e das dificuldades de fiscalização, já que as empresas que o produzem, são, geralmente, da economia informal".

A patente de Modelo de Utilidade MU8002917 da NatuScience trata do aperfeiçoamento dos repelentes de insetos por aquecimento através de dispositivo sólido capaz de iluminar e volatilizar substância repelente de insetos com eficácia e segurança em áreas externas. A matéria-prima parte do aproveitamento de resíduos industriais de produtos similares, ou parte de planta repelente original, combinado com outras fibras vegetais e misturado de forma homogênea em matéria inflamável inerte através de extração à alta temperatura. O presente modelo se apresenta em formato cilíndrico de 25cm x 30mm com 170 gramas, com invólucro de celulose ( papel específico ), pavio específico, suporte fixador não-inflamável, projetado para 3 horas de queima com ação repelente contra insetos em ambientes ao ar livre, mas podendo variar de formato, peso, dimensões e duração segundo opções de modelos demandados pelo mercado. Os testes científicos da BioTocha de Andiroba estão em andamento com vistas ao seu registro na Anvisa. A NATUSCIENCE recicla 100% de seu resíduo sólido gerado na fabricação da vela de andiroba , criando novos produtos, o que possibilita um aproveitamento comercial e ecologicamente falando, mais racional.


Segundo Regina Villela de Castro, diretora da NatuScience, "esse resultado nunca foi encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate do mosquito". Segundo Regina Villela, os fornecedores da NatuSciense são exatamente os pequenos produtores extrativistas da Amazônia. Seguindo a filosofia ecologicamente correta, a empresa utiliza 100% da matéria-prima, industrializando o óleo em várias versões, o bagaço nas velas e os resíduos industrias na fabricação da tocha sólida, utilizada como repelente para áreas externas.

Em estudos, há seis anos, a vela, ao ser queimada, exala um agente ativo que inibe a fome do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue e também vetor da febre amarela, conseqüentemente, reduz a sua necessidade de picar as pessoas. Os testes revelaram uma eficiência de 100% na repelência do mosquito, resultado jamais encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate do mosquito. Além desta característica, a vela é totalmente atóxica, não produz fumaça e não contém perfume. Com ajuda do Dr. Alfredo de Oliveira, do Núcleo Pesquisa de Produtos Naturais (UFRJ), chegou-se a uma tecnologia, já patenteada, para uma vela que se mostrou excelente repelente de insetos, já em uso em Pernambuco. O produto foi desenvolvido numa parceria com o Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro e executado pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe), que nem consegue mais atender à demanda.

A análise química da andiroba, realizada no LQPN/PN1/FAR-MANGUINHOS/FIOCRUZ, compreendeu a caracterização dos constituintes químicos do óleo e do bagaço da semente, por meio da extração com solventes de diferentes polaridades. Foram isolados oito tetra-nor-triterpenóides, substâncias que, por analogia com outras espécies descritas na literatura e pelos resultados dos ensaios realizados em laboratório, estão envolvidas no mecanismo de atividade fagorepelente. Os ensaios de eficácia foram realizados com o Aedes aegypti no Laboratório de Biologia do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais-NPPN/UFRJ, chefiado pelo Dr. Alfredo Martins de Oliveira Filho e com o Culex quinquefasciatus, no Laboratório de Entomologia do Instituto Ageu Magalhães/FIOCRUZ, chefiado pela Dra. Leda Régis. De acordo com os ensaios executados, na medida em que o ambiente se torna saturado com os vapores da vela observa-se aumento considerável de inibição na alimentação dos mosquitos. Obteve-se de 70% a 100% de inibição com a vela à base de bagaço da semente de andiroba, durante um período de queima de sete dias. Uma vela de 200g oferece proteção contra os mosquitos em uma área de até 10m2 em ambiente fechado ou com circulação moderada de ar, não apresentando efeitos tóxicos, segundo estudos realizados no Laboratório de Farmacologia e Toxicologia da Universidade de Alfenas.

Encontrada somente no norte da Amazônia, a Andiroba, há mais de um século, é utilizada pelas mulheres que extraem o óleo da semente da fruta da árvore para ser aplicado em articulações sofridas e na pele afetada por picadas de cobra, aranha, escorpião e insetos. Enquanto se dedicam à tarefa de depurar o óleo, fazem bolas de bagaço e as queimam também para afugentar os mosquitos com sua fumaça repelente. As pesquisas foram feitas a partir da observação desta prática.

O óleo de andiroba é utilizado há mais de um século pelas mulheres na Amazônia como cicatrizante, principalmente em ferimentos causados por picadas de cobra, aranha, escorpião e insetos. Enquanto se dedicam à tarefa de depurar o óleo, elas fazem bolas do bagaço e as queimam para afugentar os mosquitos. As pesquisas que resultaram na vela repelente foram feitas a partir desta observação. O óleo extraído da andiroba é utilizado também em cosméticos, como na linha Ekos, lançada no ano passado pela Natura, e como substituto para o óleo diesel na produção de energia. Numa experiência pioneira, a andiroba está sendo usada como fonte de geração de energia elétrica para os moradores da Reserva Extrativista do Médio Juruá, em Carauri (AM), desde novembro passado. No Acre, uma parceria entre o governo do Estado e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) resultou no Projeto Ilhas de Alta Produtividade, que promove o enriquecimento de seringais com o plantio de espécies de bom retorno comercial, como a andiroba.

Outro Instituto que pesquisa a ação do óleo de andiroba como repelente é o Centro de Plantas Medicinais do Institituto de Estudos e Pesquisas do Amapá está preocupado em evitar que a população da Amazônia contraia malária. Augusto de Oliveira, 31, diretor do centro, pesquisa repelentes naturais contra o transmissor da malária, o mosquito fêmea do gênero Anopheles. Uma das fontes da pesquisa foram os índios wuaipis, que passam óleo de andiroba no corpo e raramente contraem malária. Usado como vela, o óleo de andiroba conseguiu reduzir em 50% a incidência de Anopheles numa casa, quando comparada com outra em que não havia o repelente. Oliveira testa outros três repelentes, mas não revela em que plantas se baseiam porque a pesquisa ainda está em uma fase sigilosa. "Reduzimos em 90% a incidência de mosquitos", conta.

O método tradicional para produção do óleo de Andiroba é colher as sementes que, após ter caídas da árvore, flutuam no rio. Em seguida, as sementes são fervidas. Depois de duas semanas o óleo é extraído com uma simples prensa chamada "tipiti". O óleo de Andiroba é usado pelos indígenas misturado com corante de urucum (Bixa orellana L.) para repelir insetos, e como medicamento contra parasita do pé. A casca é utilizada para o preparo de um chá contra febre, o qual também serve como vermífugo. Transformada em pó, trata feridas e é cicatrizante para afecções da pele. Os caboclos fazem um sabão medicinal com o óleo bruto, cinza e resíduos da casca de cacau. Além de ser empregado na fabricação de sabão, também fornece um ótimo combustível utilizado para iluminação nas áreas rurais. O óleo é muito usado na medicina doméstica para fricção sobre tecidos inflamados, tumores e distensão muscular. Além disso, sabe-se ainda que o óleo da andiroba é utilizado como protetor solar e a casca e a folha servem contra reumatismo, tosse, gripe, pneumonia, depressão.

A pesquisadora Maria das Graças Muller de O. Henriques, do Farmanguinhos/Fiocruz mostrou em julho de 2004, na 56ª Reunião Anual da SBPC, pela primeira vez, o resultado de um pedido de patente depositada no mesmo dia sobre formulação baseada no óleo da semente de andiroba , uma espécie da família Meliaceae. O estudo, realizado ao longo de quatro anos por uma equipe que liderou com mais de 30 colegas, constatou um efeito anti-alérgico e anti-histamínico inédito do óleo extraído da andiroba para uso cutâneo e pulmonar. Os testes feitos para uso cutâneo não revelaram toxidez. Preservada a patente de propriedade do Ministério da Saúde, a indústria será procurada para dar seqüência à fase de ensaio clínico até chegar ao produto final. De acordo com Maria das Graças Henriques, já existem dados suficientes para o desenvolvimento do produto, com risco industrial reduzido, em prazo estimado de seis anos para alergias pulmonares e em menor tempo para a forma tópica (creme). Como contrapartida, será pedida garantia do preço para a população, informa. No Brasil, 80% dos produtos farmoquímicos são importados. Não existe no país o desenvolvimento completo de produtos sintéticos. ‘Esta é uma questão de saúde pública e de economia’, disse Maria das Graças Henriques, que coordena o Departamento de Farmacologia Aplicada do Farmanguinhos/Fiocruz.

A empresa Brasmazon detém patente PI 9706610 para processos de produção de derivados de semente de andiroba e de vela feita com a fase sólida da semente e vela obtida, que foram desenvolvidos para proporcionar melhor aproveitamento da semente de andiroba e menor agressão ao ambiente, compreendendo, essencialmente as etapas de: 1)- previsão de matéria-prima em forma de semente de andiroba 2)- seleção e limpeza; 3)- esterilização; 4)- tratamento por enzimas; 5)-trituração; 6) - aquecimento; e 7)- prensagem, resultando óleo e fase sólida; 7.1 a) - filtragem do óleo; 7.1 b) - envazamento do óleo; 7.2 a) - secagem da fase sólida; 7.2 b) - trituração; e 7.2 c) - peneiração; 8 - previsão de parafina; 9 - fusão da parafina; 10 - mistura de parafina fundida com fase sólida moída; 11 - enforme da mistura; 12 - resfriamento da mistura; 12 - resfriamento da mistura enformada; 13 - desforma; e 14 - embalagem e expedição.

A Beraca/Brasmazon – Industria de Oleaginosas e Produtos da Amazônia (PA) é uma empresa do segmento de óleos e gorduras vegetais e animais, que fabrica de óleos fixos e essenciais para uso na indústria de fragrâncias, cosmética e fitoterápica. Os óleos mais utilizados são os da copaíba, andiroba , cupuaçu, maracujá, murumuru, castanha do Brasil, buriti, urucum, açaí, espécies aromáticas e argilas nativas. Há nove anos no mercado, a empresa faturou R$ 583 mil em 2001, contra R$ 1,9 milhão no ano passado. Desses, 17% foram destinados a P&D. Com 26 empregados, sete deles alocados em pesquisas e desenvolvimento, a Beraca/ Brasmazon lançou 20 novos produtos nos últimos três anos. Preocupada com a preservação ambiental, a empresa foi buscar na Alemanha o melhor programa mundial de avaliação de padrões florestais, com critérios e princípios estabelecidos de forma independente por autoridades de diferentes partes do mundo. O FSC (Forest Stewardship Council - Conselho de Manejo Florestal) através do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), seu representante oficial no Brasil, realiza a certificação de seus produtos. A Beraca/Brasmazon mantém, ainda, parcerias com a Universidade Federal do Pará, o Museu Paraense Emilio Goeldi, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia e a Universidade de São Paulo. A Beraca Ingredients, empresa brasileira atuante no mercado de produtos químicos desde 1956, é atualmente o maior fabricante e distribuitor de ativos vegetais naturais e especialidades brasileiras para a indústria cosmética, farmacêutica, de fragrâncias e nutracêutica do mundo. Através da sua Divisão Health & Personal Care produz em fábricas certificadas pelo Forest Stewarship Council - FSC a linha de ingredientes RAIN FOREST SPECIALTIES®, constituída por óleos da biodiversidade brasileira e outros ingredientes naturais. Todo esse trabalho envolve projetos sociais e de desenvolvimento sustentável feitos em conjunto com moradores de comunidades ribeirinhas locais das florestas brasileiras, onde são coletados os insumos utilizados pela Beraca.

A empresa japonesa MORITA MASARU possui uma patente que descreve um Agente repelente para formigas e insetos com utilização do óleo da fruta de Andiroba (JP11349424), enquanto a francesa ROCHER YVES BIOLOG VEGETALE detém uma patente referente a uma Composição cosmética ou farmacêutica contendo extrato de Andiroba (US5958421, CA2235057, JP10287546, EP0872244).
(Fontes : Farmaguinhos- Far FioCruz; FINEP; Natuscience; Folha do Meio Ambiente, Revista Isto É- pesquisadas em 2002, 2003, 2004 e 2005)


Curiosidades Sobre Dengue

Citronela – O repelente ecológico

Essa planta é parecida com a erva-cidreira e de suas folhas é retirado um óleo capaz de deixar os bichos bem longe do corpo e do lado de fora dos ambientes. Tanto poder tem uma razão química: o óleo essencial tem mais de oitenta componentes, entre eles citronelal, geraniol e limoneno, agentes que afugentam moscas e mosquitos. O cheiro é semelhante ao do eucalipto e, segundo a aromaterapia, tem propriedades tônica, anti-séptica e desinfetante. Além do óleo essencial, é possível encontrar mudas da planta e vários produtos à base de citronela, como loções e sprays, para a pele, e velas e incensos, para a casa. O melhor para ambientes é usar o óleo essencial aquecido em difusor. Siga as receitas a seguir e aproveite os efeitos da citronela no corpo, nos ambientes e no jardim.

Óleo de citronela para o corpo

Misture uma parte de óleo essencial de citronela (de boa procedência) com duas partes de óleo de amêndoa, uva ou camomila. Para bebês, a mistura pode ser mais diluída, feita com uma parte de óleo essencial para três de óleo-base.

Dentro de casa

Para ambientes com até 16 m2, pingue três gotas do óleo essencial de citronela na água de um difusor (peça de cerâmica encontrada em farmácias homeopáticas e casas especializadas em aromaterapia). Se necessário, renove a água com essência a cada cinco horas. A aromaterapeuta Maria Mizrahi recomenda ligar o aparelho duas ou três horas antes da utilização do ambiente, pois o aroma é cítrico e pode irritar as vias respiratórias ou causar sensação desagradável.

No vaso, no canteiro e no jardim

Por ser um tipo de capim, a citronela é de fácil multiplicação e não requer grandes cuidados. Reparta as mudas (tiradas de uma touceira ou adquiridas em lojas de jardinagem), corte as folhas e enterre o talo verde com um chumaço de raiz numa cova de tamanho proporcional, cavada em lugar ensolarado. Cubra com terra misturada a material orgânico (esterco de galinha ou gado). A planta atinge 1 m de altura e de circunferência e não costuma atrair pragas.
Fonte: Revista Bons Fluídos
Texto: Ivany Turíbio
Reportagem Fotográfica: Ana Paula Wenzel
Fotos: Christian Parente


Curiosidades Pesquisas de Produtos Naturais :

Concluída a formulação de sabonete contra a dengue com essência de citronela










Produto é feito com essências de plantas como citronela e capim-limão

Está concluída a formulação de um sabonete repelente, desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Ciências Químicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), que poderá se tornar uma importante arma para o combate ao mosquito da dengue (Aedes aegypti), que também transmite a febre amarela.

O produto, cujo efeito dura até seis horas sobre a pele humana, foi criado a partir de uma mistura de glicerina, obtida em óleo de cozinha reciclado, com essências naturais de plantas como o cravo-da-índia, citronela e capim-limão, essas duas últimas nativas do Brasil. A fórmula conta ainda com outras substâncias químicas, que ajudam a aumentar o tempo de ação do produto.

“Apesar de ter uma ação comprovada contra o Aedes aegypti, que foi o foco dos estudos, o sabonete conta com grande possibilidade de ter ação repelente contra outros vetores. O objetivo agora é ampliar os testes de sua eficácia contra insetos que transmitem outras doenças humanas e animais”, disse Edmílson José Maria, coordenador da pesquisa e chefe do Setor de Síntese Orgânica do Laboratório de Ciências Químicas da Uenf, onde o sabonete foi formulado.

O processo de obtenção de patente do produto junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) teve início, assim como o pedido de aprovação da formulação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com José Maria, a eficácia do sabonete foi comprovada em testes com cobaias e humanos. “Para verificar sua atividade repelente e seu tempo de ação, primeiramente aplicamos o sabonete em camundongos, que ficaram em contato com mosquitos Aedes aegypti. Esses insetos são criados em cativeiro no laboratório a partir de uma linhagem que não tem o vírus da dengue, fazendo com que as gerações posteriores do mosquito também não desenvolvam a virulência”, explicou.

Nos testes em humanos, o produto foi aplicado na mão e no antebraço de voluntários da universidade. “Em seguida, inserimos os braços dos voluntários, sucessivamente em um período de seis horas, em gaiolas cheias de mosquitos para verificar se haveria algum tipo de contato dos insetos com a pele, o que não ocorreu”, afirmou.

“Fizemos ainda uma contraprova, em que a mesma base do sabonete sem as substâncias repelentes foi aplicada. Seguimos a mesma metodologia e identificamos um alto número de pousos dos mosquitos na pele dos voluntários”, completou.

População vulnerável

José Maria explica que a criação de um repelente em forma de sabão surgiu da idéia de disponibilizar um produto economicamente acessível à população carente das grandes cidades que não têm acesso a ferramentas mais sofisticadas de combate à dengue.

“Como o acesso da população aos repelentes convencionais é restrito, devido ao seu custo elevado, nosso projeto vem ao encontro dessa questão social. O sabonete ainda não tem preço definido, mas certamente terá baixo custo”, disse.

O foco na população carente se justifica, segundo o professor, pelo fato de ela estar mais exposta à transmissão da doença nas grandes cidades. “Essa população normalmente vive em áreas nas quais os alagamentos são mais constantes e o saneamento básico é mais precário, além de muitas vezes não ter condições de comprar repelentes elétricos ou de instalar telas de proteção nas janelas”, apontou.

“O período de seis horas de atuação do sabonete é o tempo médio em que uma criança, por exemplo, sai de casa usando o produto, vai até a escola e retorna à sua residência”, disse. A intenção, em um primeiro momento, segundo o pesquisador, é disponibilizar o produto a órgãos públicos ligados à saúde do Rio de Janeiro.

Para isso, a equipe da Uenf está atualmente trabalhando, com financiamento da própria universidade, na produção de um lote de mil unidades do sabonete para enviá-lo aos poderes público municipal e estadual, que deverá repassar o produto à sociedade.

“A previsão é que até o fim deste mês estejamos com esse lote pronto. Também estamos em busca de parcerias com a iniciativa privada para a fabricação em larga escala e comercialização do produto”, sinalizou.

Campos dos Goytacazes, que abriga o campus da UENF, é a terceira cidade do Estado do Rio de Janeiro em número de casos de dengue registrados em 2008, ficando atrás apenas da capital fluminense e de Nova Iguaçu. “De janeiro a abril deste ano, houve aproximadamente 6 mil casos da doença em Campos dos Goytacazes, com 16 óbitos registrados”, disse José Maria.
Fonte: Agência FAPESP (redação maio de 2008)

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